A parábola teatral de Bertolt Brecht: tese ou antítese?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grubisich, Teresa Maria [UNESP]
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/102390
Resumo: Ao lermos as peças brechtianas, deparamo-nos com algumas, denominadas pelo dramaturgo, parábolas, seja no título das mesmas, como A alma boa de Setsuan - parábola e A resistível ascensão de Arturo Ui - parábola, seja no corpo do texto, como é o caso de Os cabeças redondas e os cabeças pontudas, Quanto custa o ferro? e O preceptor, nas quais essa denominação aparece no prólogo ou no epílogo. Procuramos então pela especificidade do gênero que nasce no contexto do Novo Testamento e constatamos tratar-se de uma metanarrativa, de uma narrativa encaixada em um texto maior com o qual mantém uma relação exemplar, de reafirmação do discurso enunciado, prova da verdade da sua Palavra/Parábola. A parábola funciona, então, como demonstração desta verdade. Por assim configurar-se, revela-se como um poderoso instrumento didático e doutrinário; ela não só veicula idéias a serem incorporadas pelo receptor, mas também, por estar dotada de estratégias persuasivas e dissuasivas, induz o interlocutor a uma mudança de estado, a uma conversão. A história na parábola fala do homem presente, coloca-o em perspectiva, porém travestindo-o e ao seu contexto por meio da alegoria. E à decifração desse artifício conduzem vários elementos construídos em torno da narrativa. Colocada, então, a questão ideológica do gênero, investigamos como, na forma parábola teatral, estão tensionados os pressupostos brechtianos, cuja base se funda em uma visão dialética do mundo. Nossa preocupação aqui, então, é discutir a coerência desses pressupostos em sua práxis; analisando em cada uma dessas peças indicadas a dinâmica instaurada na confluência dos gêneros - parábola e teatro épico.
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