Investigando a variação morfológica e molecular da aranha Sickius longibulbi (Mygalomorphae, Theraphosidae)

• Autor(a) principal: Groppo, Beatriz Bachega
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/256193
• topic: Zoologia; História natural Classificação; Aranha; Biologia molecular; Morfologia (Animais); DNA barcoding; Morfometria; Taxonomia integrativa; Tarântulas; DNA barcoding; Integrative taxonomy; Morphometry; Tarantulas

Sickius é um gênero monotípico (Sickius longibulbi Soares & Camargo, 1948) que possui uma ampla distribuição geográfica no Brasil e uma morfologia conservada. O gênero faz parte da infraordem Mygalomorphae, a qual possui uma história taxonômica complexa principalmente devido à morfologia uniforme dos indivíduos do grupo, o que dificulta a delimitação de espécies. A taxonomia integrativa, utilizada neste estudo, visa adicionar mais linhas de evidência, incluindo, por exemplo, o DNA barcoding. Os objetivos do trabalho foram: (1) estudar a diversidade genética de diferentes populações de aranhas S. longibulbi por meio de sequenciamento do mtDNA COI; (2) estudar a variação morfológica dessas aranhas através de métodos de morfometria; (3) inferir as relações filogenéticas entre as populações de acordo com as análises moleculares e morfométricas; (4) integrar dados genéticos e morfológicos para investigar a hipótese de descontinuidade no fluxo gênico entre as populações de S. longibulbi e identificar possíveis espécies crípticas. As análises moleculares incluíram Máxima Verossimilhança (MV) e Inferência Bayesiana (IB) para construção de árvores filogenéticas, além de distância genética e rede de haplótipos. Os métodos morfométricos incluíram análises de morfometria linear, geométrica e contorno de Fourier. As análises de MV e IB resultaram na recuperação de Sickius como um grupo monofilético, com a formação de quatro clados distintos com estrutura genética regional. O primeiro clado, sendo o grupo mais distante filogeneticamente e grupo irmão dos demais, foi identificado em São Paulo (SP). O segundo clado originou-se do Distrito Federal (DF), sendo o grupo irmão de outros dois agrupamentos. Um desses agrupamentos tem origem em Goiás (GO) enquanto o outro situa-se no Mato Grosso do Sul (MS). As análises de distância genética mostraram maiores valores entre os grupos GO e MS. A rede de haplótipos demonstrou diferentes haplótipos nas populações, nenhum deles compartilhados entre si. As análises morfométricas agruparam as amostras de acordo com os clados formados na análise molecular, mostrando principalmente uma separação entre MS e DF, porém, a separação dos grupos muitas vezes não foi significativa. Dessa forma, decidiu-se manter a espécie S. longibulbi como única, a qual apresenta similaridade morfológica e diversidade genética ao longo de sua distribuição. Espera-se que futuras análises possam ser realizadas com um número amostral maior, para resultados mais robustos.