Biomarcadores bioquímicos (AChE e Metalotioneína) em Corbicula fluminea expostos a sedimentos do Rio Doce após o rompimento da Barragem do Fundão – Mariana/MG
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/216834 |
Resumo: | A exploração de minérios no Brasil é uma atividade desenvolvida no país há vários séculos, com destaque para a região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). Os impactos ambientais causados pela urbanização e intensa atividade mineradora se estendem ao longo da bacia do Rio Doce. No dia 05 de novembro de 2015, ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana (MG), onde milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro foram liberados. O fluxo de rejeitos disponibilizou diversos elementos metálicos no ambiente. Para avaliar os riscos ecológicos, os métodos ecotoxicológicos são mais efetivos pois demonstram os efeitos estressores. Esse estudo analisou os efeitos negativos em C. fluminea através dos biomarcadores acetilcolinesterase (AChE) e metalotioneína (MT). Os sedimentos foram analisados quimicamente para a determinação dos metais. Espécimes de C. fluminea foram coletados e em laboratório foram expostos aos sedimentos do Rio Doce. Em cada réplica foram adicionados entre 8 e 10 organismos, sendo mantidos sob aeração constante, a 25˚C, em fotoperíodo de 12:12 (claro/escuro). No 14˚ dia de exposição, os organismos foram sacrificados para a extração dos tecidos. Foram realizadas as análises de AChE e MT, e os resultados foram analisados por meio de análise de variância. Os resultados demonstraram que em todas as campanhas a presença de Fe e Al estava em altas concentrações, juntamente com As e Cd acima dos limites de detecção, com concentrações máximas de 76,85 mg kg-1 em J1 na 2°campanha e 5,14 mg kg-1 em Gualaxo do Norte na 4° campanha. A atividade de AChE apresentou diferença significativa com Rio Doce na 2° campanha e Naque, Candonga e Aimorés na 4° campanha. A concentração de MT apresentou diferença significativa com Candonga e Linhares na 4° campanha. A correlação linear entre os metais foi positiva e significativa, enquanto AChE se correlacionou negativa e significativamente com Pb (r = 0,464; p = 0,012), Zn (r = 0,386; p = 0,042) e MT (r = 0,587; p = 0,001). MT apresentou correlação positiva, mas não significativa com nenhum metal. Os resultados indicam que a concentração de metais associados ao sedimento se manteve após 3 anos do rompimento, com os sistemas de MT caracterizado por ser uma das vias de depuração dos metais e AChE por neurotoxicidade e possível indução de apoptose. |
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Biomarcadores bioquímicos (AChE e Metalotioneína) em Corbicula fluminea expostos a sedimentos do Rio Doce após o rompimento da Barragem do Fundão – Mariana/MGBiochemical biomarkers (AChE and Metalothionein) in Corbicula fluminea exposed to sediments from the Doce River after the collapse of the Fundão Dam - Mariana/MGEcotoxicologiaMetaisBarragemCorbicula flumineaBiomarcadores bioquímicosA exploração de minérios no Brasil é uma atividade desenvolvida no país há vários séculos, com destaque para a região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). Os impactos ambientais causados pela urbanização e intensa atividade mineradora se estendem ao longo da bacia do Rio Doce. No dia 05 de novembro de 2015, ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana (MG), onde milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro foram liberados. O fluxo de rejeitos disponibilizou diversos elementos metálicos no ambiente. Para avaliar os riscos ecológicos, os métodos ecotoxicológicos são mais efetivos pois demonstram os efeitos estressores. Esse estudo analisou os efeitos negativos em C. fluminea através dos biomarcadores acetilcolinesterase (AChE) e metalotioneína (MT). Os sedimentos foram analisados quimicamente para a determinação dos metais. Espécimes de C. fluminea foram coletados e em laboratório foram expostos aos sedimentos do Rio Doce. Em cada réplica foram adicionados entre 8 e 10 organismos, sendo mantidos sob aeração constante, a 25˚C, em fotoperíodo de 12:12 (claro/escuro). No 14˚ dia de exposição, os organismos foram sacrificados para a extração dos tecidos. Foram realizadas as análises de AChE e MT, e os resultados foram analisados por meio de análise de variância. Os resultados demonstraram que em todas as campanhas a presença de Fe e Al estava em altas concentrações, juntamente com As e Cd acima dos limites de detecção, com concentrações máximas de 76,85 mg kg-1 em J1 na 2°campanha e 5,14 mg kg-1 em Gualaxo do Norte na 4° campanha. A atividade de AChE apresentou diferença significativa com Rio Doce na 2° campanha e Naque, Candonga e Aimorés na 4° campanha. A concentração de MT apresentou diferença significativa com Candonga e Linhares na 4° campanha. A correlação linear entre os metais foi positiva e significativa, enquanto AChE se correlacionou negativa e significativamente com Pb (r = 0,464; p = 0,012), Zn (r = 0,386; p = 0,042) e MT (r = 0,587; p = 0,001). MT apresentou correlação positiva, mas não significativa com nenhum metal. Os resultados indicam que a concentração de metais associados ao sedimento se manteve após 3 anos do rompimento, com os sistemas de MT caracterizado por ser uma das vias de depuração dos metais e AChE por neurotoxicidade e possível indução de apoptose.Mining in Brazil is an activity that has been developed in the country for several centuries, especially in the Iron Quadrangle region (Minas Gerais). The environmental impacts caused by urbanization and intense mining activity extend throughout the Rio Doce basin. On November 5, 2015, the Fundão dam broke in the municipality of Mariana (MG), where millions of m³ of iron ore tailings were released. The tailings flow made various metallic elements available in the environment. To evaluate ecological risks, ecotoxicological methods are more effective because they demonstrate the stressful effects. This study analyzed the negative effects on C. fluminea through the biomarkers acetylcholinesterase (AChE) and metallothionein (MT). Sediments were chemically analyzed for metals. Specimens of C. fluminea were collected and in the laboratory were exposed to the Rio Doce sediments. Between 8 and 10 organisms were added to each replicate and kept under constant aeration at 25˚C in a 12:12 (light/dark) photoperiod. On day 14˚ of exposure, the organisms were sacrificed for tissue extraction. AChE and MT analyses were performed, and the results were analyzed using analysis of variance. The results showed that in all campaigns the presence of Fe and Al were in high concentrations, along with As and Cd above detection limits, with maximum concentrations of 76.85 mg kg-1 in J1 in the 2nd campaign and 5.14 mg kg-1 in Gualaxo do Norte in the 4th campaign. The AChE activity showed significant difference with Rio Doce in the 2nd campaign and Naque, Candonga and Aimorés in the 4th campaign. The concentration of MT presented a significant difference with Candonga and Linhares in the 4th campaign. The linear correlation between metals was positive and significant, while AChE correlated negatively and significantly with Pb (r = 0.464; p = 0.012), Zn (r = 0.386; p = 0.042) and MT (r = 0.587; p = 0.001). MT showed positive but not significant correlation with any metal. The results indicate that sediment-associated metal concentrations were maintained after 3 years of the breach, with MT systems characterized as one of the clearance pathways for metals and AChE for neurotoxicity and possible induction of apoptosis.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)121285/2021-9Universidade Estadual Paulista (Unesp)Abessa, Denis Moledo de Souza [UNESP]Pauly, Guacira de Figueiredo EufrásioUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Couto, Isabella Beverari2022-02-21T14:15:39Z2022-02-21T14:15:39Z2022-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/216834porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-30T06:17:36Zoai:repositorio.unesp.br:11449/216834Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:09:35.741380Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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