Manifestações populares no Twitter, no período de 2012 a 2021, sobre as políticas para reservas de vagas em universidades brasileiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rotoli, Liliane Ubeda Morandi [UNESP]
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/244583
Resumo: A educação é um importante componente para os indivíduos obterem oportunidade de emprego, renda, condições de bem-estar, conhecimento social e político. Garantir acesso à educação superior pública é um avanço para construir uma sociedade mais igualitária e com condições de desenvolvimento da sua capacidade produtiva e geração de renda. A baixa representatividade de acesso ao Ensino Superior público dos grupos de estudantes negros, indígenas e baixa renda chamou atenção nos anos 80/90 do século passado para a discussão do prejuízo histórico do ensino médio e condições de vida que estes grupos sofrem. Por isso, algumas universidades públicas estaduais e federais iniciaram a implantação de política de reserva de vagas dentro das unidades de ensino com a meta de aumentar a chance de os estudantes destes grupos frequentarem cursos antes elitizados, como medicina e engenharia. O desafio de implantação das políticas de vagas enfrentou a opinião popular. A manifestação pró e contra dos brasileiros pode ser medida pelas publicações nas redes sociais. Dado o grande número de usuários na rede, o discurso de ódio é recorrente forma de demonstração de insatisfação com a política ou ações sociais. O crescimento da desordem das relações sociais implica em crimes digitais acerca de grupos como os beneficiários das políticas de reserva de vagas universitárias. O objetivo deste estudo é analisar as manifestações populares na rede social Twitter durante os anos de 2012 e 2021 sobre o assunto políticas para reserva de vagas em universidades brasileiras. Os objetivos específicos compreendem: identificar a forma de linguagem (escrita ou figura) das manifestações dos usuários da rede social, bem como estratificar as publicações com maior número de retweet por ano, categorizar o conteúdo dos tweets com a técnica de análise de conteúdo. A hipótese de pesquisa sugere que existe o discurso de ódio nas manifestações contrárias sobre as políticas de reservas de vagas. A metodologia da pesquisa possui natureza aplicada, com objetivos exploratórios segundo o procedimento documental. A coleta de dados ocorreu por meio de um software que captou 65.355 tweets com as palavras chave “cotas” e “universidade” no período de 2012 a 2021. A composição da amostra seguiu a técnica de amostragem proporcional estratificada com erro amostral de 5% e nível de confiança de 90%, resultando em 272 publicações avaliadas. A análise dos dados permitiu identificar a transição das manifestações dos usuários da plataforma, que inicialmente caracterizava pela prevalência de tweets contrários às cotas, e posteriormente favoráveis. É importante ressaltar que sobre o tema política de cotas identificou-se ataques de discurso de ódio relacionados ao racismo, homofobia, política, classe social e xenofobia. Há evidências de que, por muitos anos, as mulheres foram “invisíveis” como produtoras de informação. Essa pesquisa foi um norteador para identificar as palavras que remetem ao discurso de ódio segundo o tema de cotas, bem como identificar as manifestações e comportamento dos usuários ao longo de 10 anos. Pesquisas futuras devem extrapolar os dados e utilizar recursos computacionais para criar uma lista de palavras de ódio sobre o tema de política de reserva de vagas em universidades brasileiras.
