Parâmetros fecais indicativos da digestão de amido e suas relações com a eficiência alimentar de bubalinos de três grupos genéticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira de Paula, Tânia
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/193290
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar os parâmetros fecais indicativos da digestão do amido em bubalinos (Bubalus bubalis) de três grupos genéticos (GG: Mediterrâneo, Murrah e Jafarabadi), a fim de identificar as relações com sua eficiência alimentar. Foram utilizados 78 machos não-castrados e desmamados (26 de cada grupo genético), com ± 200 kg de peso inicial e 210 dias de idade média, aproximadamente; que foram alojados em baias separadas por GG, contendo cochos e bebedouros com sistema eletrônico de alimentação, no confinamento do Centro de Pesquisas Tropicais em Bubalinos, situado na Fazenda Experimental Edgárdia (Botucatu, SP), no ano de 2017. Foi realizada coleta de fezes para ensaio de digestibilidade no período de terminação, durante 3 dias consecutivos, com intervalo de 2, 4 e 6 h após a oferta do alimento pela manhã; foram colhidas amostras entre 150 a 250 g imediatamente após defecação. Amostras do alimento oferecido e das sobras dos 3 dias também foram coletadas e incubadas “in situ” no rúmen de bubalinos fistulados; o material remanescente foi submetido à extração com detergente neutro para quantificação de teores de FDNi. A determinação do amido fecal foi realizada por meio de espectroscopia de refletância do infravermelho próximo (NIRS). Foram avaliadas as variáveis de desempenho peso vivo final (PVfinal), peso vivo metabólico (PM0,75), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (CMS, kg/d) e CMS (% PV) e as variáveis de eficiência consumo alimentar residual (CAR), ganho residual (GR), consumo e ganho residual (CGR), conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA). A análise estatística foi feita por meio do programa SAS, com significância considerada se P ≤ 0,05 e tendências foram discutidas se P > 0,05 e P ≤ 0,10. O teor de amido fecal dos GGs teve efeito do horário de coleta das amostras, cada GG obteve seu maior teor em horários diferentes (Mediterrâneo pela manhã, Murrah ao meio-dia e Jafarabadi no final da tarde). A digestibilidade do amido foi baixa (média de 84,52%) e a concentração de amido fecal foi alta (média de 18,29%), porém essas variáveis não sofreram influência do grupo genético, diferente da MS fecal e do pH fecal, que mostraram que o GG Jafarabadi possui um maior teor de MS fecal e também maior pH fecal, assim como o Murrah. Houve correlação negativa entre pH fecal e amido fecal e correlação positiva entre MS fecal e pH fecal. Embora fracas, também houveram correlações negativas entre amido fecal e PVfinal e PM0,75 e entre MS fecal e as variáveis PVfinal, GMD, CMS (kg/d) e CMS (% PV). Não houveram correlações entre os parâmetros fecais e as variáveis de eficiência, apenas tendência entre MS fecal e CAR. Os resultados mostram que os grupos genéticos Jafarabadi e Murrah digerem melhor o amido em relação ao Mediterrâneo. Apesar disso, revelam a baixa capacidade dos búfalos de digerir amido. Portanto, os parâmetros fecais não são uma boa ferramenta para indicar animais eficientes no rebanho, quando a dieta ofertada possui alto teor de amido.
