Carne mecanicamente separada de frango em dietas para cães e gatos: formação dos kibbles e avaliação nutricional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Priscila Martins [UNESP]
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/217287
Resumo: A utilização de ingredientes novos ou alternativos são interessantes para a indústria de alimentos para animais de estimação, especialmente ingredientes proteicos, que impactam diretamente no custo final e na saúde do animal. A presente tese está estruturada em três capítulos. O Capítulo 1 apresenta visão geral sobre proteínas, suas fontes, metabolismo e processamento, por meio de revisão bibliográfica. Os Capítulos 2 e 3 avaliaram os efeitos da inclusão de carne mecanicamente separada de frango (CMSF) em substituição à farinha de vísceras de frango (FVF) em dietas para cães e gatos, respectivamente. As analises se deram sobre: a capacidade do sistema de extrusão processar formulações com elevada umidade, formação e macroestrutura dos kibbles, digestibilidade dos nutrientes e da energia, características fecais, produtos de fermentação nas fezes, resposta pós-prandial de ureia, características de urina, balanço de nitrogênio e palatabilidade. Uma dieta livre de grãos foi formulada com FVF. Esta foi substituída pela CMSF em quatro inclusões: controle (0%), 23,1%, 40,8% e 55,2% das formulações para cães; controle (0%), 17.4%, 31.4% e 42.4% das formulações para gatos. Essa inclusão elevada de CMSF, matéria prima de elevada umidade, foi alcançada usando extrusora de rosca dupla anexada a outros equipamentos que possibilitam grandes inclusões de emulsão cárnea junto a ingredientes secos. Nós dois capítulos, maior palatabilidade foi verificada para as dietas acima do terceiro nível de inclusão de CMSF (P<0,01). Mesmo se considerando que a umidade no canhão extrusor foi superior a 43% nos tratamentos com mais alta inclusão de CMSF, foi verificada adequada formatação dos kibbles com adequado cozimento do amido (>87%). Para cães o coeficiente de digestibilidade aparente da MS aumentou de modo quadrático, enquanto o da PB e EB de modo linear com a inclusão de CMSF (P<0,05). Para gatos os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes foram similares entre tratamentos (P>0,05). Pelo método de regressão, foi possível se extrapolar para cães inclusão de 100% de CMSF, obtendo-se para o ingrediente coeficiente de digestibilidade aparente da PB de 96% e da EB de 98%. Para cães, o escore, produção e teores de ácidos graxos de cadeia curta das fezes não diferiram (P>0,05). Amônia e isobutirico diminuíram nas fezes com a inclusão de CMSF (P<0,05), indicando menor fermentação proteica no intestino grosso. Para gatos, a concentração de ácidos graxos de cadeia ramificada (isobutirico, isovalerico e valérico) diminuiu linearmente com o aumento da inclusão de CMSF (P<0,05), indicando melhor digestibilidade ileal e menor fermentação proteica no colón para gatos. A concentração plasmática pós-prandial de ureia nos cães não diferiu entre os tratamentos (P>0,05). O volume, a densidade e o pH da urina foram também similares entre dietas para as duas espécies (P>0,05). Como conclusão, a substituição de FVF por CMSF aumentou a palatabilidade da dieta e a digestibilidade dos nutrientes, e reduziu os produtos da fermentação proteica nas fezes. O sistema de extrusão avaliado foi capaz de processar adequadamente formulações de alta umidade que apresentam a CMSF como matéria-prima principal.
