Investigação sobre o efeito da temperatura na produção de calor em cabras da raça Saanen e Anglo-Nubiana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Ana Rebeca Castro [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/151782
Resumo: Objetivou-se com o presente estudo determinar a influência da temperatura ambiente sobre o metabolismo basal e a partição de energia em cabras Saanen e Anglo-Nubiana. Dois experimentos foram conduzidos utilizando-se seis cabras da raça Saanen e seis cabras da raça Anglo-Nubiana, em mantença, a partir da técnica da calorimetria indireta de circuito aberto, com máscaras faciais. No experimento 1, após um período de alimentação de 3 dias, os animais foram submetidos a jejum e a medição das trocas gasosas foi realizada durante 30 min a 0, 12, 20, 36, 44, 60 e 68 horas após jejum. A produção de metano foi igual a zero após 31 horas de jejum para cabras Saanen e 40 horas para as Anglo-Nubiana. Os resultados sugerem que o período ideal para medir a produção de calor em jejum (PCJ) deve ser entre 40 horas e 60 horas de jejum para cabras em mantença. No experimento 2, as cabras foram submetidas a três diferentes temperaturas: 10 ºC ± 0,23; 20 ºC ±0,41 e 35 ºC ±1,05. Após um período de alimentação de 4 dias, os animais foram submetidos a jejum por 60 horas e a medição da troca gasosa foi realizada a partir da metodologia da calorimetria indireta utilizando as máscaras faciais durante 30 min em cada animal aleatoriamente. Para ambas as raças, houve uma diminuição linear na ingestão de matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO; P<0,10) a medida que a temperatura aumentou de 10 para 35ºC. A digestibilidade aparente da MS, da MO, da proteína bruta e da fibra em detergente neutro apresentaram comportamento quadrático (P < 0,10), com menores valores na temperatura de 20ºC. Aos 35ºC, a digestibilidade da proteína bruta das cabras Anglo-Nubiana foi maior que a das cabras Saanen. A frequência respiratória (FR) e volume respiratório aumentaram em taxas crescentes com o aumento da temperatura ambiente. Aos 35ºC, tanto a FR quanto o volume respiratório das cabras Saanen foram maiores que o das cabras Anglo-Nubiana. A metabolizabilidade e a energia metabolizável da dieta das cabras Saanen, aos 35ºC, foram menores que as das cabras Anglo-Nubiana. Em ambas as raças, para cada 1ºC de variação abaixo de 20ºC houve um aumento na produção de calor (PC) na ordem de 6,7 kJ/ kg0,75 PV, enquanto que para cada 1ºC de variação acima de 20ºC houve um aumento na PC na ordem de 7,9 kJ/ kg0,75 PV. Por outro lado, para PCJ indicou que para cada 1ºC de variação abaixo de 20ºC houve um decréscimo na PCJ na ordem de 5,4 kJ/ kg0,75 PV, enquanto que para cada 1ºC de variação acima de 20ºC houve um decréscimo na ordem de 8,7 kJ/ kg075 PV, em temperatura ambiente entre 10 e 35ºC. As cabras da raça Saanen e Anglo-Nubiana são capazes de manter a homeostasia em ambientes entre 10 e 35ºC. Por outro lado, o aumento da temperatura ambiental induz a um menor consumo, tendendo a balanços energéticos negativos. Acima de 20ºC, as cabras tendem a diminuir a produção de calor em jejum, como uma tentativa de conservação de energia em ambientes quentes.
