Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Matida, Caroline Kazue [UNESP], Sobreira, Marcone Lima [UNESP], Gianini, Mariângela [UNESP], Moura, Regina [UNESP], Rollo, Hamilton Almeida [UNESP], Yoshida, Winston Bonetti [UNESP], Maffei, Francisco Humberto de Abreu [UNESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000200005
http://hdl.handle.net/11449/11079
Resumo: CONTEXTO: Os fatores de risco para doença aterosclerótica, que influenciam na evolução natural dessa doença, estão bem estabelecidos, assim como o benefício do programa de exercícios para pacientes claudicantes. Entretanto, faltam informações sobre a relação entres limitações clínicas e fatores de risco, com desempenho do programa de caminhadas e suas implicações na evolução e mortalidade destes pacientes. OBJETIVO: Comparar, ao longo do tempo, a distância de claudicação e sobrevida de pacientes claudicantes em ambulatório específico, com ou sem limitação para exercícios. MÉTODOS: Foi feito um estudo tipo coorte retrospectivo de 185 pacientes e 469 retornos correspondentes, no período de 1999 a 2005, avaliando-se dados demográficos, distância média de claudicação (CI) e óbito. Os dados foram analisados nos programas Epi Info, versão 3.2, e SAS, versão 8.2. RESULTADOS: A idade média foi de 60,9±11,1 anos, sendo 61,1% do sexo masculino e 38,9% do sexo feminino. Oitenta e sete por cento eram brancos, e 13%, não-brancos. Os fatores de risco associados foram: hipertensão (69,7%), tabagismo (44,3%), dislipidemia (32,4%) e diabetes (28,6%). Nos claudicantes para menos de 500 m, a CI inicial em esteira foi de 154,0±107,6 m, e a CI final, de 199,8±120,5 m. Cerca de 45% dos pacientes tinham alguma limitação clínica para realizar o programa de exercícios preconizado, como: angina (26,0%), acidente vascular cerebral (4,3%), artropatia (3,8%), amputação menor ou maior com prótese (2,1%) ou doença pulmonar obstrutiva crônica (1,6%). Cerca de 11,4% dos pacientes tinham infarto do miocárdio prévio, e 5,4% deles usavam cardiotônico. O tempo de seguimento médio foi de 16,0±14,4 meses. A distância média de CI referida pelos pacientes aumentou 100% (de 418,47 m para 817,74 m) ao longo de 2 anos, nos grupos não-limitante (p < 0,001) e não-tabagista (p < 0,001). A sobrevida dos claudicantes foi significativamente menor no grupo com limitação. A análise de regressão logística mostrou que a limitação para realização de exercícios, isoladamente, influenciou significativamente na mortalidade (p < 0,001). CONCLUSÃO: A realização correta e regular dos exercícios e o abandono do fumo melhoram a distância de claudicação, além de reduzir a mortalidade nesses casos, seja por meio de efeitos positivos próprios do exercício, seja por meio de controle dos fatores de risco e de seus efeitos adversos.
id UNSP_9ebbaa4b981f1e34524b79e49e1dee4b
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/11079
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específicoComparative study of evolution and survival of patients with intermittent claudication, with or without limitation for exercises, followed in a specific outpatient settingClaudicação intermitenteateroscleroseterapia por exercíciofatores de riscoIntermittent claudicationatherosclerosisexercise therapyrisk factorsCONTEXTO: Os fatores de risco para doença aterosclerótica, que influenciam na evolução natural dessa doença, estão bem estabelecidos, assim como o benefício do programa de exercícios para pacientes claudicantes. Entretanto, faltam informações sobre a relação entres limitações clínicas e fatores de risco, com desempenho do programa de caminhadas e suas implicações na evolução e mortalidade destes pacientes. OBJETIVO: Comparar, ao longo do tempo, a distância de claudicação e sobrevida de pacientes claudicantes em ambulatório específico, com ou sem limitação para exercícios. MÉTODOS: Foi feito um estudo tipo coorte retrospectivo de 185 pacientes e 469 retornos correspondentes, no período de 1999 a 2005, avaliando-se dados demográficos, distância média de claudicação (CI) e óbito. Os dados foram analisados nos programas Epi Info, versão 3.2, e SAS, versão 8.2. RESULTADOS: A idade média foi de 60,9±11,1 anos, sendo 61,1% do sexo masculino e 38,9% do sexo feminino. Oitenta e sete por cento eram brancos, e 13%, não-brancos. Os fatores de risco associados foram: hipertensão (69,7%), tabagismo (44,3%), dislipidemia (32,4%) e diabetes (28,6%). Nos claudicantes para menos de 500 m, a CI inicial em esteira foi de 154,0±107,6 m, e a CI final, de 199,8±120,5 m. Cerca de 45% dos pacientes tinham alguma limitação clínica para realizar o programa de exercícios preconizado, como: angina (26,0%), acidente vascular cerebral (4,3%), artropatia (3,8%), amputação menor ou maior com prótese (2,1%) ou doença pulmonar obstrutiva crônica (1,6%). Cerca de 11,4% dos pacientes tinham infarto do miocárdio prévio, e 5,4% deles usavam cardiotônico. O tempo de seguimento médio foi de 16,0±14,4 meses. A distância média de CI referida pelos pacientes aumentou 