Sobre a noção de polifonia em Bakthin
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/93961 |
Resumo: | O pensamento de M. Bakhtin e seu círculo traz indagações importantes para o campo lingüístico e literário. Os conceitos que formam o universo teórico desse grupo russo permite-nos investigar diferentes tipos de discursos, especialmente, os discursos artístico e literário. Assim, propomos olhar para a forma com que o compositor Chico Buarque constitui seu mundo artístico a partir do conceito de polifonia, que Bakhtin desenvolve em seu texto Problemas da Poética de Dostoiévski. Analisamos o universo artístico buarqueano e percebemos certa dificuldade em caracterizá-lo como polifônico. Tal fato instiga-nos, então, a propor uma re-leitura sobre o conceito de polifonia a partir de sua “aplicação” em um tipo de discurso específico: algumas canções de Chico Buarque. Esse procedimento teórico e metodológico conduz-nos a relativizar algumas “máximas” teóricas como: “a consciência é polifônica” ou “todo discurso é polifônico”. A polifonia não se caracteriza apenas pela coexistência de várias vozes. Mais que isso, é a forma de coexistência das vozes que permite a Bakhtin concluir que Dostoiévski é um autor polifônico. Nesse sentido, o romance polifônico é um espaço discursivo em que as personagens compõem um conjunto de vozes que dialogam igualmente. Não há sobreposição de uma voz sobre outra, apesar de o autor ser o centro organizador da relação entre as personagens. Acreditamos, portanto, que é possível relativizar o conceito de polifonia a partir da análise de um universo discursivo não-polifônico, ou seja, caracterizamos a polifonia a partir do monológico. |
id |
UNSP_902d832b07232bfacc99d282bf1c7d06 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unesp.br:11449/93961 |
network_acronym_str |
UNSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNESP |
repository_id_str |
2946 |
spelling |
Sobre a noção de polifonia em BakthinBakhtin, M. M. (Mikhail Mikhailovich), 1895-1975Análise do discursoLinguísticaAutoriaLinguisticsO pensamento de M. Bakhtin e seu círculo traz indagações importantes para o campo lingüístico e literário. Os conceitos que formam o universo teórico desse grupo russo permite-nos investigar diferentes tipos de discursos, especialmente, os discursos artístico e literário. Assim, propomos olhar para a forma com que o compositor Chico Buarque constitui seu mundo artístico a partir do conceito de polifonia, que Bakhtin desenvolve em seu texto Problemas da Poética de Dostoiévski. Analisamos o universo artístico buarqueano e percebemos certa dificuldade em caracterizá-lo como polifônico. Tal fato instiga-nos, então, a propor uma re-leitura sobre o conceito de polifonia a partir de sua “aplicação” em um tipo de discurso específico: algumas canções de Chico Buarque. Esse procedimento teórico e metodológico conduz-nos a relativizar algumas “máximas” teóricas como: “a consciência é polifônica” ou “todo discurso é polifônico”. A polifonia não se caracteriza apenas pela coexistência de várias vozes. Mais que isso, é a forma de coexistência das vozes que permite a Bakhtin concluir que Dostoiévski é um autor polifônico. Nesse sentido, o romance polifônico é um espaço discursivo em que as personagens compõem um conjunto de vozes que dialogam igualmente. Não há sobreposição de uma voz sobre outra, apesar de o autor ser o centro organizador da relação entre as personagens. Acreditamos, portanto, que é possível relativizar o conceito de polifonia a partir da análise de um universo discursivo não-polifônico, ou seja, caracterizamos a polifonia a partir do monológico.La pensée de M. Bakhtine et son cercle pose questions importantes sur le champ linguistique et littéraire. Les concepts qui forment l’univers théorique de ce groupe russe permettent de mettre en lumière différents types de discours, particulièrement, les discours artistiques et littéraires. Ainsi, nous proposons d’analyser la constitution du concept de polyphonie – développé dans le test Problèmes de la Poétique de Dostoièvski – comme une catégorie esthétique en relation avec la philosophie linguistique (nature dialogique) de Bakhtin. En analysant l’univers artistique de Chico Buarque – notre corpus et objet d’exemplification – nous rencontrons certaines difficultés à définir l’univers polyphonique. Notre procédure théorique et méthodologique conduit à relativiser quelques “maximes” théoriques comme: “la conscience est polyphonique” ou “tout le discours est polyphonique”. La polyphonie n’est pas seulement la coexistence de plusieurs voix. C’est la forme de coexistence des voix qui permettent à Bakhtine de conclure que Dostoièvski est un auteur polyphonique. Ainsi, la romance polyphonique est un espace discursive dont les personnages composent un ensemble de voix qui dialoguent équitablement. Il n’existe pas la superposition d’une voix sur l’autre, bien que l’auteur soit le centre organisateur de la relation entre les personnages. Nous croyons, donc, qu’il est possible de repenser le concept de polyphonie à partir de l’analyse d’un univers discursive non-polyphonique: la polyphonie à partir du monologique.