Avaliação do efeito da virginiamicina na prevenção da doença periodontal bovina: monitoramento da microbiota oral associada à doença
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/153505 |
Resumo: | As doenças periodontais provocam inflamações dos tecidos de proteção e sustentação dos dentes. Na gengivite e gengivite necrosante, que são percursores da periodontite, a inflamação está associada à formação do biofilme bacteriano e à resposta imune do hospedeiro. O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar a eficácia da virginiamicina no controle da gengivite e gengivite necrosante em bezerros, com destaque para o monitoramento da microbiota subgengival associada à doença e da condição periodontal que caracterizam essas enfermidades. Dez bezerros, randomizados e distribuídos em dois grupos, foram mantidos sob o mesmo manejo em pastejo rotacionado em área recém-reformada de Panicum maximum var. Massai e Mombaça. Por 18 semanas consecutivas, um dos grupos (Grupo Virginiamicina, n=5) recebeu via top-dressing, diariamente, 340 mg de Virginiamicina, enquanto o Grupo Controle (n=5) não recebeu o produto. A avaliação clínica da cavidade bucal do Grupo Controle (n=5) e do Grupo Virginiamicina (n=5), foi realizada semanalmente, enquanto que a coleta de material para a avaliação microbiológica foi quinzenal. Na avaliação microbiológica, pela reação da cadeia da polimerase (PCR) utilizou-se os iniciadores de vinte e cinco microrganismos: Actinomyces israelii, Actinomyces naeslundii, Archae, Eikenella corrodens, Campylobacter spp., Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium necrophorum, Mollicutes, Parvimonas micra, Porphyromonas asaccharolytica, Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas gulae, Prevotella buccae, Prevotella loescheii, Prevotella intermedia, Prevotella melaninogenica, Prevotela nigrescens, Prevotella oralis, Selenomonas sputigena, Tannerella forsythia, Treponema amylovorum, Treponema denticola, Treponema maltophilum e Treponema pectinovorum. Após 1440 avaliações clínicas periodontais dos dentes incisivos verificou-se que o grupo controle apresentou maior ocorrência de gengivite (n=267) e gengivite necrosante (n=58) do que os animais que receberam tratamento, tanto em relação à gengivite (n=128) quanto à gengivite necrosante (n=31). Na comparação entre as médias dos grupos, o total de dentes com gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,01) no Grupo Controle, foi significamente superior ao de gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,05) do Grupo Virginiamicina, de acordo com o teste t (p<0,05). Pela PCR, foram detectados A. israelii (4,74%), Archae (1,58%), E. corrodens (1,05%), F. nucleatum (27,37%), Mollicutes spp. (5,26%), P. endodontalis (5,26%), P. gulae (0,53%), P. buccae (6,32%), P. loescheii (3,68%), P. nigrescens (8,42%), P. oralis (1,58%), T. forsythia (0,53%) e T. denticola (4,21%) no Grupo Controle. Já no Grupo Virginiamicina: A. israelii (3,41%), Archae (0,98%), F. nucleatum (9,27%), Mollicutes sp. (4,39%), P. endodontalis (4,39%), P. gulae (0,49%), P. buccae (8,29%), P. loescheii (6,83%), P. nigrescens (15,61%), P. oralis (1,46%), S. sputigena (0,49%), T. forsythia (0,49%) e T. denticola (2,44%). Nesse contexto, é possível afirmar que os bovinos apresentaram gengivite e gengivite necrosante quando mantidos em pasto recém-reformado, que existe uma microbiota bucal com micro-organismos potencialmente patogênicos e que a virginiamicina foi eficaz no controle dessas doenças periodontais. |
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Avaliação do efeito da virginiamicina na prevenção da doença periodontal bovina: monitoramento da microbiota oral associada à doençaEvaluation of the effect of virginamycin in the prevention of bovine periodontal disease: monitoring oral microbiota associated with diseasebezerrosgengivitegengivite necrosantemicro-organismosPCRvirginiamicinacalvesgingivitisnecrotizing gingivitismicroorganismsvirginiamycinAs doenças periodontais provocam inflamações dos tecidos de proteção e sustentação dos dentes. Na gengivite e gengivite necrosante, que são percursores da periodontite, a inflamação está associada à formação do biofilme bacteriano e à resposta imune do hospedeiro. O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar a eficácia da virginiamicina no controle da gengivite e gengivite necrosante em bezerros, com destaque para o monitoramento da microbiota subgengival associada à doença e da condição periodontal que caracterizam essas enfermidades. Dez bezerros, randomizados e distribuídos