100% (de 418,47 m para 817,74 m) ao longo de 2 anos, nos grupos não-limitante (p < 0,001) e não-tabagista (p < 0,001). A sobrevida dos claudicantes foi significativamente menor no grupo com limitação. A análise de regressão logística mostrou que a limitação para realização de exercícios, isoladamente, influenciou significativamente na mortalidade (p < 0,001). CONCLUSÃO: A realização correta e regular dos exercícios e o abandono do fumo melhoram a distância de claudicação, além de reduzir a mortalidade nesses casos, seja por meio de efeitos positivos próprios do exercício, seja por meio de controle dos fatores de risco e de seus efeitos adversos.BACKGROUND: Risk factors for atherosclerotic disease acting on natural history are well established, as well as the benefits of physical training in the treatment of intermittent claudication (IC). However, current data do not provide enough information about the relationship between clinical limitations and risk factors and the performance of physical training and its implications on the evolution and mortality of these patients. OBJECTIVE: To compare the claudication distance and survival of patients with IC throughout time in a specific outpatient setting, with or without limitation for exercises. METHODS: A retrospective cohort study was performed to review the protocols of 185 patients and 469 returns, from 1999 to 2005, evaluating demographic data, average claudication distance and death. The data were analyzed using the software Epi-Info, version 3.2, and SAS, version 8.2. RESULTS: Mean age was 60.9±11.1 years; 61.1% were males and 38.9% were females; 87% were Caucasians and 13% were non-Caucasians. Associated risk factors were hypertension (69.7%), smoking (44.3%), dyslipidemia (32.4%), and diabetes (28.6%). For the patients with claudicating distance lower than 500 m, mean initial distance was 154.0±107.6 m and final distance was 199.8±120.5 m. About 45% of the patients had some clinical limitation to perform the prescribed exercise program, such as angina (26.0%), stroke (4.3%), osteoarthrosis (3.8%), previous minor or major amputation (2.1%), or chronic obstructive pulmonary disease (1.6%). About 11.4% of the patients had previous myocardial infarction, and 5.4% of them were using cardiotonic drugs. Mean follow-up time was 16.0±14.4 months. Mean claudication distance increased 100% (418.47 to 817.74 m) throughout 2 years in the group without limitation (p < 0.001) and in nonsmokers (p < 0.001). Survival rate of patients with IC was significantly reduced in the group with limitation for exercises. Logistic regression analysis showed that limitation to exercises was the single factor significantly influencing mortality (p < 0.001). CONCLUSION: Proper and regular exercises and quitting smoking improve claudication distance and reduce mortality rates of these patients, whether by the positive effects of exercises or by controlling risk factors and their adverse effects.Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de BotucatuUniversidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de BotucatuSociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]Matida, Caroline Kazue [UNESP]Sobreira, Marcone Lima [UNESP]Gianini, Mariângela [UNESP]Moura, Regina [UNESP]Rollo, Hamilton Almeida [UNESP]Yoshida, Winston Bonetti [UNESP]Maffei, Francisco Humberto de Abreu [UNESP]2014-05-20T13:32:28Z2014-05-20T13:32:28Z2008-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article112-122application/pdfapplication/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000200005Jornal Vascular Brasileiro. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), v. 7, n. 2, p. 112-122, 2008.1677-5449http://hdl.handle.net/11449/1107910.1590/S1677-54492008000200005S1677-544920080002000052-s2.0-482491074632-s2.0-48249107463.pdfS1677-54492008000200005.pdf824078577931852636138352316549329609324832591382SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporJornal Vascular Brasileiro0,136info:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-06T06:30:23Zoai:repositorio.unesp.br:11449/11079Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-06T06:30:23Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
Comparative study of evolution and survival of patients with intermittent claudication, with or without limitation for exercises, followed in a specific outpatient setting
title Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
spellingShingle Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]
Claudicação intermitente
aterosclerose
terapia por exercício
fatores de risco
Intermittent claudication
atherosclerosis
exercise therapy
risk factors
title_short Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
title_full Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
title_fullStr Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
title_full_unstemmed Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
title_sort Estudo comparativo da evolução e sobrevida de pacientes com claudicação intermitente, com ou sem limitação para exercícios, acompanhados em ambulatório específico
author Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]
author_facet Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]
Matida, Caroline Kazue [UNESP]
Sobreira, Marcone Lima [UNESP]
Gianini, Mariângela [UNESP]
Moura, Regina [UNESP]
Rollo, Hamilton Almeida [UNESP]
Yoshida, Winston Bonetti [UNESP]
Maffei, Francisco Humberto de Abreu [UNESP]
author_role author
author2 Matida, Caroline Kazue [UNESP]
Sobreira, Marcone Lima [UNESP]
Gianini, Mariângela [UNESP]
Moura, Regina [UNESP]
Rollo, Hamilton Almeida [UNESP]
Yoshida, Winston Bonetti [UNESP]
Maffei, Francisco Humberto de Abreu [UNESP]
author2_role author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Yoshida, Ricardo de Alvarenga [UNESP]
Matida, Caroline Kazue [UNESP]
Sobreira, Marcone Lima [UNESP]
Gianini, Mariângela [UNESP]
Moura, Regina [UNESP]
Rollo, Hamilton Almeida [UNESP]
Yoshida, Winston Bonetti [UNESP]
Maffei, Francisco Humberto de Abreu [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Claudicação intermitente
aterosclerose
terapia por exercício
fatores de risco
Intermittent claudication
atherosclerosis
exercise therapy
risk factors
topic Claudicação intermitente
aterosclerose
terapia por exercício
fatores de risco
Intermittent claudication
atherosclerosis
exercise therapy
risk factors
description CONTEXTO: Os fatores de risco para doença aterosclerótica, que influenciam na evolução natural dessa doença, estão bem estabelecidos, assim como o benefício do programa de exercícios para pacientes claudicantes. Entretanto, faltam informações sobre a relação entres limitações clínicas e fatores de risco, com desempenho do programa de caminhadas e suas implicações na evolução e mortalidade destes pacientes. OBJETIVO: Comparar, ao longo do tempo, a distância de claudicação e sobrevida de pacientes claudicantes em ambulatório específico, com ou sem limitação para exercícios. MÉTODOS: Foi feito um estudo tipo coorte retrospectivo de 185 pacientes e 469 retornos correspondentes, no período de 1999 a 2005, avaliando-se dados demográficos, distância média de claudicação (CI) e óbito. Os dados foram analisados nos programas Epi Info, versão 3.2, e SAS, versão 8.2. RESULTADOS: A idade média foi de 60,9±11,1 anos, sendo 61,1% do sexo masculino e 38,9% do sexo feminino. Oitenta e sete por cento eram brancos, e 13%, não-brancos. Os fatores de risco associados foram: hipertensão (69,7%), tabagismo (44,3%), dislipidemia (32,4%) e diabetes (28,6%). Nos claudicantes para menos de 500 m, a CI inicial em esteira foi de 154,0±107,6 m, e a CI final, de 199,8±120,5 m. Cerca de 45% dos pacientes tinham alguma limitação clínica para realizar o programa de exercícios preconizado, como: angina (26,0%), acidente vascular cerebral (4,3%), artropatia (3,8%), amputação menor ou maior com prótese (2,1%) ou doença pulmonar obstrutiva crônica (1,6%). Cerca de 11,4% dos pacientes tinham infarto do miocárdio prévio, e 5,4% deles usavam cardiotônico. O tempo de seguimento médio foi de 16,0±14,4 meses. A distância média de CI referida pelos pacientes aumentou 100% (de 418,47 m para 817,74 m) ao longo de 2 anos, nos grupos não-limitante (p < 0,001) e não-tabagista (p < 0,001). A sobrevida dos claudicantes foi significativamente menor no grupo com limitação. A análise de regressão logística mostrou que a limitação para realização de exercícios, isoladamente, influenciou significativamente na mortalidade (p < 0,001). CONCLUSÃO: A realização correta e regular dos exercícios e o abandono do fumo melhoram a distância de claudicação, além de reduzir a mortalidade nesses casos, seja por meio de efeitos positivos próprios do exercício, seja por meio de controle dos fatores de risco e de seus efeitos adversos.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-06-01
2014-05-20T13:32:28Z
2014-05-20T13:32:28Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000200005
Jornal Vascular Brasileiro. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), v. 7, n. 2, p. 112-122, 2008.
1677-5449
http://hdl.handle.net/11449/11079
10.1590/S1677-54492008000200005
S1677-54492008000200005
2-s2.0-48249107463
2-s2.0-48249107463.pdf
S1677-54492008000200005.pdf
8240785779318526
3613835231654932
9609324832591382
url http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492008000200005
http://hdl.handle.net/11449/11079
identifier_str_mv Jornal Vascular Brasileiro. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), v. 7, n. 2, p. 112-122, 2008.
1677-5449
10.1590/S1677-54492008000200005
S1677-54492008000200005
2-s2.0-48249107463
2-s2.0-48249107463.pdf
S1677-54492008000200005.pdf
8240785779318526
3613835231654932
9609324832591382
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Jornal Vascular Brasileiro
0,136
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 112-122
application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)
dc.source.none.fl_str_mv SciELO
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799965538872459264