Ecologia espacial e populacional de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) em estação ecológica de domínio cerrado, São Paulo, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/151287 |
Resumo: | Tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) são mamíferos de ampla distribuição, porém suas populações sofrem diversas ameaças, que colaboram para sua presença em listas vermelhas internacionais, nacionais e regionais. É um animal de grande porte especialista alimentar em insetos sociais, que contribui para a dinâmica dos ecossistemas. Apesar de sua importância, a espécie é pouco conhecida, principalmente no que tange ao entendimento ecológico de populações em áreas com influência antrópica. Este estudo teve como objetivos (i) estimar as áreas de vida e de uso de tamanduás-bandeira em Estação Ecológica de domínio Cerrado com influência antrópica, além de investigar a organização espacial dos indivíduos, (ii) identificar os hábitats que compõem as áreas de vida e avaliar se houve seleção em diferentes escalas, (iii) testar a proposta de identificação de indivíduos por armadilhas fotográficas, e então, analisar aspectos populacionais. Oito tamanduás-bandeira foram monitorados via GPSIridium, sendo sete concomitantemente de maio a setembro de 2015 na Estação Ecológica de Santa Bárbara - EESB. A área de vida e a área de uso foram de 3,41 km² e de 0,65 km², respectivamente. Machos tiveram áreas de vida maiores e maior atividade. O compartilhamento do espaço foi baixo e os machos sobrepuseram suas áreas às das fêmeas. Machos e fêmeas estiveram em proximidade. A seleção de hábitat foi direcionada para savana e o reflorestamento foi evitado. Para testar um método de identificação individual, marcas de pelagem foram caracteres diagnósticos nas fotos de 18 estações de armadilhas fotográficas. A população foi estimada em 16 tamanduásbandeira, em uma densidade de 0,4 ind/km². Tendências populacionais foram simuladas em diversos cenários, resultando um futuro drástico para os tamanduás-bandeira da EESB. Tamanduás-bandeira, possivelmente, são incapazes de persistir em hábitats compostos só por ambientes alterados. A baixa taxa de persistência populacional na área de estudo em longo prazo chama atenção especial. Medidas mitigadoras dos impactos antrópicos sobre a espécie devem ser estabelecidas. |
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Ecologia espacial e populacional de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) em estação ecológica de domínio cerrado, São Paulo, BrasilSpatial and population ecology of giant anteaters (Myrmecophaga tridactyla) in a Cerrado Ecological Station, São Paulo, BrazilCerradoEcologiaHábitatPopulaçãoTamanduá-bandeiraEcologyGiant anteaterHabitatPopulationTamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) são mamíferos de ampla distribuição, porém suas populações sofrem diversas ameaças, que colaboram para sua presença em listas vermelhas internacionais, nacionais e regionais. É um animal de grande porte especialista alimentar em insetos sociais, que contribui para a dinâmica dos ecossistemas. Apesar de sua importância, a espécie é pouco conhecida, principalmente no que tange ao entendimento ecológico de populações em áreas com influência antrópica. Este estudo teve como objetivos (i) estimar as áreas de vida e de uso de tamanduás-bandeira em Estação Ecológica de domínio Cerrado com influência antrópica, além de investigar a organização espacial dos indivíduos, (ii) identificar os hábitats que compõem as áreas de vida e avaliar se houve seleção em diferentes escalas, (iii) testar a proposta de identificação de indivíduos por armadilhas fotográficas, e então, analisar aspectos populacionais. Oito tamanduás-bandeira foram monitorados via GPSIridium, sendo sete concomitantemente de maio a setembro de 2015 na Estação Ecológica de Santa Bárbara - EESB. A área de vida e a área de uso foram de 3,41 km² e de 0,65 km², respectivamente. Machos tiveram áreas de vida maiores e maior atividade. O compartilhamento do espaço foi baixo e os machos sobrepuseram suas áreas às das fêmeas. Machos e fêmeas estiveram em proximidade. A seleção de hábitat foi direcionada para savana e o reflorestamento foi evitado. Para testar um método de identificação individual, marcas de pelagem foram caracteres diagnósticos nas fotos de 18 estações de armadilhas fotográficas. A população foi estimada em 16 tamanduásbandeira, em uma densidade de 0,4 ind/km². Tendências populacionais foram simuladas em diversos cenários, resultando um futuro drástico para os tamanduás-bandeira da EESB. Tamanduás-bandeira, possivelmente, são incapazes de persistir em hábitats compostos só por ambientes alterados. A baixa taxa de persistência populacional na área de estudo em longo prazo chama atenção especial. Medidas mitigadoras dos impactos antrópicos sobre a espécie devem ser estabelecidas.Giant anteaters (Myrmecophaga tridactyla) are mammals with a wide range and their populations are threatened by several causes, which have led to the inclusion of the species in international, national and regional red lists. This large-sized species feeds exclusively on social insects, contributing to ecosystem dynamics. Despite its importance, the species is poorly known, mainly in what concerns the ecological understanding of populations in areas with anthropogenic influence. The goals of this study were (i) to estimate the home range and core areas of giant anteaters at an Ecological Station with Cerrado habitat influenced by anthropogenic actions, as well as to investigate the spatial organization of the individuals, (ii) to identify the habitats that compose their home ranges and, to evaluate multi-scale habitat selection, (iii) to test a method of individual identification using camera traps, and use it to analyze population trends. Eight giant anteaters were tracked by GPS-Iridium, seven of them concomitantly from May to September 2015 at Santa Bárbara Ecological Station - SBES. Home range and core area were estimated at 3.41 km² and 0.65 km², respectively. Males had a larger home range and were more active than females. The range overlap was low, and the home ranges of males and females overlapped. Males and females were in proximity to each other. Habitat selection was directed to savannas, while exotic forestry areas were avoided. To test a method of individual identification, fur marks were used as diagnostic characters in photos taken by 18 camera traps. The population size was estimated at 16 giant anteaters and its density at 0.4 ind/km². Population trends were simulated under different scenarios resulting in a drastic future to giant anteaters of SBES. The species is, probably, incapable to persist in areas composed only by altered habitats. The low probability of survival of the population calls special attention. Measures to mitigate anthropogenic impacts on the giant anteater should be established.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2013/04957-8Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bianchi, Rita de Cassia [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Bertassoni, Alessandra2017-08-07T19:59:03Z2017-08-07T19:59:03Z2017-06-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15128700089008533004153072P638434221301490350000-0001-8027-755Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-27T06:11:44Zoai:repositorio.unesp.br:11449/151287Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:11:17.300999Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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