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Marchezan, Renata Maria Facuri Coelho [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Kogawa, João Marcos Mateus [UNESP]2014-06-11T19:26:50Z2014-06-11T19:26:50Z2008-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis129 f.application/pdfKOGAWA, João Marcos Mateus. Sobre a noção de polifonia em Bakthin. 2008. 129 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2008.http://hdl.handle.net/11449/93961000549221kogawa_jmm_me_arafcl.pdf33004030009P488276984773732120000-0001-7453-1734Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-06-13T14:06:06Zoai:repositorio.unesp.br:11449/93961Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T13:42:07.186405Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
title |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
spellingShingle |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin Kogawa, João Marcos Mateus [UNESP] Bakhtin, M. M. (Mikhail Mikhailovich), 1895-1975 Análise do discurso Linguística Autoria Linguistics |
title_short |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
title_full |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
title_fullStr |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
title_full_unstemmed |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
title_sort |
Sobre a noção de polifonia em Bakthin |
author |
Kogawa, João Marcos Mateus [UNESP] |
author_facet |
Kogawa, João Marcos Mateus [UNESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Marchezan, Renata Maria Facuri Coelho [UNESP] Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Kogawa, João Marcos Mateus [UNESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Bakhtin, M. M. (Mikhail Mikhailovich), 1895-1975 Análise do discurso Linguística Autoria Linguistics |
topic |
Bakhtin, M. M. (Mikhail Mikhailovich), 1895-1975 Análise do discurso Linguística Autoria Linguistics |
description |
O pensamento de M. Bakhtin e seu círculo traz indagações importantes para o campo lingüístico e literário. Os conceitos que formam o universo teórico desse grupo russo permite-nos investigar diferentes tipos de discursos, especialmente, os discursos artístico e literário. Assim, propomos olhar para a forma com que o compositor Chico Buarque constitui seu mundo artístico a partir do conceito de polifonia, que Bakhtin desenvolve em seu texto Problemas da Poética de Dostoiévski. Analisamos o universo artístico buarqueano e percebemos certa dificuldade em caracterizá-lo como polifônico. Tal fato instiga-nos, então, a propor uma re-leitura sobre o conceito de polifonia a partir de sua “aplicação” em um tipo de discurso específico: algumas canções de Chico Buarque. Esse procedimento teórico e metodológico conduz-nos a relativizar algumas “máximas” teóricas como: “a consciência é polifônica” ou “todo discurso é polifônico”. A polifonia não se caracteriza apenas pela coexistência de várias vozes. Mais que isso, é a forma de coexistência das vozes que permite a Bakhtin concluir que Dostoiévski é um autor polifônico. Nesse sentido, o romance polifônico é um espaço discursivo em que as personagens compõem um conjunto de vozes que dialogam igualmente. Não há sobreposição de uma voz sobre outra, apesar de o autor ser o centro organizador da relação entre as personagens. Acreditamos, portanto, que é possível relativizar o conceito de polifonia a partir da análise de um universo discursivo não-polifônico, ou seja, caracterizamos a polifonia a partir do monológico. |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008-02-28 2014-06-11T19:26:50Z 2014-06-11T19:26:50Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
KOGAWA, João Marcos Mateus. Sobre a noção de polifonia em Bakthin. 2008. 129 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2008. http://hdl.handle.net/11449/93961 000549221 kogawa_jmm_me_arafcl.pdf 33004030009P4 8827698477373212 0000-0001-7453-1734 |
identifier_str_mv |
KOGAWA, João Marcos Mateus. Sobre a noção de polifonia em Bakthin. 2008. 129 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2008. 000549221 kogawa_jmm_me_arafcl.pdf 33004030009P4 8827698477373212 0000-0001-7453-1734 |
url |
http://hdl.handle.net/11449/93961 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
129 f. application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Aleph reponame:Repositório Institucional da UNESP instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNESP |
collection |
Repositório Institucional da UNESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1808128267952062464 |