em dois grupos, foram mantidos sob o mesmo manejo em pastejo rotacionado em área recém-reformada de Panicum maximum var. Massai e Mombaça. Por 18 semanas consecutivas, um dos grupos (Grupo Virginiamicina, n=5) recebeu via top-dressing, diariamente, 340 mg de Virginiamicina, enquanto o Grupo Controle (n=5) não recebeu o produto. A avaliação clínica da cavidade bucal do Grupo Controle (n=5) e do Grupo Virginiamicina (n=5), foi realizada semanalmente, enquanto que a coleta de material para a avaliação microbiológica foi quinzenal. Na avaliação microbiológica, pela reação da cadeia da polimerase (PCR) utilizou-se os iniciadores de vinte e cinco microrganismos: Actinomyces israelii, Actinomyces naeslundii, Archae, Eikenella corrodens, Campylobacter spp., Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium necrophorum, Mollicutes, Parvimonas micra, Porphyromonas asaccharolytica, Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas gulae, Prevotella buccae, Prevotella loescheii, Prevotella intermedia, Prevotella melaninogenica, Prevotela nigrescens, Prevotella oralis, Selenomonas sputigena, Tannerella forsythia, Treponema amylovorum, Treponema denticola, Treponema maltophilum e Treponema pectinovorum. Após 1440 avaliações clínicas periodontais dos dentes incisivos verificou-se que o grupo controle apresentou maior ocorrência de gengivite (n=267) e gengivite necrosante (n=58) do que os animais que receberam tratamento, tanto em relação à gengivite (n=128) quanto à gengivite necrosante (n=31). Na comparação entre as médias dos grupos, o total de dentes com gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,01) no Grupo Controle, foi significamente superior ao de gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,05) do Grupo Virginiamicina, de acordo com o teste t (p<0,05). Pela PCR, foram detectados A. israelii (4,74%), Archae (1,58%), E. corrodens (1,05%), F. nucleatum (27,37%), Mollicutes spp. (5,26%), P. endodontalis (5,26%), P. gulae (0,53%), P. buccae (6,32%), P. loescheii (3,68%), P. nigrescens (8,42%), P. oralis (1,58%), T. forsythia (0,53%) e T. denticola (4,21%) no Grupo Controle. Já no Grupo Virginiamicina: A. israelii (3,41%), Archae (0,98%), F. nucleatum (9,27%), Mollicutes sp. (4,39%), P. endodontalis (4,39%), P. gulae (0,49%), P. buccae (8,29%), P. loescheii (6,83%), P. nigrescens (15,61%), P. oralis (1,46%), S. sputigena (0,49%), T. forsythia (0,49%) e T. denticola (2,44%). Nesse contexto, é possível afirmar que os bovinos apresentaram gengivite e gengivite necrosante quando mantidos em pasto recém-reformado, que existe uma microbiota bucal com micro-organismos potencialmente patogênicos e que a virginiamicina foi eficaz no controle dessas doenças periodontais.Periodontal diseases cause inflammation of the protective and supporting tissues of the teeth. In gingivitis and necrotizing gingivitis, which are precursors of periodontitis, inflammation is associated with the formation of the bacterial biofilm and the immune response of the host. The general objective of the present study was to evaluate the efficacy of virginiamycin in the control of gingivitis and necrotizing gingivitis in calves, with emphasis on the monitoring of the subgengival microbiota associated with the disease and the periodontal condition that characterize these diseases. Ten calves, randomized and distributed in two groups, were kept under the same management in rotational grazing in a newly reformed area of Panicum maximum var. Massai and Mombasa. For 18 consecutive weeks, one of the groups (Virginiamycin group, n = 5) received topical dressing daily 340 mg of Virginiamycin, while the control group (n = 5) received no product. The clinical evaluation of the oral cavity of the Control Group (n = 5) and the Virginiamicina Group (n = 5) was performed weekly, while the material collection for the microbiological evaluation was biweekly. In the microbiological evaluation, primers of twenty-five microorganisms were used: Actinomyces israelii, Actinomyces naeslundii, Archae, Eikenella corrodens, Campylobacter spp., Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium necrophorum, Mollicutes, Parvimonas micra, Porphyromonas asaccharolytica, Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas gulae, Prevotella buccae, Prevotella loescheii, Prevotella intermedia, Prevotella melaninogenica, Prevotella nigrescens, Prevotella oralis, Selenomonas sputigena, Tannerella forsythia, Treponema amylovorum, Treponema denticola, Treponema maltophilum and Treponema pectinovorum. After 1440 periodontal clinical evaluations of the