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As analises se deram sobre: a capacidade do sistema de extrusão processar formulações com elevada umidade, formação e macroestrutura dos kibbles, digestibilidade dos nutrientes e da energia, características fecais, produtos de fermentação nas fezes, resposta pós-prandial de ureia, características de urina, balanço de nitrogênio e palatabilidade. Uma dieta livre de grãos foi formulada com FVF. Esta foi substituída pela CMSF em quatro inclusões: controle (0%), 23,1%, 40,8% e 55,2% das formulações para cães; controle (0%), 17.4%, 31.4% e 42.4% das formulações para gatos. Essa inclusão elevada de CMSF, matéria prima de elevada umidade, foi alcançada usando extrusora de rosca dupla anexada a outros equipamentos que possibilitam grandes inclusões de emulsão cárnea junto a ingredientes secos. Nós dois capítulos, maior palatabilidade foi verificada para as dietas acima do terceiro nível de inclusão de CMSF (P<0,01). Mesmo se considerando que a umidade no canhão extrusor foi superior a 43% nos tratamentos com mais alta inclusão de CMSF, foi verificada adequada formatação dos kibbles com adequado cozimento do amido (>87%). Para cães o coeficiente de digestibilidade aparente da MS aumentou de modo quadrático, enquanto o da PB e EB de modo linear com a inclusão de CMSF (P<0,05). Para gatos os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes foram similares entre tratamentos (P>0,05). Pelo método de regressão, foi possível se extrapolar para cães inclusão de 100% de CMSF, obtendo-se para o ingrediente coeficiente de digestibilidade aparente da PB de 96% e da EB de 98%. Para cães, o escore, produção e teores de ácidos graxos de cadeia curta das fezes não diferiram (P>0,05). Amônia e isobutirico diminuíram nas fezes com a inclusão de CMSF (P<0,05), indicando menor fermentação proteica no intestino grosso. Para gatos, a concentração de ácidos graxos de cadeia ramificada (isobutirico, isovalerico e valérico) diminuiu linearmente com o aumento da inclusão de CMSF (P<0,05), indicando melhor digestibilidade ileal e menor fermentação proteica no colón para gatos. A concentração plasmática pós-prandial de ureia nos cães não diferiu entre os tratamentos (P>0,05). O volume, a densidade e o pH da urina foram também similares entre dietas para as duas espécies (P>0,05). Como conclusão, a substituição de FVF por CMSF aumentou a palatabilidade da dieta e a digestibilidade dos nutrientes, e reduziu os produtos da fermentação proteica nas fezes. O sistema de extrusão avaliado foi capaz de processar adequadamente formulações de alta umidade que apresentam a CMSF como matéria-prima principal.The use of new or alternative ingredients are part of the normal development of the pet food industry, especially protein ingredients, which directly impact the final cost and health of the animals. The present thesis is structured in three chapters. Chapter 1 present an overview of proteins, their sources, metabolism, and processing through a literature review. Chapters 2 and 3 evaluated the effects of including mechanically deboned chicken meat (MDCM) to replace chicken by product meal (CM) in diets for dogs and cats, respectively. The analyzes developed included: the capacity of the extrusion systems process formulations with high in-barrel moisture, kibble formation and macrostructure, nutrient and energy apparent digestibility, fecal characteristics, fermentation products formation, postprandial urea response, urine characteristics, nitrogen balance and palatability. A grain-free diet was formulated, with CM. This was replaced by MDCM in four inclusions: control (0%), 23.1%, 40.8% and 55.2% in dog diets; control (0%), 17.4%, 31.4% and 42.4% in cat diets. This high inclusion of a raw material with elevated moisture was achieved using a twin-screw extruder attached to other equipment that allowed large inclusions of meat emulsion in combination with dry ingredients. In both chapters, greater palatability was verified for diets after the third level of MDCM inclusion (P<0.01). Even considering that the in-barrel moisture was higher than 43% in treatments with the highest inclusion of MDCM, adequate kibbles formatting was verified with adequate starch cooking (>87%). For dogs, the coefficients of apparent digestibility of DM presented a quadratic increase, while for CP and GE a linear increase was observed with MDCM inclusion (P<0.05). For cats, the apparent nutrient digestibility of nutrients was similar between treatments (P>0.05). Using the regression method, it was possible to dogs to extrapolate the replacement of 100% of MDCM, obtaining for CP a digestibility coefficient of 96%. For dogs, the feces score, production, and contents of short-chain fatty acids did not differ (P>0.05). Ammonia and isobutyrate decreased in feces with the inclusion of MDCM (P<0.05), indicating lower protein fermentation on colon. For cats, the concentration of branched-chain fatty acids (isobutyric, isovaleric and valeric) decreased linearly with the increase on MDCM (P<0.05), indicating better ileal digestibility and lower protein fermentation in the colon. Postprandial plasma urea concentration did not differ between treatments in dogs (P>0.05). Urine volume, density and pH were also similar between diets for the two species (P>0.05). In conclusion, the replacement of CM by MDCM increased the palatability and digestibility of the diet and reduced the protein fermentation products in the feces. The evaluated extrusion system was able to properly process high moisture formulations that have MDCM as the main raw material.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPQ: 142145/2018-1Universidade Estadual Paulista (Unesp)Carciofi, Aulus CavalieriUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Ribeiro, Priscila Martins [UNESP]2022-03-21T13:00:01Z2022-03-21T13:00:01Z2021-12-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/21728733004102002P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T18:57:47Zoai:repositorio.unesp.br:11449/217287Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:46:35.650568Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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