Fatores prognósticos e resposta ao tratamento da neoplasia trofoblástica gestacional de alto risco em mulheres Sul Americanas — Um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Marjory de Freitas Segalla
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/192617
Resumo: Introdução: A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) de alto risco compreende um conjunto de doenças malignas da placenta que requerem tratamento quimioterápico com múltiplos agentes. Centros Brasileiros de Referência apresentam alta proporção de NTG de alto risco quando comparada aos centros de países desenvolvidos. Objetivos: Avaliar os resultados do tratamento quimioterápico, especificamente os fatores de risco associados com a falha do tratamento primário, em mulheres sul-americanas com NTG de alto risco. Métodos: Este estudo de coorte retrospectiva investigou mulheres com NTG de alto risco (definição consoante o sistema de estadiamento FIGO 2002) tratadas em um dos três centros sul-americanos: Centro de Doenças Trofoblásticas de Botucatu - Universidade do Estado de São Paulo; Centro de Doenças Trofoblásticas do Rio de Janeiro - Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense; e Centro de Doenças Trofoblásticas de Buenos Aires - Hospital Carlos G. Durand de Buenos Aires, Argentina, no período de 1990 a 2014. Dados clínicos coletados incluíram idade, número de partos, tipo de gravidez antecedente, intervalo entre a gravidez antecedente e o início do tratamento da NTG, título de hCG sérico pré-tratamento, presença de doença metastática, local e número de metástases, estadiamento e escore de risco FIGO. Resultado do tratamento foi categorizado como sucesso (remissão completa sustentada) ou falha (resistência, toxicidade, óbito precoce). Regressão logística foi utilizada para identificar os fatores clínicos associados com a falha do tratamento primário (p < 0.05). Resultados: A proporção de pacientes com NTG de alto risco foi 15,1% (191/1264). Um total de 157 mulheres foram incluídas na análise. A taxa de remissão completa sustentada foi 65,6% (103/157). Entre 54 casos de falha do tratamento quimioterápico primário, resistência foi observada em 42 (77,7%), toxicidade em 7 (13%) e óbito precoce em 5 (9,3%). Houve 17 casos de óbito (5 precoces e 12 óbitos tardios). Antecedente de gravidez não molar (OR 2,63, IC 95% 1,30-5,33, p = 0,007), número de metástases ≥ 8 (OR 2,92, IC 95% 1,31-6,53, p = 0,009), escore de risco FIGO ≥ 12 (OR 3,20, IC 95% 1,48-6,89, p = 0,003) e intervalo de tempo entre a gravidez antecedente e o tratamento da NTG ≥ 7 meses (OR 3,40, IC 95% 1,01-11,45, p = 0,048) foram fatores de risco independentes para a falha do tratamento quimioterápico primário. Conclusões: A proporção de pacientes com NTG de alto risco observada foi maior que aquela reportada em países desenvolvidos. O antecedente de gravidez não molar, número de metástases ≥ 8, escore de risco FIGO ≥ 12 e intervalo de tempo entre a gravidez antecedente e o tratamento da NTG foram fatores independentes associados com a falha do tratamento quimioterápico primário. Encaminhamento precoce de pacientes com NTG para centros especializados é altamente recomendado para que o risco seja propriamente avaliado e um tratamento imediato e adequado instituído.
