Densidade e tamanho populacional de primatas em um fragmento florestal no sudeste do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81752004000400017 http://hdl.handle.net/11449/20493 |
Resumo: | Foram realizadas transecções lineares em um pequeno fragmento de Floresta Atlântica semidecídua, a fim de se estimar densidade e tamanho populacional de primatas. A Mata São José possui uma área de 230 ha e está localizada entre Rio Claro e Araras (Estado de São Paulo, sudeste do Brasil). Este fragmento florestal abriga 23 espécies de mamíferos não - voadores, distribuídos em sete ordens e 13 famílias. de julho de 1999 a janeiro de 2001, foram percorridos 125 km e três espécies de primatas foram registradas. As densidades populacionais foram estimadas com base no software Distance. A espécie de primata que apresentou maior densidade foi o macaco-prego Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Cebidae) (24,5 indivíduos/ km², variando entre 19,6 e 32,6 indivíduos/ km²). Para o sauá Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) (Pitheciidae) e o sagüi-da-serra-escuro Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) (Callitrichidae) foi calculada uma densidade de 3,5 indivíduos/ km² (variando entre 2,8 e 4,6 indivíduos/ km²). A população total de macaco - prego estimada foi de 56 indivíduos (variando de 45 a 75 indivíduos), bem como a população total de sauá e sagüi-da-serra-escuro foi de oito indivíduos (variando de seis a 10 indivíduos). O sauá e o sagüi-da-serra-escuro estão inclusos na lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção no Brasil, considerados vulneráveis à extinção, mas esses dois primatas ainda persistem na Mata São José, ainda que em baixa densidade populacional. Estas espécies estão correndo risco de extinção local, pois o pequeno tamanho das populações as torna mais suscetíveis a efeitos estocásticos, depressão genética por endocruzamento e variações ambientais. A translocação destas espécies de primatas é a única medida de manejo plausível que pode evitar a extinção local destas populações de primatas. |
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Densidade e tamanho populacional de primatas em um fragmento florestal no sudeste do BrasilDensity and population size of primates in a forest fragment in southeastern BrazilCensofloresta atlânticafragmentação florestalmétodo de transecção linearprimatasAtlantic forestcensusforest fragmentationline-transect methodprimatesForam realizadas transecções lineares em um pequeno fragmento de Floresta Atlântica semidecídua, a fim de se estimar densidade e tamanho populacional de primatas. A Mata São José possui uma área de 230 ha e está localizada entre Rio Claro e Araras (Estado de São Paulo, sudeste do Brasil). Este fragmento florestal abriga 23 espécies de mamíferos não - voadores, distribuídos em sete ordens e 13 famílias. de julho de 1999 a janeiro de 2001, foram percorridos 125 km e três espécies de primatas foram registradas. As densidades populacionais foram estimadas com base no software Distance. A espécie de primata que apresentou maior densidade foi o macaco-prego Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Cebidae) (24,5 indivíduos/ km², variando entre 19,6 e 32,6 indivíduos/ km²). Para o sauá Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) (Pitheciidae) e o sagüi-da-serra-escuro Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) (Callitrichidae) foi calculada uma densidade de 3,5 indivíduos/ km² (variando entre 2,8 e 4,6 indivíduos/ km²). A população total de macaco - prego estimada foi de 56 indivíduos (variando de 45 a 75 indivíduos), bem como a população total de sauá e sagüi-da-serra-escuro foi de oito indivíduos (variando de seis a 10 indivíduos). O sauá e o sagüi-da-serra-escuro estão inclusos na lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção no Brasil, considerados vulneráveis à extinção, mas esses dois primatas ainda persistem na Mata São José, ainda que em baixa densidade populacional. Estas espécies estão correndo risco de extinção local, pois o pequeno tamanho das populações as torna mais suscetíveis a efeitos estocásticos, depressão genética por endocruzamento e variações ambientais. A translocação destas espécies de primatas é a única medida de manejo plausível que pode evitar a extinção local destas populações de primatas.Line-transect surveys were conducted at a small remnant of semideciduous Atlantic Forest to estimate primate density and population size. The Mata São José