Efeito antitumorigênico da piperina em câncer de colo de útero modulado pela via inflamatória MAPK/ERK

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Leilane Bernardes
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/239385
Resumo: O câncer cervical é uma neoplasia maligna considerada um sério problema de saúde pública, acometendo principalmente mulheres de nível socioeconômico baixo e na faixa etária reprodutivaA mais recente estimativa mundial aponta que ocorrerão no mundo 18 milhões de casos novos de câncer. Para o Brasil, a estimativa para cada ano de 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer, sendo que destes, 16.590 de colo de útero. A maioria dos casos e mortes ocorrem nos países de baixa e média renda, propiciadas pela infecção persistente do papiloma vírus humano (HPV), que acarretam em um aumento de processos inflamatórios e consequente aumento na susceptibilidade do câncer cervical. Sabendo que a inflamação é um mecanismo de proteção do organismo e que o câncer surge em áreas de inflamação crônica, as células tumorais e inflamatórias secretam inúmeras citocinas e quimiocinas que ativam a via MAPK, responsável pela síntese de ERKs, JNKs e p38. Assim, o uso de anti-inflamatórios se torna um alvo terapêutico no câncer, como o alcaloide piperina derivado da Piper nigrum, que demonstrou atuar na ativação da p38 fosforilada, JNK e AP-1. Apesar dessas evidências, a via inflamatória por ação da piperina foi pouco investigada em casos de neoplasias, portanto o objetivo deste trabalho foi investigar in vitro o efeito antitumoral de piperina em câncer cervical e determinar se esse efeito é modulado pela via inflamatória da MAPK/ERK. Para tanto foram avaliadas a morfologia e a expressão das proteínas p38 e ERK, da via MAPK por imunocitoquímica, buscando compreender como a piperina modula essa via. Os resultados evidenciaram, na linhagem de células não tumorais (HaCaT) e nas linhagens tumorais (HeLa; SiHa e CaSki), que a piperina foi capaz de alterar a morfologia celular e modulou a via inflamatória. Nas células HaCaT, a p38 teve um aumento significativo tanto no citoplasma quanto no núcleo, porém o processo de translocação nuclear foi reduzido. Em relação à proteína ERK, a piperina modulou negativamente sua expressão em todos os compartimentos celulares das linhagens de câncer cervical. Deste modo, a piperina reduz a evolução neoplásica in vitro por atuar sobre a via MAPK, que por sua vez modula a expressão de ERK e p38, evidenciando ser um potencial fitoterápico para o tratamento auxiliar no câncer cervical.
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Sabendo que a inflamação é um mecanismo de proteção do organismo e que o câncer surge em áreas de inflamação crônica, as células tumorais e inflamatórias secretam inúmeras citocinas e quimiocinas que ativam a via MAPK, responsável pela síntese de ERKs, JNKs e p38. Assim, o uso de anti-inflamatórios se torna um alvo terapêutico no câncer, como o alcaloide piperina derivado da Piper nigrum, que demonstrou atuar na ativação da p38 fosforilada, JNK e AP-1. Apesar dessas evidências, a via inflamatória por ação da piperina foi pouco investigada em casos de neoplasias, portanto o objetivo deste trabalho foi investigar in vitro o efeito antitumoral de piperina em câncer cervical e determinar se esse efeito é modulado pela via inflamatória da MAPK/ERK. Para tanto foram avaliadas a morfologia e a expressão das proteínas p38 e ERK, da via MAPK por imunocitoquímica, buscando compreender como a piperina modula essa via. Os resultados evidenciaram, na linhagem de células não tumorais (HaCaT) e nas linhagens tumorais (HeLa; SiHa e CaSki), que a piperina foi capaz de alterar a morfologia celular e modulou a via inflamatória. Nas células HaCaT, a p38 teve um aumento significativo tanto no citoplasma quanto no núcleo, porém o processo de translocação nuclear foi reduzido. Em relação à proteína ERK, a piperina modulou negativamente sua expressão em todos os compartimentos celulares das linhagens de câncer cervical. Deste modo, a piperina reduz a evolução neoplásica in vitro por atuar sobre a via MAPK, que por sua vez modula a expressão de ERK e p38, evidenciando ser um potencial fitoterápico para o tratamento auxiliar no câncer cervical.Cervical cancer is a malignant neoplasm considered a serious public health problem, affecting mainly women of low socioeconomic status and in the reproductive age group. The most recent global estimate indicates that 18 million new cases of cancer will occur in the world. For Brazil, the estimate for each year of 2020-2022 indicates that there will be 625,000 new cases of cancer, of which 16,590 will be cervical cancer. Most cases and deaths occur in low- and middle-income countries, caused by persistent human papilloma virus (HPV) infection, which leads to an increase in inflammatory processes and a consequent increase in susceptibility to cervical cancer. Knowing that inflammation is a protective mechanism of the body and that cancer arises in areas of chronic inflammation, tumor and inflammatory cells secrete numerous cytokines and chemokines that activate the MAPK pathway, responsible for the synthesis of ERKs, JNKs and p38. Thus, the use of anti-inflammatory drugs becomes a therapeutic target in cancer, such as the piperine alkaloid derived from Piper nigrum, which has been shown to act in the activation of phosphorylated p38, JNK and AP-1. Despite this evidence, the inflammatory pathway by the action of piperine has been little investigated in cases of neoplasms, therefore the objective of this work was to investigate in vitro the antitumor effect of piperine in cervical cancer and to determine whether this effect is modulated by the inflammatory pathway of MAPK/ERK. For this purpose, the morphology and expression of p38 and ERK proteins of the MAPK pathway were evaluated by immunocytochemistry, seeking to understand how piperine modulates this pathway. The results showed, in the non-tumor cell lineage (HaCaT) and in the tumor cell lines (HeLa; SiHa and CaSki), that piperine was able to change cell morphology and modulate the inflammatory pathway. In HaCaT cells, p38 had a significant increase both in the cytoplasm and in the nucleus, but the process of nuclear translocation was reduced. Regarding the ERK protein, piperine negatively modulated its expression in all cell compartments of cervical cancer cell lines. Thus, piperine reduces neoplastic evolution in vitro by acting on the MAPK pathway, which in turn modulates the expression of ERK and p38, proving to be a potential herbal medicine for the auxiliary treatment of cervical cancer.Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPe UNESP)6335 4/2022 - PIBICUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Lisoni, Flávia Cristina Rodrigues [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Freitas, Leilane Bernardes2023-02-08T11:29:43Z2023-02-08T11:29:43Z2022-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/239385porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-28T06:46:09Zoai:repositorio.unesp.br:11449/239385Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-06T00:07:39.368934Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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