Carcinoma basocelular: aspectos clínicos, epidemiológicos e novas terapias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11449/256919 |
Resumo: | O presente estudo concentrou-se no carcinoma basocelular (CBC), o tumor de pele mais comum da região periocular. Os principais objetivos do estudo foram três e estão apresentados a seguir. Estudo 1: A distribuição mundial do CBC é influenciada por vários fatores, sendo a prevalência deste tumor bastante variável e pouco conhecida. Uma revisão sistemática da literatura foi realizada para avaliar a prevalência e a distribuição do CBC periocular no mundo. Aplicados os critérios de seleção, foram analisados 46 artigos, que trouxeram uma prevalência mundial média estimada de 57,93% de CBC periocular entre os tumores malignos. Foi realizada uma meta-análise que considerou a heterogeneidade e os efeitos aleatórios dos estudos selecionados, corrigindo a prevalência mundial do CBC periocular para 59% (intervalo de confiança=95%; variação de 0,50 - 0,68). Observou-se prevalência ≥80% em 11 artigos, dos quais 54,54% estavam localizados na Europa, entre 80 e 50% em 14 e ≤50% em 16. O CBC predomina nos países ocidentais, enquanto o carcinoma de células sebáceas foi mais prevalente nos países orientais. Conclusão: A prevalência mundial do CBC periocular é de 59%. O CBC é a lesão periocular maligna mais comum no Ocidente, enquanto o carcinoma de células sebáceas é o mais prevalente no Oriente. Estudo 2: O padrão ouro para o tratamento do CBC é a remoção cirúrgica. Após a remoção, existe a possibilidade de recidiva da lesão, que varia de acordo com fatores ambientais, genéticos e relacionados ao tumor. Não existe uma abordagem padrão para o acompanhamento dos pacientes com CBC após a remoção cirúrgica. Para avaliar a melhor forma de monitorar o CBC periocular primário após a cirurgia, foi realizado um estudo retrospectivo avaliando os prontuários dos pacientes operados em nosso serviço, no período de março de 2012 a dezembro de 2019. Cento e dezesseis pacientes (135 lesões) operados de CBC periocular primário e com confirmação diagnóstica por exame histológico foram incluídos no estudo. As características dos pacientes e das lesões, local de acometimento, tipo histológico, acometimento das margens de ressecção cirúrgica, tempo de seguimento e recidiva foram registrados e transferidos para planilha do Excel. No período do estudo houve recidiva após exérese em nove casos (6,97%). O tempo médio entre a cirurgia e a recidiva foi de 2,92±2,37 anos. Os fatores estatisticamente relacionados à recidiva do CBC periocular primário foram o subtipo histológico (“outros” - micronodular, multifocal, infiltrativo, misto, fibroepitelial, basoescamoso, plexiforme, ceratótico e metatípico com recidiva de 50% e esclerodermiforme com 16,67%) e as margens cirúrgicas comprometidas (15,38% de recidiva). Recidiva tumoral também ocorreu em pacientes com margens cirúrgicas livres. Conclusão: O subtipo histológico (“outros” - esclerodermiforme) foi o fator mais relacionado à possibilidade de recidiva tumoral. A recidiva do tumor também ocorreu quando as margens estavam livres. Assim, o acompanhamento a longo prazo pode ser necessário, mesmo com margens livres de tumor. Nos tumores recidivados, a opção mais prudente seria manter o acompanhamento ambulatorial por toda a vida. Estudo 3: Recentemente, o tratamento clínico do CBC tem sido utilizado em casos especiais, com uso de medicamentos desenvolvidos no exterior. O Brasil possui a maior reserva de extratos naturais do planeta, o que poderá ser uma nova opção terapêutica não cirúrgica para o tratamento do CBC. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar in vitro a ação de alguns fitoterápicos obtidos na região do Cariri (Brasil) sobre as células de CBC, além de avaliar seus efeitos citotóxicos. O ensaio de redução de brometo de 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5- difeniltetrazólio (MTT) a Formazan foi aplicado sobre a linhagem celular TE354T de CBC, mostrando que o menor percentual de proliferação celular foi obtido com o Extrato Etanólico do Cerne do Pau Branco (ECPB). A concentração inibitória média (IC50) foi obtida com concentração de 0,02 mg/mL. A ação do ECPB ocorreu no citoesqueleto e núcleo das células tratadas, com redução na porcentagem de células vivas devido à apoptose tardia ou necrose nas células tumorais. Conclusão: A IC50 de 0,02mg/mL de ECPB pode ser útil para a realização de testes clínicos em portadores de CBC. Nesta concentração, o ECPB não demonstrou citotoxicidade em células não tumorais. |
