Avaliação de danos no material genético em anestesiologistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Kátina Meneghetti de [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/137981
Resumo: A carência e a divergência de dados sobre o potencial genotóxico e mutagênico da exposição ocupacional aos anestésicos inalatórios mais modernos e mais utilizados atualmente estimularam a realização da presente pesquisa, que teve como objetivos avaliar os danos sistêmicos no DNA e os diferentes tipos celulares e biomarcadores de instabilidade genômica em células esfoliadas da mucosa oral em anestesiologistas. O estudo foi realizado em 60 médicos que atuavam no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, os quais foram alocados em dois grupos: exposto, constituído por anestesiologistas expostos aos resíduos de gases anestésicos (isoflurano, sevoflurano, desflurano e óxido nitroso – N2O) e controle, constituído por médicos não expostos ocupacionalmente, os quais foram pareados por idade, sexo e estilo de vida com o grupo exposto. Amostras de sangue e de células esfoliadas orais foram coletadas de todos os participantes; os danos basais no DNA foram avaliados em linfócitos periféricos pelo teste do cometa e o teste do micronúcleo (MN) bucal foi utilizado para avaliação de diferentes parâmetros em células esfoliadas orais. As concentrações de N2O e dos halogenados foram mensuradas nas salas de operação com a utilização de espectrofotômetro infravermelho portátil. As concentrações médias de resíduos de gases anestésicos para todos os halogenados foi maior que 5 partes por milhão (ppm) e superior a 150 ppm para o N2O. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação aos danos no DNA e não houve influência da idade, sexo e tempo de exposição no teste do cometa. O grupo exposto apresentou maiores frequências de MN e de dois parâmetros de morte celular (cariorrexe e picnose), e menor frequência de células basais quando comparados com o grupo controle. As anestesiologistas foram mais sensíveis às alterações citotóxicas decorrentes da exposição ocupacional. Em conclusão, a exposição aos resíduos dos gases anestésicos determinou instabilidade genômica e citotoxicidade, detectadas pelo MN bucal, mas não induziu danos sistêmicos no DNA, avaliados pelo teste do cometa, em anestesiologistas. Assim, esses profissionais podem ser considerados em risco de apresentarem alterações genéticas decorrentes de exposição ocupacional.
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O estudo foi realizado em 60 médicos que atuavam no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, os quais foram alocados em dois grupos: exposto, constituído por anestesiologistas expostos aos resíduos de gases anestésicos (isoflurano, sevoflurano, desflurano e óxido nitroso – N2O) e controle, constituído por médicos não expostos ocupacionalmente, os quais foram pareados por idade, sexo e estilo de vida com o grupo exposto. Amostras de sangue e de células esfoliadas orais foram coletadas de todos os participantes; os danos basais no DNA foram avaliados em linfócitos periféricos pelo teste do cometa e o teste do micronúcleo (MN) bucal foi utilizado para avaliação de diferentes parâmetros em células esfoliadas orais. As concentrações de N2O e dos halogenados foram mensuradas nas salas de operação com a utilização de espectrofotômetro infravermelho portátil. As concentrações médias de resíduos de gases anestésicos para todos os halogenados foi maior que 5 partes por milhão (ppm) e superior a 150 ppm para o N2O. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação aos danos no DNA e não houve influência da idade, sexo e tempo de exposição no teste do cometa. O grupo exposto apresentou maiores frequências de MN e de dois parâmetros de morte celular (cariorrexe e picnose), e menor frequência de células basais quando comparados com o grupo controle. As anestesiologistas foram mais sensíveis às alterações citotóxicas decorrentes da exposição ocupacional. Em conclusão, a exposição aos resíduos dos gases anestésicos determinou instabilidade genômica e citotoxicidade, detectadas pelo MN bucal, mas não induziu danos sistêmicos no DNA, avaliados pelo teste do cometa, em anestesiologistas. Assim, esses profissionais podem ser considerados em risco de apresentarem alterações genéticas decorrentes de exposição ocupacional.Due to the lack and controversial data on the genotoxic and mutagenic potential of occupational exposure to the modern and most used inhaled anesthetics, the aim of the current study was to evaluate the systemic DNA damage, and the different cell types and genomic instability biomarkers in buccal exfoliated cells in anesthesiologists. The study was conducted in 60 physicians who worked in the Hospital of Botucatu Medical School - UNESP, and were allocated in two groups: the exposed group, consisted of anesthesiologists exposed to waste anesthetic gases (isoflurane, sevoflurane, desflurane and nitrous oxide - N2O) at least two years, and the control group consisted of non-exposed physicians, who were matched by age, sex and lifestyle with the exposed group. Venous blood and buccal exfoliated cells samples were collected from all participants; basal DNA damage was evaluated in peripheral lymphocytes by the comet assay, and the buccal micronucleus (MN) cytome (BMCyt) assay was used to evaluate different parameters in oral cells. The concentrations of N2O and halogenated anesthetics were measured in the operating rooms, by using of portable infrared spectrophotometer. The average concentrations of waste gases were greater than 5 parts per million (ppm) for all the halogenated anesthetics and more than 150 ppm for N2O. There was no significant difference between the groups in relation to DNA damage and there was no influence of the variables age, sex and time of exposure in the comet assay. The exposed group showed higher frequencies of MN and two cell death parameters (karyorrhexis and pyknosis), and lower frequency of basal cells compared to the control group. The female anesthesiologists were more sensitive to cytotoxic effects due to the occupational exposure. In conclusion, the exposure to waste anesthetic gases determined genomic instability and cytotoxicity detected by BMCyt assay, but did not induce systemic DNA damage assessed by the comet assay in anesthesiologists. Thus, these professionals can be considered at risk of presenting genetic alterations resulting from the occupational exposure.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPe UNESP)FAPESP: 2013/05084-8CNPq: 471604/2013-5Universidade Estadual Paulista (Unesp)Braz, Mariana Gobbo [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Souza, Kátina Meneghetti de [UNESP]2016-04-18T17:10:21Z2016-04-18T17:10:21Z2016-02-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/13798100087026933004064076P65530023010203804porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-16T06:26:13Zoai:repositorio.unesp.br:11449/137981Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-05-23T20:51:21.741915Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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