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A produção de metano foi igual a zero após 31 horas de jejum para cabras Saanen e 40 horas para as Anglo-Nubiana. Os resultados sugerem que o período ideal para medir a produção de calor em jejum (PCJ) deve ser entre 40 horas e 60 horas de jejum para cabras em mantença. No experimento 2, as cabras foram submetidas a três diferentes temperaturas: 10 ºC ± 0,23; 20 ºC ±0,41 e 35 ºC ±1,05. Após um período de alimentação de 4 dias, os animais foram submetidos a jejum por 60 horas e a medição da troca gasosa foi realizada a partir da metodologia da calorimetria indireta utilizando as máscaras faciais durante 30 min em cada animal aleatoriamente. Para ambas as raças, houve uma diminuição linear na ingestão de matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO; P<0,10) a medida que a temperatura aumentou de 10 para 35ºC. A digestibilidade aparente da MS, da MO, da proteína bruta e da fibra em detergente neutro apresentaram comportamento quadrático (P < 0,10), com menores valores na temperatura de 20ºC. Aos 35ºC, a digestibilidade da proteína bruta das cabras Anglo-Nubiana foi maior que a das cabras Saanen. A frequência respiratória (FR) e volume respiratório aumentaram em taxas crescentes com o aumento da temperatura ambiente. Aos 35ºC, tanto a FR quanto o volume respiratório das cabras Saanen foram maiores que o das cabras Anglo-Nubiana. A metabolizabilidade e a energia metabolizável da dieta das cabras Saanen, aos 35ºC, foram menores que as das cabras Anglo-Nubiana. Em ambas as raças, para cada 1ºC de variação abaixo de 20ºC houve um aumento na produção de calor (PC) na ordem de 6,7 kJ/ kg0,75 PV, enquanto que para cada 1ºC de variação acima de 20ºC houve um aumento na PC na ordem de 7,9 kJ/ kg0,75 PV. Por outro lado, para PCJ indicou que para cada 1ºC de variação abaixo de 20ºC houve um decréscimo na PCJ na ordem de 5,4 kJ/ kg0,75 PV, enquanto que para cada 1ºC de variação acima de 20ºC houve um decréscimo na ordem de 8,7 kJ/ kg075 PV, em temperatura ambiente entre 10 e 35ºC. As cabras da raça Saanen e Anglo-Nubiana são capazes de manter a homeostasia em ambientes entre 10 e 35ºC. Por outro lado, o aumento da temperatura ambiental induz a um menor consumo, tendendo a balanços energéticos negativos. Acima de 20ºC, as cabras tendem a diminuir a produção de calor em jejum, como uma tentativa de conservação de energia em ambientes quentes.The aim of this study was to determine the influence of the ambient temperature on the basal metabolism and the energy partition in Saanen and Anglo-Nubian goats. Two experiments were carried out using six Saanen goats and six Anglo-Nubian goats, in maintenance, using the indirect calorimetry technique with open-circuit facemask respirometry. In experiment 1, after a three-day feed period, the animals were fasted and gas exchange measurements were performed for 30 min at 0, 12, 20, 36, 44, 60 and 68 hours after fasting. Methane production approached zero after 31 hours of fasting for Saanen goats and 40 hours for Anglo-Nubian goats. The results suggest that the period for measuring fasting heat production (FHP) should be between 40 hours and 60 hours of fasting for maintenance goats. In experiment 2, goats were submitted to three different temperatures: 10 ºC ± 0.23, 20 ºC ± 0.41 and at 35 ºC ± 1.05. After a feeding period of four days, goats were fasted for 60 hours and gas exchange measurement was performed for 30 min in each animal randomly. For both breeds, dry matter (DM) and organic matter intake (MO; P <0.10) decrease linearly as the temperature increased from 10 to 35ºC. The apparent digestibility of DM, OM, crude protein and neutral detergent fiber presented quadratic behavior (P <0.10), with the lowest values at 20ºC. At 35ºC, the crude protein digestibility of Anglo-Nubian goats was higher than that of Saanen goats. Respiratory rate (RR) and respiratory volume increased with increasing ambient temperature. At 35ºC, both RR and respiratory volume of Saanen goats were higher than that of Anglo-Nubian goats. The diet metabolizability and metabolizable energy of Saanen goats, at 35ºC, were lower than those of the Anglo-Nubian goats. In both breeds, for each 1ºC of variation below 20ºC there was an increase in HP of 6.7 kJ/kg0.75 BW, whereas for each 1ºC of variation above 20ºC there was an increase in HP of 7.9 kJ/kg0.75 BW. On the other hand, FHP indicated that for each 1ºC of variation below 20ºC there was a decrease in FHP of 5.4 kJ/kg0.75 BW, while for each 1ºC of variation above 20ºC there was a decrease of 8.7 kJ/kg0.75 BW, between 10 and 35 °C. Saanen and Anglo-Nubian goats are able to maintain homeostasis in environments between 10 and 35ºC. On the other hand, the increase in ambient temperature leads to lower consumption, tending to negative energy balances. Above 20°C, goats tend to decrease fasting heat production, as an attempt to conserve energy in hot environments.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 157525/2014-7Universidade Estadual Paulista (Unesp)Resende, Kléber Tomás de [UNESP]Fernandes, Marcia Helena Machado da Rocha [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Lima, Ana Rebeca Castro [UNESP]2017-10-02T16:59:38Z2017-10-02T16:59:38Z2017-08-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15178200089265033004102002P043793037321058960000-0002-4387-0562porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T18:56:19Zoai:repositorio.unesp.br:11449/151782Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:44:21.464844Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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