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Métodos: Este estudo de coorte retrospectiva investigou mulheres com NTG de alto risco (definição consoante o sistema de estadiamento FIGO 2002) tratadas em um dos três centros sul-americanos: Centro de Doenças Trofoblásticas de Botucatu - Universidade do Estado de São Paulo; Centro de Doenças Trofoblásticas do Rio de Janeiro - Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense; e Centro de Doenças Trofoblásticas de Buenos Aires - Hospital Carlos G. Durand de Buenos Aires, Argentina, no período de 1990 a 2014. Dados clínicos coletados incluíram idade, número de partos, tipo de gravidez antecedente, intervalo entre a gravidez antecedente e o início do tratamento da NTG, título de hCG sérico pré-tratamento, presença de doença metastática, local e número de metástases, estadiamento e escore de risco FIGO. Resultado do tratamento foi categorizado como sucesso (remissão completa sustentada) ou falha (resistência, toxicidade, óbito precoce). Regressão logística foi utilizada para identificar os fatores clínicos associados com a falha do tratamento primário (p < 0.05). Resultados: A proporção de pacientes com NTG de alto risco foi 15,1% (191/1264). Um total de 157 mulheres foram incluídas na análise. A taxa de remissão completa sustentada foi 65,6% (103/157). Entre 54 casos de falha do tratamento quimioterápico primário, resistência foi observada em 42 (77,7%), toxicidade em 7 (13%) e óbito precoce em 5 (9,3%). Houve 17 casos de óbito (5 precoces e 12 óbitos tardios). Antecedente de gravidez não molar (OR 2,63, IC 95% 1,30-5,33, p = 0,007), número de metástases ≥ 8 (OR 2,92, IC 95% 1,31-6,53, p = 0,009), escore de risco FIGO ≥ 12 (OR 3,20, IC 95% 1,48-6,89, p = 0,003) e intervalo de tempo entre a gravidez antecedente e o tratamento da NTG ≥ 7 meses (OR 3,40, IC 95% 1,01-11,45, p = 0,048) foram fatores de risco independentes para a falha do tratamento quimioterápico primário. Conclusões: A proporção de pacientes com NTG de alto risco observada foi maior que aquela reportada em países desenvolvidos. O antecedente de gravidez não molar, número de metástases ≥ 8, escore de risco FIGO ≥ 12 e intervalo de tempo entre a gravidez antecedente e o tratamento da NTG foram fatores independentes associados com a falha do tratamento quimioterápico primário. Encaminhamento precoce de pacientes com NTG para centros especializados é altamente recomendado para que o risco seja propriamente avaliado e um tratamento imediato e adequado instituído.Introduction: High-risk gestational trophoblastic neoplasia (GTN) comprises a set of malignant placental diseases that require multi-agent chemotherapy. Brazilian Reference Centers have a high proportion of high-risk NTG when compared to centers in developed countries. Objectives: To assess chemotherapy outcomes, particularly the risk factors associated with primary treatment failure, in South American women with high-risk GTN. Methods: This retrospective cohort study investigated women with FIGO-defined and staged high-risk GTN attending three South American centers: Botucatu Trophoblastic Diseases Center- São Paulo State University; Rio de Janeiro Trophoblastic Diseases Center – Maternity School of Rio de Janeiro Federal University, and University Hospital Antônio Pedro of Fluminense Federal University; and Buenos Aires Trophoblastic Diseases Center - Hospital Carlos G. Durand of Buenos Aires, Argentina, between 1990 and 2014. Clinical data collected included age, number of deliveries, type of antecedent pregnancy, interval between antecedent pregnancy and GTN treatment initiation, pre-treatment serum hCG level, presence of metastatic disease, metastasis site and number, FIGO stage and risk score. Treatment outcome was classified as success (sustained complete remission) or failure (resistance, toxicity, early death). Logistic regression was used to identify the clinical factors associated with primary treatment failure (p < 0.05). Results: The proportion of patients with high-risk GTN was 15.1% (191/1264). A total of 157 women were included in the analysis. Sustained complete remission rate was 65.6% (103/157). Among 54 cases of primary chemotherapy failure, resistance was observed in 42 (77.7%), toxicity in 7 (13%), and early death in 5 (9.3%). There were 17 cases of death (5 early and 12 late). Non-molar antecedent pregnancy (OR 2.63, 95% CI 1.30-5.33, p = 0.007), number of metastases ≥ 8 (OR 2.92, 95%CI 1.31-6.53, p = 0.009), FIGO risk score ≥ 12 (OR 3.20, 95%CI 1.48-6.89, p = 0.003), and interval between antecedent pregnancy and GTN treatment ≥ 7 months (OR 3.40, 95%CI 1.01-11.45, p = 0.048) were independent risk factors for primary chemotherapy failure. Conclusions: The proportion of patients with high-risk GTN observed was higher than those found in developed countries. Non-molar antecedent pregnancy, metastatic disease, FIGO risk score ≥ 12, and time interval between antecedent pregnancy and GTN treatment were independent risk factors for primary chemotherapy failure. The early referral of GTN patients to specialized centers is highly recommended so that risk can be properly assessed and prompt and proper treatment can be provided.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Maestá, Izildinha [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Moreira, Marjory de Freitas Segalla2020-05-22T18:17:25Z2020-05-22T18:17:25Z2017-08-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19261700093147233004064077P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T18:30:18Zoai:repositorio.unesp.br:11449/192617Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T18:30:18Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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