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Foram utilizados 78 machos não-castrados e desmamados (26 de cada grupo genético), com ± 200 kg de peso inicial e 210 dias de idade média, aproximadamente; que foram alojados em baias separadas por GG, contendo cochos e bebedouros com sistema eletrônico de alimentação, no confinamento do Centro de Pesquisas Tropicais em Bubalinos, situado na Fazenda Experimental Edgárdia (Botucatu, SP), no ano de 2017. Foi realizada coleta de fezes para ensaio de digestibilidade no período de terminação, durante 3 dias consecutivos, com intervalo de 2, 4 e 6 h após a oferta do alimento pela manhã; foram colhidas amostras entre 150 a 250 g imediatamente após defecação. Amostras do alimento oferecido e das sobras dos 3 dias também foram coletadas e incubadas “in situ” no rúmen de bubalinos fistulados; o material remanescente foi submetido à extração com detergente neutro para quantificação de teores de FDNi. A determinação do amido fecal foi realizada por meio de espectroscopia de refletância do infravermelho próximo (NIRS). Foram avaliadas as variáveis de desempenho peso vivo final (PVfinal), peso vivo metabólico (PM0,75), ganho médio diário (GMD), consumo de matéria seca (CMS, kg/d) e CMS (% PV) e as variáveis de eficiência consumo alimentar residual (CAR), ganho residual (GR), consumo e ganho residual (CGR), conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA). A análise estatística foi feita por meio do programa SAS, com significância considerada se P ≤ 0,05 e tendências foram discutidas se P > 0,05 e P ≤ 0,10. O teor de amido fecal dos GGs teve efeito do horário de coleta das amostras, cada GG obteve seu maior teor em horários diferentes (Mediterrâneo pela manhã, Murrah ao meio-dia e Jafarabadi no final da tarde). A digestibilidade do amido foi baixa (média de 84,52%) e a concentração de amido fecal foi alta (média de 18,29%), porém essas variáveis não sofreram influência do grupo genético, diferente da MS fecal e do pH fecal, que mostraram que o GG Jafarabadi possui um maior teor de MS fecal e também maior pH fecal, assim como o Murrah. Houve correlação negativa entre pH fecal e amido fecal e correlação positiva entre MS fecal e pH fecal. Embora fracas, também houveram correlações negativas entre amido fecal e PVfinal e PM0,75 e entre MS fecal e as variáveis PVfinal, GMD, CMS (kg/d) e CMS (% PV). Não houveram correlações entre os parâmetros fecais e as variáveis de eficiência, apenas tendência entre MS fecal e CAR. Os resultados mostram que os grupos genéticos Jafarabadi e Murrah digerem melhor o amido em relação ao Mediterrâneo. Apesar disso, revelam a baixa capacidade dos búfalos de digerir amido. Portanto, os parâmetros fecais não são uma boa ferramenta para indicar animais eficientes no rebanho, quando a dieta ofertada possui alto teor de amido.The aim of this study was to evaluate the fecal parameters indicative of starch digestion in buffaloes (Bubalus bubalis) from three genetic groups (GG: Mediterranean, Murrah and Jafarabadi) in order to find out their relationship with their feed efficiency. Seventy-eight non-castrated and weaned males (26 of each breed), with ± 200 kg of initial weight and 210 days of average age, were used; that were housed in collective stalls, separated by GG, containing troughs and drinking fountains with electronic feeding system, in the feedlot of the Center for Tropical Research in Buffaloes, located at Edgárdia Experimental Farm (Botucatu, SP), in 2017. Feces were collected for digestibility test in the finishing period, for 3 consecutive days, with an interval of 2, 4 and 6 h after the diet offer in the morning. Samples from 150 to 250 g were taken immediately after defecation. Samples of the offered diet and the leftovers of the 3 days were also collected and incubated “in situ” in the rumen of fistulated buffaloes. The remaining material was subjected to extraction with neutral detergent to quantify NDFi levels. Fecal starch determination was performed by near infrared reflectance spectroscopy (NIRS). Performance variables were evaluated, body weight (BW), average daily gain (ADG), dry matter intake (DMI, kg/d) and DMI (% BW) and efficiency variables, residual feed intake (RFI), residual gain (RG), residual gain consumption (RGC), feed conversion (FC), and feed efficiency (FE). Statistical analysis was performed using the SAS program, with significance considered if P ≤ 0.05 and tendency discussed if P > 0.05 and P ≤ 0.10. The fecal starch content of genetic groups had an effect on the time of sample collection (Mediterraneum in the morning, Murrah at noon, and Jafarabadi in the eend of the day). Starch digestibility was low (84.52%) and fecal starch concentration was high (18.29%), but these variables were not influenced by the genetic group, unlike fecal MS and fecal pH, that showed that the GG Jafarabadi has the highest fecal DM content, as well as Murrah. There was a negative correlation between fecal pH and fecal starch and a positive correlation between fecal MS and fecal pH. Although weak, there was also correlation between fecal starch and BW and BW0.75 and between fecal DM and the following variables: BW, ADG, DMI (kg/d) and DMI (% BW). There was no correlation between performance variables and efficiency variables, only tendency between fecal DM and RFI. The results showed that Jafarabadi and Murrah digest starch better than Mediterranean. Despite that, demonstrated the buffalo’s low capacity to digest starch. Therefore, fecal parameters are not a good tool to indicate efficient animals in the herd, when the offered diet has a high starch content.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)CAPES - Código de Financiamento 001 / FAPESP - Projeto Temático #2014/05473-7Universidade Estadual Paulista (Unesp)Jorge, André MendesFrancisco, Caroline de LimaCastilhos, André Michel deUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Vieira de Paula, Tânia2020-08-27T12:45:12Z2020-08-27T12:45:12Z2020-08-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19329033004064048P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-09T17:57:18Zoai:repositorio.unesp.br:11449/193290Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-09T17:57:18Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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