Canções corais: o hibridismo na atuação dos grupos Céu da Boca, Cantolivre e Beijo, e sua relação com a prática de arranjos corais de canção popular urbana

• Autor(a) principal: Oliveira, Luís Guilherme Anselmi de [UNESP]
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/257414
• topic: Música popular - Brasil; Música - Análise, apreciação; Música coral

Este trabalho traz uma análise e reflexão acerca de três grupos corais que existiram entre 1979 e 1997, extintos na atualidade e que atuaram na intersecção entre uma formação coral e de grupo vocal. São eles: Céu da Boca, Cantolivre e Beijo. A partir dos conceitos operadores de Hibridismo (CANCLINI, 2008), Circuito/Modo cultural (COELHO, 2004) e Circuito Cultural Coral (MOURA, 2012) analisamos a atuação desses grupos em relação a quatro parâmetros: repertório, vocalidade, recursos expressivos e estratégias de difusão na indústria cultural. Relacionamos esses conceitos e parâmetros ao material histórico, documental e audiovisual coletado a partir de pesquisa em acervos oficiais e pessoais de agentes envolvidos com os grupos à época, além dos relatos obtidos em entrevistas concedidas a este trabalho pelos regentes e diretores dos grupos – Paulo Malaguti, Thelma Chan e Tiago Pinheiro. A parte inicial do trabalho é uma discussão teórica acerca do hibridismo da prática coral e da prática de arranjos corais de canção popular e sua relação com teorizações do campo da pesquisa em música popular. Seguimos com um panorama histórico do contexto que atuaram os grupos-objeto deste trabalho, relacionando o movimento coral ao longo do séc. XX com o desenvolvimento da música popular brasileira, mais especificamente a canção popular urbana também nesse período, para finalmente chegarmos na apresentação biográfica dos grupos e análise dos materiais obtidos. Foi possível ilustrar a partir desta pesquisa que o momento efervescente e inovador da música popular no Brasil no período histórico recortado influenciou diretamente as práticas corais desses três grupos, em todos os parâmetros analisados. Resulta-se dessa influência uma grande contribuição dos grupos-objeto para uma estabilização de uma linguagem híbrida dos arranjos corais, que se estende aos dias atuais de maneira consolidada, nos aspectos de criação, prática e consumo.