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Carcinoma basocelular: aspectos clínicos, epidemiológicos e novas terapiasBasal cell carcinoma: clinical, epidemiological aspects, and new therapiesCarcinoma basocelularMargens cirúrgicasMedicamentos fitoterápicosPrevalênciaRecidivaO presente estudo concentrou-se no carcinoma basocelular (CBC), o tumor de pele mais comum da região periocular. Os principais objetivos do estudo foram três e estão apresentados a seguir. Estudo 1: A distribuição mundial do CBC é influenciada por vários fatores, sendo a prevalência deste tumor bastante variável e pouco conhecida. Uma revisão sistemática da literatura foi realizada para avaliar a prevalência e a distribuição do CBC periocular no mundo. Aplicados os critérios de seleção, foram analisados 46 artigos, que trouxeram uma prevalência mundial média estimada de 57,93% de CBC periocular entre os tumores malignos. Foi realizada uma meta-análise que considerou a heterogeneidade e os efeitos aleatórios dos estudos selecionados, corrigindo a prevalência mundial do CBC periocular para 59% (intervalo de confiança=95%; variação de 0,50 - 0,68). Observou-se prevalência ≥80% em 11 artigos, dos quais 54,54% estavam localizados na Europa, entre 80 e 50% em 14 e ≤50% em 16. O CBC predomina nos países ocidentais, enquanto o carcinoma de células sebáceas foi mais prevalente nos países orientais. Conclusão: A prevalência mundial do CBC periocular é de 59%. O CBC é a lesão periocular maligna mais comum no Ocidente, enquanto o carcinoma de células sebáceas é o mais prevalente no Oriente. Estudo 2: O padrão ouro para o tratamento do CBC é a remoção cirúrgica. Após a remoção, existe a possibilidade de recidiva da lesão, que varia de acordo com fatores ambientais, genéticos e relacionados ao tumor. Não existe uma abordagem padrão para o acompanhamento dos pacientes com CBC após a remoção cirúrgica. Para avaliar a melhor forma de monitorar o CBC periocular primário após a cirurgia, foi realizado um estudo retrospectivo avaliando os prontuários dos pacientes operados em nosso serviço, no período de março de 2012 a dezembro de 2019. Cento e dezesseis pacientes (135 lesões) operados de CBC periocular primário e com confirmação diagnóstica por exame histológico foram incluídos no estudo. As características dos pacientes e das lesões, local de acometimento, tipo histológico, acometimento das margens de ressecção cirúrgica, tempo de seguimento e recidiva foram registrados e transferidos para planilha do Excel. No período do estudo houve recidiva após exérese em nove casos (6,97%). O tempo médio entre a cirurgia e a recidiva foi de 2,92±2,37 anos. Os fatores estatisticamente relacionados à recidiva do CBC periocular primário foram o subtipo histológico (“outros” - micronodular, multifocal, infiltrativo, misto, fibroepitelial, basoescamoso, plexiforme, ceratótico e metatípico com recidiva de 50% e esclerodermiforme com 16,67%) e as margens cirúrgicas comprometidas (15,38% de recidiva). Recidiva tumoral também ocorreu em pacientes com margens cirúrgicas livres. Conclusão: O subtipo histológico (“outros” - esclerodermiforme) foi o fator mais relacionado à possibilidade de recidiva tumoral. A recidiva do tumor também ocorreu quando as margens estavam livres. Assim, o acompanhamento a longo prazo pode ser necessário, mesmo com margens livres de tumor. Nos tumores recidivados, a opção mais prudente seria manter o acompanhamento ambulatorial por toda a vida. Estudo 3: Recentemente, o tratamento clínico do CBC tem sido utilizado em casos especiais, com uso de medicamentos desenvolvidos no exterior. O Brasil possui a maior reserva de extratos naturais do planeta, o que poderá ser uma nova opção terapêutica não cirúrgica para o tratamento do CBC. Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar in vitro a ação de alguns fitoterápicos obtidos na região do Cariri (Brasil) sobre as células de CBC, além de avaliar seus efeitos citotóxicos. O ensaio de redução de brometo de 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5- difeniltetrazólio (MTT) a Formazan foi aplicado sobre a linhagem celular TE354T de CBC, mostrando que o menor percentual de proliferação celular foi obtido com o Extrato Etanólico do Cerne do Pau Branco (ECPB). A concentração inibitória média (IC50) foi obtida com concentração de 0,02 mg/mL. A ação do ECPB ocorreu no citoesqueleto e núcleo das células tratadas, com redução na porcentagem de células vivas devido à apoptose tardia ou necrose nas células tumorais. Conclusão: A IC50 de 0,02mg/mL de ECPB pode ser útil para a realização de testes clínicos em portadores de CBC. Nesta concentração, o ECPB não demonstrou citotoxicidade