Resistir pelo mercado: a experiência de comercialização do Movimento dos Pequenos Agricultores no Mercado Popular de Alimentos em São Gabriel da Palha, Espírito Santo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/193381 |
Resumo: | O debate sobre a comercialização da produção camponesa tem ganhado centralidade dentro dos movimentos sociais. Tais organizações entendem que uma das formas de territorialização do Agronegócio se dá pela apropriação da produção camponesa na circulação das mercadorias, através de diversas formas de transferência da renda da terra camponesa. A construção de alternativas de resistência ao mercado convencional do capital foi assumida pelo Movimento de Pequenos Agricultores – MPA, em 2011, quando o movimento inaugurou, na cidade de São Gabriel da Palha-ES, o Mercado Popular de Alimentos, iniciativa pioneira dentro da organização. Essa dissertação procurou analisar o Mercado Popular de Alimentos enquanto instrumento de organização da produção camponesa. Para se alcançar esse objetivo geral, temos no percurso definir o nosso conceito de campesinato, que nos ajude a identificar o camponês da região noroeste capixaba que se organiza dentro do MPA, compreender as condições sociais e históricas do surgimento do MPA no estado do Espírito Santo, identificar as bases teórica e concretas para o surgimento do Mercado Popular de Alimentos e avaliar se a produção para o Mercado Popular tem estimulado nas famílias camponesas as condições para a Soberania Alimentar e a transição agroecológica. Como resultados pudemos entender como esse campesinato, no processo histórico de luta e resistência ao capital, se porta enquanto classe, o histórico das organizações sindicais e camponesas da região noroeste, que possibilitaram a organização do MPA no auge do neoliberalismo, e como vem se organizando desde a redemocratização, as formas de comercialização camponesa geridas pelo Estado, e como se comporta o agronegócio na Região Noroeste, de maneira específica. A presença do Mercado Popular de Alimentos na região é uma importante alternativa para os camponeses, sendo autogerido, desde sua inauguração, e se colocando como uma referência de alimento saudável e agroecológico. A organização da produção e o estímulo a transição agroecológica acontece em ritmo lento, mas à medida que o capital não dá alternativas ao campesinato da região, como na recente crise na produção do café resultante da estiagem, o Mercado Popular de Alimentos bate recorde de vendas, e junto a outras formas de comercialização alternativas estimuladas pelo MPA, se colocam como as referências a serem seguidas. |
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Resistir pelo mercado: a experiência de comercialização do Movimento dos Pequenos Agricultores no Mercado Popular de Alimentos em São Gabriel da Palha, Espírito SantoResistiendo por el mercado: la experiencia de comercialización del Movimiento de Pequeños Agricultores en el Mercado Popular de Alimentos de São Gabriel da Palha, Espírito SantoCampesinatoComercialização CamponesaMercado Popular de AlimentosMovimento de Pequenos AgricultoresO debate sobre a comercialização da produção camponesa tem ganhado centralidade dentro dos movimentos sociais. Tais organizações entendem que uma das formas de territorialização do Agronegócio se dá pela apropriação da produção camponesa na circulação das mercadorias, através de diversas formas de transferência da renda da terra camponesa. A construção de alternativas de resistência ao mercado convencional do capital foi assumida pelo Movimento de Pequenos Agricultores – MPA, em 2011, quando o movimento inaugurou, na cidade de São Gabriel da Palha-ES, o Mercado Popular de Alimentos, iniciativa pioneira dentro da organização. Essa dissertação procurou analisar o Mercado Popular de Alimentos enquanto instrumento de organização da produção camponesa. Para se alcançar esse objetivo geral, temos no percurso definir o nosso conceito de campesinato, que nos ajude a identificar o camponês da região noroeste capixaba que se organiza dentro do MPA, compreender as condições sociais e históricas do surgimento do MPA no estado do Espírito Santo, identificar as bases teórica e concretas para o surgimento do Mercado Popular de Alimentos e avaliar se a produção para o Mercado Popular tem estimulado nas famílias camponesas as condições para a Soberania Alimentar e a transição agroecológica. Como resultados pudemos entender como esse campesinato, no processo histórico de luta e resistência ao capital, se porta enquanto classe, o histórico das organizações sindicais e camponesas da região noroeste, que possibilitaram a organização do MPA no auge do neoliberalismo, e como vem se organizando desde a redemocratização, as formas de comercialização camponesa geridas pelo Estado, e como se comporta o agronegócio na Região Noroeste, de maneira específica. A presença do Mercado Popular de Alimentos na região é uma importante alternativa para os camponeses, sendo autogerido, desde sua inauguração, e se colocando como uma referência de alimento saudável e agroecológico. A organização da produção e o estímulo a transição agroecológica acontece em ritmo lento, mas à medida que o capital não dá alternativas ao campesinato da região, como na recente crise na produção do café resultante da estiagem, o Mercado Popular de Alimentos bate recorde de vendas, e junto a outras formas de comercialização alternativas estimuladas pelo MPA, se colocam como as referências