"Tô na vez": o moto táxi para além do desemprego em Araraquara-SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas, Luis Phellipe de Souza Thomaz
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/242720
Resumo: Partindo do pressuposto que as transformações no mercado de trabalho empurram os agentes para a informalidade e para o trabalho flexível e precarizado, o objetivo desta investigação é questionar outras possíveis causas que levam o trabalhador moto-taxista não só trabalhar no moto-táxi, mas permanecer no ofício, por vezes, por décadas, em outras vezes, a vida toda. O tema deste projeto seria, portanto, compreender “as causas que levam os agentes a fazerem o que fazem” no sentido de Geertz (1989), e o objeto empírico são os(as) trabalhadores(as) de moto-táxi na cidade de Araraquara. Neste sentido, este trabalho se dedica a refletir de que modo moto trabalhadores operam agências com seus ofícios mediados e operados a partir da lógica capitalista de produção do deslocar-se na cidade. A cidade escolhida para realizar o trabalho de campo foi em Araraquara-SP, cidade do interior do estado de São Paulo, onde o próprio autor anteriormente (2017-8) também já havia trabalhado como moto táxi. Recortamos três bases de moto táxi na cidade de Araraquara-SP para acompanhar de perto o cotidiano de moto trabalhadores, tal como nos aproximamos da construção de uma cooperativa de moto trabalhadores na cidade para a imersão etnográfica. A escolha desses locus de observação se deu pela experiência pretérita do autor como moto taxista, visando maior abertura dos interlocutores para participar e colaborar com a pesquisa, tal como a praticidade de se realizar a pesquisa na cidade que o pesquisador reside. Partindo de uma chave epistemológica que busca vislumbrar, compreender e interpretar de que modo os agentes significam o que fazem (Weber, 1974), (Geertz, 1989), (Ingold, 2015), (DeCerteau, 2002), buscamos através da etnografia e das relações produzidas pelo trabalho de campo, atinar os sentidos que os moto trabalhadores atribuem ao seu cotidiano para além da lógica da necessidade pura, da racionalidade econômica e da sobrevivência. A pesquisa aponta a maneira como os mototaxistas, envolvidos no trabalho de campo, mobilizam estratégias, operam táticas, mobilizam significados para dar sentido às suas práticas (sempre) sociais, e deste modo, criam seus próprios caminhos, isto é, produzem suas próprias vidas de modo relacional, que compartilham sentidos, significados, e assim, se fazem existir na criação de malhas de vivências que se entrecruzam e por meio dessas vivências compartilhadas podem (sobre)viver, e, mais ainda, podem criar maneiras de se situar no mundo.
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A cidade escolhida para realizar o trabalho de campo foi em Araraquara-SP, cidade do interior do estado de São Paulo, onde o próprio autor anteriormente (2017-8) também já havia trabalhado como moto táxi. Recortamos três bases de moto táxi na cidade de Araraquara-SP para acompanhar de perto o cotidiano de moto trabalhadores, tal como nos aproximamos da construção de uma cooperativa de moto trabalhadores na cidade para a imersão etnográfica. A escolha desses locus de observação se deu pela experiência pretérita do autor como moto taxista, visando maior abertura dos interlocutores para participar e colaborar com a pesquisa, tal como a praticidade de se realizar a pesquisa na cidade que o pesquisador reside. Partindo de uma chave epistemológica que busca vislumbrar, compreender e interpretar de que modo os agentes significam o que fazem (Weber, 1974), (Geertz, 1989), (Ingold, 2015), (DeCerteau, 2002), buscamos através da etnografia e das relações produzidas pelo trabalho de campo, atinar os sentidos que os moto trabalhadores atribuem ao seu cotidiano para além da lógica da necessidade pura, da racionalidade econômica e da sobrevivência. A pesquisa aponta a maneira como os mototaxistas, envolvidos no trabalho de campo, mobilizam estratégias, operam táticas, mobilizam significados para dar sentido às suas práticas (sempre) sociais, e deste modo, criam seus próprios caminhos, isto é, produzem suas próprias vidas de modo relacional, que compartilham sentidos, significados, e assim, se fazem existir na criação de malhas de vivências que se entrecruzam e por meio dessas vivências compartilhadas podem (sobre)viver, e, mais ainda, podem criar maneiras de se situar no mundo.Partiendo del supuesto de que los cambios en el mercado laboral empujan a los agentes hacia la informalidad y el trabajo flexible y precario, el objetivo de esta investigación es cuestionar otras posibles causas que llevan a los mototaxistas no solo a trabajar en mototaxi, sino a permanecer en el oficio. , a veces durante décadas, a veces durante toda la vida. El tema de este proyecto sería entonces comprender “las causas que llevan a los agentes a hacer lo que hacen” en el sentido de Geertz (1989), y el objeto empírico son los mototaxistas de la ciudad de Araraquara. En este sentido, este trabajo se dedica a reflexionar sobre cómo los motociclistas operan agencias con sus oficios mediatizados y operados desde la lógica capitalista de producción del desplazamiento en la ciudad. La ciudad elegida para realizar el trabajo de campo fue Araraquara-SP, una ciudad del interior del estado de São Paulo, donde el propio autor había trabajado previamente (2017-8) también como mototaxi. Recortamos tres bases de mototaxis en la ciudad de Araraquara-SP para seguir de cerca el día a día de los mototrabajadores, así como nos acercamos a la construcción de una cooperativa de mototaxi en la ciudad para la inmersión etnográfica. La elección de estos locus de observación se debió a la experiencia pasada del autor como mototaxista, buscando una mayor apertura de los interlocutores a participar y colaborar con la investigación, así como la practicidad de realizar la investigación en la ciudad donde el investigador reside Partiendo de una clave epistemológica que busca vislumbrar, comprender e interpretar cómo los agentes significan lo que hacen (Weber, 1974), (Geertz, 1989), (Ingold, 2015), (DeCerteau, 2002), buscamos a través de la etnografía y desde la relaciones producidas por el trabajo de campo, para comprender los significados que los moteros atribuyen a su cotidiano más allá de la lógica de la pura necesidad, la racionalidad económica y la sobrevivencia. La investigación apunta a la forma en que los mototaxistas, involucrados en el trabajo de campo, movilizan estrategias, operan tácticas, simbolizan significados para dar sentido a sus (siempre) prácticas sociales, y de esa manera, crean sus propios caminos, es decir, producen sus propias vidas, de manera relacional con otras personas, que comparten sentidos, significados, y así se hacen existir en la creación de mallas de experiencias que se entrecruzan y a través de estas experiencias compartidas pueden (sobrevivir) vivir, y, más aún, pueden crear formas de ser lugar en el mundo.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)162934/2021-1Universidade Estadual Paulista (Unesp)Castro, Ana Lúcia de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Dantas, Luis Phellipe de Souza Thomaz2023-03-29T18:50:58Z2023-03-29T18:50:58Z2023-03-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/24272033004030017P7porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-11T18:47:43Zoai:repositorio.unesp.br:11449/242720Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:50:10.416999Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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