em células não tumorais.The present study focused on basal cell carcinoma (BCC), the most common skin tumor in the periocular region. The main purposes of the study were three, developed as follows. Study 1: The distribution of CBC worldwide is influenced by several factors, rendering it quite variable and relatively unknown. A systematic review of the literature was conducted to assess the prevalence and distribution of periocular BCC worldwide. After applying the selection criteria, 46 articles were analyzed, yielding an estimated average prevalence of 57.93% of periocular BCC. A quantitative synthesis through meta-analysis, accounting for study heterogeneity and random effects, corrected the worldwide prevalence of periocular BCC to 59% (CI=95%; range of 0.50 - 0.68). The prevalence was ≥80% in 11 articles, with 54.54% located in Europe, between 80 and 50% in 14, and ≤50% in 16. Western countries exhibited a complete predominance of BCC, while sebaceous cell carcinoma was more prevalent in Eastern countries. Conclusion: The prevalence of periocular BCC worldwide is 59%. BCC is the most common malignant periocular lesion in the West, while sebaceous cell carcinoma is the most prevalent in the East. Study 2: The gold standard for treating BCC is surgical removal. However, post-removal, there exists a possibility of tumor recurrence, varying based on environmental, genetic, and tumor-related factors; moreover, no standardized approach for post-excision follow-up exists. To assess optimal monitoring after primary periocular BCC surgery, a retrospective study was conducted on patients' medical records treated in our service from March 2012 to December 2019. A total of one hundred and sixteen patients (135 lesions) who underwent primary periocular BCC surgery with histological confirmation were evaluated. Patients and the lesions characteristics, site of involvement, histological type, surgical resection margin involvement, follow-up duration and lesion recurrence were recorded in an Excel datasheet. Over the study period, nine cases (6.97%) experienced recurrence after excision, with an average time to recurrence of 2.92±2.37 years. Factors statistically associated with primary periocular BCC recurrence were the histological subtype ("others" - micronodular, multifocal, infiltrative, mixed, fibroepithelial, basosquamous, plexiform, keratotic, and metatypical with a recurrence of 50%, and sclerodermiform with a recurrence of 16.67%) and compromised surgical margins (15.38% recurrence). Tumor recurrence also occurred in patients with clear margins. Conclusion: The histological subtype (“others” - sclerodermiform) was the factor most related to the possibility of tumor recurrence. Tumor recurrence can even manifest with tumor-free margins, necessitating long-term follow-up. In recurrent tumors, the most prudent option would be to maintain outpatient follow-up for life. Study 3: Recently, clinical treatment for BCC has incorporated drugs developed abroad for specific cases. Brazil has the largest reserve of natural extracts on the planet, which could be a new line among non-surgical therapy options for BCC. To evaluate the action of herbal medicines obtained in the Cariri region (Brazil) on BCC cells in vitro, and assess their cytotoxic effects, this study was developed. Conducting tests on various herbal medicines using the 3-[4,5-dimethylthiazol-2-yl]-2,5 diphenyltetrazolium bromide (MTT) Formazan reduction assay on the TE354T BCC cell line, it was found that the lowest percentage of cell proliferation was achieved with the Ethanolic Extract of the Heartwood of Pau Branco (ECPB). The IC50 was obtained with a concentration of 0.02 mg/mL. ECPB exhibited an impact on the cytoskeleton and nucleus of treated cells, resulting in reduced cell viability percentual due to late apoptosis or necrosis in tumor cells. Conclusion: The mean inhibitory concentration (IC50) of 0.02mg/mL of ECPB can be useful for conducting clinical tests on BCC patients without causing cytotoxicity in non-tumor cells.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Schellini, Silvana Artioli [UNESP]Viveiros, Magda Massae HataRocha, Hugo Alexandre de OliveiraBezerra, Raquel Galvão [UNESP]2024-08-05T21:29:39Z2024-08-05T21:29:39Z2024-01-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/11449/25691933004064006P8porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-06T21:00:11Zoai:repositorio.unesp.br:11449/256919Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-06T21:00:11Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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