Crescimento do caranguejo de água doce, Dilocarcinus pagei Stimpson (Crustacea, Brachyura, Trichodactylidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Marcelo A. A. [UNESP]
Data de Publicação: 2005
Outros Autores: Taddei, Fabiano G.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81752005000300002
http://hdl.handle.net/11449/28374
Resumo: A biologia de caranguejos de água doce tem sido pouco enfocada na literatura carcinológica, especialmente em relação ao crescimento das espécies da família Trichodactylidae. Este estudo visa determinar as curvas de crescimento em tamanho e peso, bem como a longevidade e a idade na muda pubertária dos caranguejos de água doce Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861. As amostras foram obtidas mensalmente na Represa Municipal de São José do Rio Preto (São Paulo), de outubro/1994 a setembro/1996. Os indivíduos tiveram o sexo determinado, sendo também mensurados (LC = largura do cefalotórax) e pesados (PE = peso úmido). O crescimento dos indivíduos foi determinado pelo método de distribuição dos exemplares em classes de tamanho, sendo utilizado o programa FiSAT para a determinação das curvas através do ajuste não linear dos dados pelo modelo de Bertalanffy. Foram analisados 962 exemplares (534 machos e 428 fêmeas) e as curvas de crescimento em tamanho foram expressas pelas equações LC Machos = 61,7[1-e-0,97(t+0,041)] e LC Fêmeas = 57,1[1-e-1,41(t+0,031)], enquanto o crescimento em peso foi melhor representado por PE Machos = 65,2[1-e-0,97(t+0,041)]3,08 e PE Fêmeas = 44,9[1-e-1,41(t+0,031)]2,82. O tamanho assintótico dos machos (61,66 mm) foi pouco superior ao das fêmeas (57,09 mm), ocorrendo o inverso para a longevidade, estimada em 2,4 e 2,7 anos, respectivamente. O tamanho máximo estimado com base em 95% do tamanho assintótico foi de 58,6 mm para os machos e 54,2 mm para as fêmeas, valores muito próximos dos maiores tamanhos registrados na natureza para cada sexo (55,8 mm). A muda da puberdade dos machos ocorreu com idade superior à das fêmeas (tMachos = 1,2 anos e tFêmeas = 0,9 anos). Os resultados obtidos neste trabalho são inéditos na literatura carcinológica, sendo de grande valia no manejo populacional e preservação desta espécie, que vem sendo intensamente explorada e usada como isca na pesca esportiva.
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O crescimento dos indivíduos foi determinado pelo método de distribuição dos exemplares em classes de tamanho, sendo utilizado o programa FiSAT para a determinação das curvas através do ajuste não linear dos dados pelo modelo de Bertalanffy. Foram analisados 962 exemplares (534 machos e 428 fêmeas) e as curvas de crescimento em tamanho foram expressas pelas equações LC Machos = 61,7[1-e-0,97(t+0,041)] e LC Fêmeas = 57,1[1-e-1,41(t+0,031)], enquanto o crescimento em peso foi melhor representado por PE Machos = 65,2[1-e-0,97(t+0,041)]3,08 e PE Fêmeas = 44,9[1-e-1,41(t+0,031)]2,82. O tamanho assintótico dos machos (61,66 mm) foi pouco superior ao das fêmeas (57,09 mm), ocorrendo o inverso para a longevidade, estimada em 2,4 e 2,7 anos, respectivamente. O tamanho máximo estimado com base em 95% do tamanho assintótico foi de 58,6 mm para os machos e 54,2 mm para as fêmeas, valores muito próximos dos maiores tamanhos registrados na natureza para cada sexo (55,8 mm). A muda da puberdade dos machos ocorreu com idade superior à das fêmeas (tMachos = 1,2 anos e tFêmeas = 0,9 anos). Os resultados obtidos neste trabalho são inéditos na literatura carcinológica, sendo de grande valia no manejo populacional e preservação desta espécie, que vem sendo intensamente explorada e usada como isca na pesca esportiva.The biology of freshwater crab Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861 has been poorly studied, mainly in relation to growth in the Trichodactylidae species. This study aims to determine size/weight growth curves, longevity and age in the puberty molt of the freshwater crab Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861. The samples were taken monthly in the São José do Rio Preto county dam (São Paulo), from October 1994 to September 1996, the individuals being sexed, measured (CW = cephalotorax width) and weighed (WW = wet weight). Growth was determined by distribution of the specimens by size classes, where as the FiSAT program was used to determine non-linear estimation of growth parameters by the Bertalanffy equation. A total of 962 specimens (534 males and 428 females) was analyzed. Growth size curves were expressed by the equations CW Males = 61.7[1-e-0.97(t+0.041)] and CW Females = 57.1[1-e-1.41(t+0.031)], while growth in weight was better represented by WW Males = 65.2[1-e-0.97(t+0.041)]3.08 and WW Females = 44.9[1-e-1.41(t+0.031)]2.82. Assintotic size of the males (61.7 mm) was greater than that of the felamles (57.1 mm), the opposite occurring for longevity, estimated at 2.4 and 2.7 years, respectively. The maximum size (95% of the CW¥) was 58.6 mm for males and 54.2 mm for females, very close to maximum sizes recorded in nature to each sex (55.8 mm). The puberty molt in males occurred at a higher age level when compared to that of females (tMales = 1.2 years and tFemales = 0.9 years). The results present here are inedited in the carcinological literature, this being very important in population management and preservation of this species, as it is explored intensely and used as bait in fishing.Universidade Estadual Paulista Grupo de Pesquisa em Biologia de CrustáceosCentro Universitário de Rio PretoUniversidade Estadual Paulista Grupo de Pesquisa em Biologia de CrustáceosSociedade Brasileira de ZoologiaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Centro Universitário de Rio PretoPinheiro, Marcelo A. A. [UNESP]Taddei, Fabiano G.2014-05-20T15:12:27Z2014-05-20T15:12:27Z2005-09-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article522-528application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0101-81752005000300002Revista Brasileira de Zoologia. Sociedade Brasileira de Zoologia, v. 22, n. 3, p. 522-528, 2005.0101-8175http://hdl.handle.net/11449/2837410.1590/S0101-81752005000300002S0101-81752005000300002S0101-81752005000300002.pdfSciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Zoologiainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-12-02T06:12:41Zoai:repositorio.unesp.br:11449/28374Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-02T06:12:41Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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