Avaliação da toxicidade de efluentes de Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Santa Bárbara d'Oeste

• Autor(a) principal: Martins, Gabrielly Cristine
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/239293
• topic: Ambiental; Genética; Toxicologia; Mutagenicidade; Fitotoxicidade; Citoxicidade; Genotoxicidade; Allium cepa; Lactuca sativa; Mutagenicity; Phytotoxicity; Cytotoxicity; Genotoxicity

As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) produzem resíduos que podem ter ação detrimental tanto para o ambiente como para a saúde humana. Dentre os resíduos produzidos nas ETEs estão o lodo de esgoto, que é destinado a aterros sanitários específicos, e o efluente líquido, que é lançado em corpos d’águas superficiais. Embora as águas residuais passem por diversos tratamentos para remoção da carga poluidora, antes de serem lançadas nos corpos hídricos, esta remoção não é completa. Apesar das ETEs seguirem resoluções pré-estabelecidas para o lançamento de efluentes nos corpos receptores, os critérios desta avaliação só contemplam as características físico químicas e microbiológicas da água. Para um real monitoramento ambiental, também é necessário que sejam realizadas bioensaios complementares, com organismos bioindicadores de toxicidade. As espécies vegetais Lactuca sativa e Allium cepa são consideradas eficientes bioindicadores para avaliação da qualidade ambiental, por fornecerem dados consistentes sobre a fitotoxicidade, citotoxicidade, genotoxicidade e mutagenicidade de amostras ambientais. O presente estudo teve por objetivo monitorar o efluente tratado da ETE Toledos I da cidade de Santa Bárbara-SP, bem como as águas do Ribeirão dos Toledos, a montante e jusante do recebimento do efluente da ETE, além de um efluente contaminado com cromo que foi descartado no sistema coletor de esgoto municipal, por meio de ensaios de germinação e de crescimento de radícula/hipocótilo com L. sativa e por ensaios de índice mitótico (IM), de aberrações cromossômicas (AC) e de micronúcleo (MN) com A. cepa. Pelos bioensaios realizados com L. sativa, foi observado, para o período chuvoso, potencial fitotoxicidade para o efluente da ETE e para o efluente contaminado com cromo. Já para o período seco, foi observada fitotoxicidade para o efluente da ETE, para a amostra de água coletada a jusante do lançamento do efluente da ETE e para o efluente contaminado com cromo. Pelos ensaios com A. cepa, foi observado potencial citotóxico (ensaio do IM), somente no período chuvoso, para as amostras coletadas a jusante do lançamento do efluente da ETE e para o efluente contaminado com cromo. Neste estudo não foi observado potencial genotóxico (ensaio de AC) para nenhum tratamento do período chuvoso e seco, o que demonstrou que o tratamento realizado pela ETE foi eficiente para a remoção de substâncias genotóxicas do efluente. Pelo ensaio do MN foi observado potencial mutagênico somente para o efluente contaminado com cromo, o que também comprovou a eficiência do tratamento realizado pela ETE, na remoção de compostos mutagênicos de seu efluente. Pelos resultados desse estudo foi possível observar que os bioindicadores L. sativa e A. cepa apresentam diferentes sensibilidades para a avaliação das amostras ambientais, reforçando a importância do uso de diferentes biomarcadores e bioindicadores para um melhor diagnóstico das condições ambientais. O presente estudo demonstrou ainda a necessidade de incluir bioensaios de toxicidade aos ensaios químicos, para uma melhor avaliação da qualidade dos efluentes gerados pelas ETEs, bem como das condições dos ambientes aquáticos.