Automedicação e saúde pública: dimensionamento farmacoepidemiológico dos fatores de risco e comportamentos de saúde da população brasileira.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/193432 |
Resumo: | O uso de medicamentos sem a formalidade prescricional configura, mundialmente, um problema de saúde pública. Pois, induz a efeitos adversos, dentre os quais podemos citar: intoxicações, desenvolvimento de cepas resistentes e doenças iatrogênicas. O objetivo deste estudo foi caracterizar e dimensionar a prática da automedicação na população adulta e idosa, da atenção primária à saúde, bem como, identificar possíveis associações entre estilo de vida e fatores de risco pelo uso de medicamentos sem prescrição. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e quantitativo, realizado na atenção primária à saúde de uma cidade de médio porte, no interior do estado de São Paulo. Para a condução da pesquisa foram utilizados um inquérito semiestruturado, dimensionado em três blocos temáticos, e um questionário denominado: “Estilo de Vida Fantástico”. Para a estatística, foram empregados a análise bivariada, a regressão logística binomial e o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Tendo em vista o elevado número de indivíduos adscritos nas unidades de saúde e viabilizando a coleta de dados, foi realizado o cálculo amostral, considerando para tal que 50% dos adultos e idosos fazem uso de medicamentos sem prescrição, conforme verificado na literatura. Ademais, para a correção de eventuais perdas, foram adicionadas 20% (n=77) ao tamanho amostral, com precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%, totalizando a necessidade mínima de 461 participantes, à pesquisa. Dos 537 participantes, 98,1% relataram ter praticado automedicação nos últimos 15 dias. Verificaram-se associações entre: a variável dependente e a enxaqueca (OR=3,347 IC 95% 1,011- 11,078); presença de dor no momento atual (OR=2,189 IC 95% 1, 251-3,882); uso de medicamentos sob influência de familiares (OR=2,431 IC 95% 1, 402-4,215); recomendação de fármacos para pessoas do próprio convívio (OR= 1,965 IC 95% 1,246- 3,099); falta de leitura da bula (OR=1,682 IC95% 1, 079-2,624); gastos de medicamentos nos últimos 30 dias (OR=1,532 IC95% 1,032-2,273) e ausência de atividades de lazer (OR= 4,335 IC 95% 1,509-12,456). No que se refere ao uso de antibióticos, 40,6% dos indivíduos fizeram uso dessa classe terapêutica sem prescrição nos últimos 12 meses. Observou-se associações entre a variável dependente e a presença de dor atual (OR=2,390 IC95% 1,414-4,041); estoque domiciliar (OR=2,124 0 IC95% 1,122-4,021) e uso de medicamentos por recomendação (OR=1,722 IC95% 1,127-2,631). Além disso, os participantes que fizeram uso de antibiótico sem prescrição, no período de um ano, apresentaram os menores valores em todos os domínios avaliados pelo “Estilo de Vida Fantástico”, e tiveram as maiores proporções no score final “Precisa melhorar” e “Regular”. Conclui-se que, uma parte expressiva dos usuários da atenção primária à saúde fez uso de medicamentos sem prescrição, dentre os quais, antibióticos. Na investigação do estilo de vida percebeu-se que, os indivíduos que fizeram uso dessa classe terapêutica apresentaram os menores valores nos domínios avaliados, bem como, apresentaram maiores proporções no score “Precisa Melhorar” e “Regular”. Quanto aos fatores de risco associados à prática da automedicação, destacaram-se: presença de dor, uso das classes terapêuticas sob influência, presença de estoque domiciliar, falta de leitura da bula e ausência de atividades de lazer. |
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Automedicação e saúde pública: dimensionamento farmacoepidemiológico dos fatores de risco e comportamentos de saúde da população brasileira.Self-medication and public health: a pharmacoepidemiological study of health risk and behaviour factors in the Brazilian population.AutomedicaçãoUso de MedicamentosMedicamentos não prescritosSelf-medicationDrug UtilizationNonprescription DrugsO uso de medicamentos sem a formalidade prescricional configura, mundialmente, um problema de saúde pública. Pois, induz a efeitos adversos, dentre os quais podemos citar: intoxicações, desenvolvimento de cepas resistentes e doenças iatrogênicas. O objetivo deste estudo foi caracterizar e dimensionar a prática da automedicação na população adulta e idosa, da atenção primária à saúde, bem como, identificar possíveis associações entre estilo de vida e fatores de risco pelo uso de medicamentos sem prescrição. Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e quantitativo, realizado na atenção primária à saúde de uma cidade de médio porte, no interior do estado de São Paulo. Para a condução da pesquisa foram utilizados um inquérito semiestruturado, dimensionado em três blocos temáticos, e um questionário denominado: “Estilo de Vida Fantástico”. Para a estatística, foram empregados a análise bivariada, a regressão logística binomial e o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Tendo em vista o elevado número de indivíduos adscritos nas unidades de saúde e viabilizando a coleta de dados, foi realizado o cálculo amostral, considerando para tal que 50% dos adultos e idosos fazem uso de medicamentos sem prescrição, conforme verificado na literatura. Ademais, para a correção de eventuais perdas, foram adicionadas 20% (n=77) ao tamanho amostral, com precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%, totalizando a necessidade mínima de 461 participantes, à pesquisa. Dos 537 participantes, 98,1% relataram ter praticado automedicação