a serem seguidas.The debate on the commercialization of peasant production has gained centrality within the social movements. Such organizations understand that one of the forms of territorialization of Agribusiness is through the appropriation of peasant production in the circulation of commodities through diversified forms of transfer of peasant land income. The construction of alternative resistance to the conventional capital market was assumed by the Small Farmers Movement - MPA, in 2011, when the movement inaugurated the Popular Food Market in the city of São Gabriel da Palha-ES, a pioneering initiative within the organization. This dissertation sought to analyze the Popular Food Market as an instrument for organizing peasant production. In order to achieve this general objective, we have in the course of defining our concept of peasantry, which helps us to identify the peasant of the northwestern region of Espírito Santo, and who is organized within the MPA, to understand the social and historical conditions of the emergence of the MPA in the state To identify the theoretical and concrete bases for the emergence of the Popular Food Market and to evaluate whether production for the Popular Market has stimulated the conditions for Food Sovereignty and the agroecological transition in the peasant families. As results we can understand how this peasantry, in the historical process of struggle and resistance to capital, behaves as a class, the history of the trade union and peasant organizations of the northwest region, which made possible the organization of the MPA at the height of neoliberalism, and how it has been organized since the re-democratization, the forms of peasant marketing managed by the State, and how agribusiness behaves in the Northwest Region, in a specific way. The presence of the Popular Food Market in the region is an important alternative for the peasants, having been managed since its inauguration by the peasants themselves, becoming a reference for those who seek healthy and agroecological food. The organization of production and the stimulation of the agroecological transition goes slowly, but as capital does not give an alternative to the peasantry of the region, as in the recent crisis in coffee production resulting from drought, the Popular Food Market is set to record of sales, and along with other alternative forms of marketing stimulated by the MPA, stand as the references to be followed.El debate sobre la comercialización de la producción campesina ha ganado centralidad dentro de los movimientos sociales. Tales organizaciones entienden que una de las formas de territorialización del Agronegocio es la apropiación de la producción campesina en la circulación de las mercancías, a través de varias formas de transferencia de la renta de la tierra campesina. La construcción de alternativas de resistencia al mercado convencional del capital fue asumida por el Movimiento de Pequeños Agricultores MPA, en 2011, cuando inauguró, en la ciudad de São Gabriel da Paja ES, el Mercado Popular de Alimentos, iniciativa pionera. Esa disertación trató de analizar el Mercado Popular de Alimentos como instrumento de organización de la producción campesina. Para alcanzar ese objetivo general, tenemos en el recorrido definir nuestro concepto de campesinado, que nos ayude a identificar al campesino de la región noroeste capixaba que se organiza dentro del MPA, comprender las condiciones sociales e históricas del surgimiento del MPA en el estado identificar las bases teórica y concretas para el surgimiento del Mercado Popular de Alimentos y evaluar si la producción para el Mercado Popular ha estimulado en las familias campesinas las condiciones para la Soberanía Alimentaria y la transición agroecológica. Como resultados pudimos entender cómo ese campesinado, en el proceso histórico de lucha y resistencia al capital, se porta como clase, el histórico de las organizaciones sindicales y campesinas de la región noroeste, que posibilitaron la organización del MPA en el auge del neoliberalismo, cómo estan organizados desde la redemocratización, las formas de comercialización campesina gestionadas por el Estado, y cómo se comporta el agronegocio en la Región Noroeste. La presencia del Mercado Popular de Alimentos en la región és una importante alternativa para los campesinos habiendo sido autogestionado desde su inauguración, colocándose como referencia de alimento sano y agroecológico. La organización de la producción y el estímulo a la transición agroecológica ocurre a ritmo lento, pero a medida que el capital no da alternativa al campesinado de la región, como en la reciente crisis en la producción del café resultante del estiaje, el Mercado Popular de Alimentos bate récord de ventas, y junto a otras formas de comercialización alternativas estimuladas por el MPA, se colocan como las referencias a seguir.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Vinha, Janaína Francisca de Souza CamposUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Boza, Heider José2020-09-03T16:33:56Z2020-09-03T16:33:56Z2018-05-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19338133004013068P6porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-29T06:13:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/193381Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:24:48.934559Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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