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A baixa representatividade de acesso ao Ensino Superior público dos grupos de estudantes negros, indígenas e baixa renda chamou atenção nos anos 80/90 do século passado para a discussão do prejuízo histórico do ensino médio e condições de vida que estes grupos sofrem. Por isso, algumas universidades públicas estaduais e federais iniciaram a implantação de política de reserva de vagas dentro das unidades de ensino com a meta de aumentar a chance de os estudantes destes grupos frequentarem cursos antes elitizados, como medicina e engenharia. O desafio de implantação das políticas de vagas enfrentou a opinião popular. A manifestação pró e contra dos brasileiros pode ser medida pelas publicações nas redes sociais. Dado o grande número de usuários na rede, o discurso de ódio é recorrente forma de demonstração de insatisfação com a política ou ações sociais. O crescimento da desordem das relações sociais implica em crimes digitais acerca de grupos como os beneficiários das políticas de reserva de vagas universitárias. O objetivo deste estudo é analisar as manifestações populares na rede social Twitter durante os anos de 2012 e 2021 sobre o assunto políticas para reserva de vagas em universidades brasileiras. Os objetivos específicos compreendem: identificar a forma de linguagem (escrita ou figura) das manifestações dos usuários da rede social, bem como estratificar as publicações com maior número de retweet por ano, categorizar o conteúdo dos tweets com a técnica de análise de conteúdo. A hipótese de pesquisa sugere que existe o discurso de ódio nas manifestações contrárias sobre as políticas de reservas de vagas. A metodologia da pesquisa possui natureza aplicada, com objetivos exploratórios segundo o procedimento documental. A coleta de dados ocorreu por meio de um software que captou 65.355 tweets com as palavras chave “cotas” e “universidade” no período de 2012 a 2021. A composição da amostra seguiu a técnica de amostragem proporcional estratificada com erro amostral de 5% e nível de confiança de 90%, resultando em 272 publicações avaliadas. A análise dos dados permitiu identificar a transição das manifestações dos usuários da plataforma, que inicialmente caracterizava pela prevalência de tweets contrários às cotas, e posteriormente favoráveis. É importante ressaltar que sobre o tema política de cotas identificou-se ataques de discurso de ódio relacionados ao racismo, homofobia, política, classe social e xenofobia. Há evidências de que, por muitos anos, as mulheres foram “invisíveis” como produtoras de informação. Essa pesquisa foi um norteador para identificar as palavras que remetem ao discurso de ódio segundo o tema de cotas, bem como identificar as manifestações e comportamento dos usuários ao longo de 10 anos. Pesquisas futuras devem extrapolar os dados e utilizar recursos computacionais para criar uma lista de palavras de ódio sobre o tema de política de reserva de vagas em universidades brasileiras.Education is an important component for people who aims to reach better opportunities, high incomes, health and knowledge. Guaranteeing the access to public education is a progress in order to build a more equalitarian society with high potential to be more productive and to generate more income. The low number of black, indigenous and low-income population access to public upper education in the 80/90’s has led to discussions about high school loses and how this affects these people’s lives. For this reason, public universities created a social program named quota system, which consists in reserving a specific number of vacancies in the university and allowing students to have access to some positions, previously considered as elitists, such as medicine or engineering. The new quota system has faced different popular opinions, which can be easily measured by publications on social media because of its notorious and fast spreading. Therefore, due to the huge number of internet users, hate speeches, which is considered a cyber crime, has taken place on social medias revealing unhappiness with these policies and the government’s social actions. This study aims to analyze manifestations posted on Twitter between 2012 and 2021 about university reserved vacancies. The specific objectives include identifying the language form (written or visual) of social media users' expressions, as well as stratifying the posts with the highest number of retweets per year and categorizing the content of tweets using content analysis techniques. The research hypothesis suggests the existence of hate speech in oppositional demonstrations regarding affirmative action policies .The methodology consisted of applied research, with exploratory goals. The sample composition followed the technique of proportional stratified sampling with a sampling error of 5% and a confidence level of 90%, resulting in 272 evaluated publications. The data analysis confirmed that, for many years, women have been "invisible" as information producers. There has been a change in user behavior on the platform, expressing support for quotas. It is important to note that beneficiaries of quota policies face attacks of hate speech related to racism, homophobia, politics, social class, and xenophobia. This research served as a guideline to identify words associated with hate speech regarding the topic of quotas, as well as to identify user behavior patterns over a 10-year period.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Martins, Raul Aragão [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rotoli, Liliane Ubeda Morandi [UNESP]2023-07-14T14:19:02Z2023-07-14T14:19:02Z2023-06-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfROTOLI, Liliane Ubeda Morandi. Manifestações populares no Twitter, no período de 2012 a 2021, sobre as políticas para reservas de vagas em universidades brasileiras. 2023. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2023.http://hdl.handle.net/11449/24458333004110040P5porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T15:37:01Zoai:repositorio.unesp.br:11449/244583Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T15:37:01Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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