nos últimos 15 dias. Verificaram-se associações entre: a variável dependente e a enxaqueca (OR=3,347 IC 95% 1,011- 11,078); presença de dor no momento atual (OR=2,189 IC 95% 1, 251-3,882); uso de medicamentos sob influência de familiares (OR=2,431 IC 95% 1, 402-4,215); recomendação de fármacos para pessoas do próprio convívio (OR= 1,965 IC 95% 1,246- 3,099); falta de leitura da bula (OR=1,682 IC95% 1, 079-2,624); gastos de medicamentos nos últimos 30 dias (OR=1,532 IC95% 1,032-2,273) e ausência de atividades de lazer (OR= 4,335 IC 95% 1,509-12,456). No que se refere ao uso de antibióticos, 40,6% dos indivíduos fizeram uso dessa classe terapêutica sem prescrição nos últimos 12 meses. Observou-se associações entre a variável dependente e a presença de dor atual (OR=2,390 IC95% 1,414-4,041); estoque domiciliar (OR=2,124 0 IC95% 1,122-4,021) e uso de medicamentos por recomendação (OR=1,722 IC95% 1,127-2,631). Além disso, os participantes que fizeram uso de antibiótico sem prescrição, no período de um ano, apresentaram os menores valores em todos os domínios avaliados pelo “Estilo de Vida Fantástico”, e tiveram as maiores proporções no score final “Precisa melhorar” e “Regular”. Conclui-se que, uma parte expressiva dos usuários da atenção primária à saúde fez uso de medicamentos sem prescrição, dentre os quais, antibióticos. Na investigação do estilo de vida percebeu-se que, os indivíduos que fizeram uso dessa classe terapêutica apresentaram os menores valores nos domínios avaliados, bem como, apresentaram maiores proporções no score “Precisa Melhorar” e “Regular”. Quanto aos fatores de risco associados à prática da automedicação, destacaram-se: presença de dor, uso das classes terapêuticas sob influência, presença de estoque domiciliar, falta de leitura da bula e ausência de atividades de lazer.The use of drugs without prescription is a worldwide public health problem, because it induces adverse effects, including intoxication, development of resistant strains, and iatrogenic diseases. This study characterized and measured self-medication in adult and elderly populations in primary health care, as well as identified possible associations between lifestyle and risk factors for the use of over-the-counter medications. This is an epidemiological, cross-sectional, quantitative study, carried out in the primary health care of a medium-sized city in the state of São Paulo. We conducted the research using a semi-structured survey, which included three thematic blocks and a questionnaire called FANTASTIC Lifestyle. The statistical analysis included a bivariate analysis, a binomial logistic regression, and the Mann-Whitney non-parametric test. To collect data in view of the high number of individuals registered in health units, we calculated the study sample considering that 50% of the adult and elderly population self-medicate, as verified in the literature. To correct eventual losses, 20% (n = 77) were added to the sample size, with an accuracy of 5% and a 95% confidence interval, totaling a minimum final sample of 461 participants. The sample comprised 537 participants, and 98.1% of them reported they self-medicated in the last 15 days. There were associations between the dependent variable and migraine (OR = 3.347 95% CI 1.011-11.078); current pain (OR = 2.189 CI 95% 1, 251-3,882); use of medications under the influence of family members (OR = 2.431 CI 95% 1, 402-4.215) and recommendation of drugs for acquaintances (OR = 1.965 CI 95% 1.246- 3.099); not reading drugs’ leaflet (OR = 1.682 CI95% 1.079-2.624); medication expenditures in the last 30 days (OR = 1.532 95% CI 1.032-2.273); and lack of leisure activities (OR = 4.335 95% CI 1.509-12.456). Concerning antibiotics, 40.6% of individuals used this therapeutic class without prescription in the last 12 months. We observed associations between the dependent variable and current pain (OR = 2.390 95% CI 1.414-4.041); medication stored in the home (OR = 2.124 0 95% CI 1.222-4.021); and use of medication on someone’s recommendation (OR = 1.722 CI 95% 1.127-2.631). Also, participants who used antibiotics without prescription in the period of one year had the lowest values in all domains assessed by FANTASTIC Lifestyle, and they had the highest proportions in the final score of "Fair” and “Needs improvement". A significant part of users of primary health care self-medicated, including antibiotics. In the investigation of lifestyle, individuals who used antibiotics had the lowest values in the domains assessed and presented higher proportions in the score “Need to improve” and “Average”. Regarding risk factors associated with self-medication, the following stood out: presence of pain, use of therapeutic classes under influence, medication stored in the home, not reading drugs’ leaflet, and lack of leisure activities. Therefore, raising awareness about the potential risks of self-medication may produce positive impacts on the population’s health care and strengthens public health policies.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Garbin, Clea Adas Saliba [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Batista, Julia Arruda [UNESP]2020-09-09T23:30:16Z2020-09-09T23:30:16Z2020-08-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19343233004021074P144191585257096860000-0001-5069-8812porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-20T20:11:41Zoai:repositorio.unesp.br:11449/193432Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-20T20:11:41Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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