has about 230 ha and it is located between Rio Claro and Araras (São Paulo State, southeastern Brazil). This forest fragment holds 23 non-volant mammal species distributed in seven orders e 13 families. From July 1999 to January 2001, a total of 125 km were walked and three primate species were recorded. The densities were estimated based on Distance software. Brown capuchin monkey Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Cebidae) presented the highest population density (24.5 individuals/ km², ranging between 19.6 and 32.6 individuals/ km²). Titi monkeys Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) (Pitheciidae) and tufted ear marmosets Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) (Callitrichidae) presented 3.5 individuals/ km² (ranging between 2.8 to 4.6 individuals/ km²). Total population size of brown capuchin monkeys was 56 individuals (ranging between 45 to 75 individuals) and the titi monkeys and tufted ear marmosets were eight individuals (ranging between six to 10 individuals). Titi monkeys and tufted ear marmosets are vulnerable to extinction and both persist at Mata São José, but at low population densities. These primate species are at local extinction risk, because populations at low densities are more suscetible to stochastic events, inbreeding depression and environmental variation. Translocation is the only plausible management action that could avoid local extinction of these primates.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Universidade Estadual Paulista Departamento de Ecologia Laboratório de Biologia da ConservaçãoUniversidade Estadual Paulista Departamento de Ecologia Laboratório de Biologia da ConservaçãoSociedade Brasileira de ZoologiaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)São Bernardo, Christine Steiner [UNESP]Galetti, Mauro [UNESP]2013-09-30T19:46:45Z2014-05-20T13:57:29Z2013-09-30T19:46:45Z2014-05-20T13:57:29Z2004-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article827-832application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0101-81752004000400017Revista Brasileira de Zoologia. Sociedade Brasileira de Zoologia, v. 21, n. 4, p. 827-832, 2004.0101-8175http://hdl.handle.net/11449/2049310.1590/S0101-81752004000400017S0101-81752004000400017S0101-81752004000400017.pdf3431375174670630SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Zoologiainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-10-28T06:06:39Zoai:repositorio.unesp.br:11449/20493Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:14:02.916422Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Foram realizadas transecções lineares em um pequeno fragmento de Floresta Atlântica semidecídua, a fim de se estimar densidade e tamanho populacional de primatas. A Mata São José possui uma área de 230 ha e está localizada entre Rio Claro e Araras (Estado de São Paulo, sudeste do Brasil). Este fragmento florestal abriga 23 espécies de mamíferos não - voadores, distribuídos em sete ordens e 13 famílias. de julho de 1999 a janeiro de 2001, foram percorridos 125 km e três espécies de primatas foram registradas. As densidades populacionais foram estimadas com base no software Distance. A espécie de primata que apresentou maior densidade foi o macaco-prego Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Cebidae) (24,5 indivíduos/ km², variando entre 19,6 e 32,6 indivíduos/ km²). Para o sauá Callicebus nigrifrons (Spix, 1823) (Pitheciidae) e o sagüi-da-serra-escuro Callithrix aurita (É. Geoffroy, 1812) (Callitrichidae) foi calculada uma densidade de 3,5 indivíduos/ km² (variando entre 2,8 e 4,6 indivíduos/ km²). A população total de macaco - prego estimada foi de 56 indivíduos (variando de 45 a 75 indivíduos), bem como a população total de sauá e sagüi-da-serra-escuro foi de oito indivíduos (variando de seis a 10 indivíduos). O sauá e o sagüi-da-serra-escuro estão inclusos na lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção no Brasil, considerados vulneráveis à extinção, mas esses dois primatas ainda persistem na Mata São José, ainda que em baixa densidade populacional. Estas espécies estão correndo risco de extinção local, pois o pequeno tamanho das populações as torna mais suscetíveis a efeitos estocásticos, depressão genética por endocruzamento e variações ambientais. A translocação destas espécies de primatas é a única medida de manejo plausível que pode evitar a extinção local destas populações de primatas. |
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