Do pêndulo poético: poesia e crítica em Murilo Mendes e Francis Ponge
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/139494 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objetivo observar como opera a pendularidade entre poesia e crítica da poesia na obra de Murilo Mendes (1901-1975) e Francis Ponge (1899-1988). O brasileiro e o francês procedem à fusão de discurso da obra e discurso sobre a obra num movimento em que sujeito lírico e crítico (eles mesmos ficcionais) se encontram em permanente tensão. Entendendo poesia e crítica como atividades reflexivas fundamentadas na linguagem, as questões principais às quais pretendemos nos lançar são: a) Como se configura e opera pendularidade e indistinção entre discurso poético e crítico em Murilo Mendes e Francis Ponge? b) Como se configura a voz poético-crítica para se adequar a um ato de dupla face como esse? c) O que se depreende da aproximação ou do distanciamento da conduta lírico-crítica, levando-se em consideração subjetividade e objetividade? Nesse sentido, esta Tese busca ler comparativamente os dois poetas tendo por horizonte poesia e crítica enquanto atos indistintos, de caráter inacabado, em que autor e leitor participam ativamente. Assim, os poemas aparecem como atos que configuram uma prática literária, que é lírica, crítica e criativa, a um só tempo. No centro dessa prática, os sujeitos lírico-críticos manipulam a criação partindo de um corpo-a-corpo com o texto, como fica claro com as obras que selecionamos para este estudo: de Murilo Mendes, O discípulo de Emaús (1945), Convergência (1970), Poliedro (1972) e Retratos-relâmpago (1973); de Francis Ponge, Proêmes (1948), Méthodes (1961), Pour un Malherbe (1965) e La table (1981). Poesia e crítica, então, podem ser compreendidas no sentido da poiesis, de uma construção que coloca em crise (cuja raiz etimológica é a mesma que a da palavra crítica) o lírico, o crítico, a prosa, a poesia, bem como uma ideia fechada de literatura e de gêneros literários. |
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Do pêndulo poético: poesia e crítica em Murilo Mendes e Francis PongeFrom the poetic pendulum: poetry and criticism in Murilo Mendes and Francis PongePoesia líricaCríticaMurilo MendesFrancis PongeCrítica da poesiaMetacríticaLirical poetryCriticismPoetry criticismMetacriticPoésie lyriqueCritiqueCritique de la poésieMétacritiqueO presente trabalho tem por objetivo observar como opera a pendularidade entre poesia e crítica da poesia na obra de Murilo Mendes (1901-1975) e Francis Ponge (1899-1988). O brasileiro e o francês procedem à fusão de discurso da obra e discurso sobre a obra num movimento em que sujeito lírico e crítico (eles mesmos ficcionais) se encontram em permanente tensão. Entendendo poesia e crítica como atividades reflexivas fundamentadas na linguagem, as questões principais às quais pretendemos nos lançar são: a) Como se configura e opera pendularidade e indistinção entre discurso poético e crítico em Murilo Mendes e Francis Ponge? b) Como se configura a voz poético-crítica para se adequar a um ato de dupla face como esse? c) O que se depreende da aproximação ou do distanciamento da conduta lírico-crítica, levando-se em consideração subjetividade e objetividade? Nesse sentido, esta Tese busca ler comparativamente os dois poetas tendo por horizonte poesia e crítica enquanto atos indistintos, de caráter inacabado, em que autor e leitor participam ativamente. Assim, os poemas aparecem como atos que configuram uma prática literária, que é lírica, crítica e criativa, a um só tempo. No centro dessa prática, os sujeitos lírico-críticos manipulam a criação partindo de um corpo-a-corpo com o texto, como fica claro com as obras que selecionamos para este estudo: de Murilo Mendes, O discípulo de Emaús (1945), Convergência (1970), Poliedro (1972) e Retratos-relâmpago (1973); de Francis Ponge, Proêmes (1948), Méthodes (1961), Pour un Malherbe (1965) e La table (1981). Poesia e crítica, então, podem ser compreendidas no sentido da poiesis, de uma construção que coloca em crise (cuja raiz etimológica é a mesma que a da palavra crítica) o lírico, o crítico, a prosa, a poesia, bem como uma ideia fechada de literatura e de gêneros literários.This study aims at observing how the pendularity between poetry and poetry criticism operates in the work of Murilo Mendes (1901-1975) and Francis Ponge (1899-1988). The Brazilian and the French merge the work’s speech and the speech about the work into a movement in which the lyrical and the critical subject (fictional themselves) find each other in constant tension. Having the understanding of poetry and criticism as reflective activities based in language, the main questions we intend to present are: a) How is the pendularity and indistinctness between poetic and critical speech designed and operated for Murilo Mendes and Francis Ponge? b) How is the poetical and critical voice designed to fit a double-sided act as this one? c) What is interpreted from the approach and distancing from the critical and lyrical behavior, taking into consideration subjectivity and objectivity? On this regard, this Thesis seeks a comparative reading of both poets, having as an outlook, poetry and criticism as indistinct acts of unfinished character in which author and reader are active participants. Thus, the poems are shown as acts that design a literary practice which is lyrical, critical and creative, all at the same time. At the center of this practice, the lyrical and critical subjects manipulate the creation by jostling with the text, as seen in the pieces we have selected for this study: Murilo Mendes’ O discípulo de Emaús (1945), Convergência (1970), Poliedro (1972) and Retratos-relâmpago (1973); and Francis Ponge’s Proêmes (1948), Méthodes (1961), Pour un Malherbe (1965) and La table (1981). Therefore, poetry and criticism can be understood in the same meaning as poiesis, a construction that sets into crisis (whose etymological root is the same as the critical word) the lyrical, the critical, the prose, the poetry as well as an idea of closed literature and literary genders.Ce travail a pour objectif d’observer comment opère le pendule entre poésie et critique de poésie dans l’œuvre de Murilo Mendes (1901-1975) et Francis Ponge (1899-1988). Le Brésilien et le Français procèdent à la fusion de discours de l’œuvre et discours sur l’œuvre dans un mouvement dans lequel le sujet lyrique et le critique (eux-mêmes fictionnels) se trouvent en une permanente tension. En comprenant poésie et critique comme des activités réflexives fondées sur le langage, voici les questions principales auxquelles nous prétendons nous lancer : a) Comment se configure et opère le pendule et l’indistinction entre discours poétique et critique chez Murilo Mendes et Francis Ponge ? b) Comment se configure la voix poétique-critique pour s’adapter à cet acte à double-face ? c) Qu’est-ce qu’on peut conclure de l’approximation ou du recul de la démarche lyrico-critique, quand on considère subjectivité et objectivité ? À cet égard, cette Thèse cherche une lecture comparative de poètes, en ayant pour horizon la poésie et la critique comme des actes indistincts, de nature inachevée, dans lesquels auteur et lecteur participent activement. Ainsi, les poèmes apparaissent comme des actes qui configurent une pratique littéraire critique, lyrique et créative en même temps. Au centre de cette pratique, les sujets lyrico-critiques manipulent la création par un corps à corps avec le texte, comme nous pouvons le voir nettement dans le corpus de ce travail : de Murilo Mendes, O discípulo de Emaús (1945), Convergência (1970), Poliedro (1972) et Retratos-relâmpago (1973) ; de Francis Ponge, Proêmes (1948), Méthodes (1961), Pour un Malherbe (1965) et La table (1981). De cette manière, la poésie et la critique peuvent être comprises au sens de la poiesis, d’une construction qui porte la crise (dont la racine étymologique est la même que celle de critique) du lyrique, du critique, de la prose, de la poésie, aussi bien qu’une idée fermée de la littérature et des genres littéraires.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pires, Antônio Donizeti [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Antonio, Patrícia Aparecida [UNESP]2016-06-21T16:54:09Z2016-06-21T16:54:09Z2016-04-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/13949400087194933004030016P03023104181714168porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T19:21:37Zoai:repositorio.unesp.br:11449/139494Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:02:53.576205Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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