incisor teeth, it was verified that the control group presented a higher occurrence of gingivitis (n = 267) and necrotizing gingivitis (n = 58) than the animals that received treatment, both in relation to gingivitis (n = 128) and for necrotizing gingivitis (n = 31). In the comparison between group means, the total number of teeth with gingivitis (p <0,01) and necrotizing gingivitis (p <0,01) in the Control Group was significantly higher than gingivitis (p<0,01) and necrotizing gingivitis (p<0,05) of the Virginiamycin Group, according to the t-test (p=0,05). In this study, A. israelii (4,74%), Archae (1,58%), E. corrodens (1,05%), F. nucleatum (27,37%) and Mollicutes spp. (5,26%), P. buccae (6,32%), P. loescheii (3,68%), P. nigrescens (8,42%), P. endodontalis (5,26%), P. oralis (1,58%), T. forsythia (0,53%) and T. denticola (4,21%) in the Control Group. In the Virginiamicina Group: A. israelii (3,41%), Archae (0,98%), F. nucleatum (9,27%), Mollicutes sp. (4,39%), P. endodontalis (4,39), P. gulae (0,49), P. buccae (8,29), P. loescheii (6,83%), P. nigrescens (15,61%), P. oralis (1,46%), S. sputigena (0,49%), T. forsythia (0,49%) and T. denticola (2,44%). In this context, it is possible to affirm that bovine presented gingivitis and necrotizing gingivitis when kept in freshly reformed pasture, that there is a buccal microbiota with potentially pathogenic microorganisms and that virginiamycin was effective in the control of these periodontal diseases.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 143600/2016-8CNPq: 130297/2018-6Universidade Estadual Paulista (Unesp)Dutra, Iveraldo dos Santos [UNESP]Gaetti-Jardim Júnior, Elerson [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ramos, Thamiris Naiasha Minari2018-04-12T13:28:40Z2018-04-12T13:28:40Z2018-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15350500089999433004102072P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T13:45:43Zoai:repositorio.unesp.br:11449/153505Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:07:16.962691Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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As doenças periodontais provocam inflamações dos tecidos de proteção e sustentação dos dentes. Na gengivite e gengivite necrosante, que são percursores da periodontite, a inflamação está associada à formação do biofilme bacteriano e à resposta imune do hospedeiro. O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar a eficácia da virginiamicina no controle da gengivite e gengivite necrosante em bezerros, com destaque para o monitoramento da microbiota subgengival associada à doença e da condição periodontal que caracterizam essas enfermidades. Dez bezerros, randomizados e distribuídos em dois grupos, foram mantidos sob o mesmo manejo em pastejo rotacionado em área recém-reformada de Panicum maximum var. Massai e Mombaça. Por 18 semanas consecutivas, um dos grupos (Grupo Virginiamicina, n=5) recebeu via top-dressing, diariamente, 340 mg de Virginiamicina, enquanto o Grupo Controle (n=5) não recebeu o produto. A avaliação clínica da cavidade bucal do Grupo Controle (n=5) e do Grupo Virginiamicina (n=5), foi realizada semanalmente, enquanto que a coleta de material para a avaliação microbiológica foi quinzenal. Na avaliação microbiológica, pela reação da cadeia da polimerase (PCR) utilizou-se os iniciadores de vinte e cinco microrganismos: Actinomyces israelii, Actinomyces naeslundii, Archae, Eikenella corrodens, Campylobacter spp., Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium necrophorum, Mollicutes, Parvimonas micra, Porphyromonas asaccharolytica, Porphyromonas endodontalis, Porphyromonas gingivalis, Porphyromonas gulae, Prevotella buccae, Prevotella loescheii, Prevotella intermedia, Prevotella melaninogenica, Prevotela nigrescens, Prevotella oralis, Selenomonas sputigena, Tannerella forsythia, Treponema amylovorum, Treponema denticola, Treponema maltophilum e Treponema pectinovorum. Após 1440 avaliações clínicas periodontais dos dentes incisivos verificou-se que o grupo controle apresentou maior ocorrência de gengivite (n=267) e gengivite necrosante (n=58) do que os animais que receberam tratamento, tanto em relação à gengivite (n=128) quanto à gengivite necrosante (n=31). Na comparação entre as médias dos grupos, o total de dentes com gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,01) no Grupo Controle, foi significamente superior ao de gengivite (p<0,01) e gengivite necrosante (p<0,05) do Grupo Virginiamicina, de acordo com o teste t (p<0,05). Pela PCR, foram detectados A. israelii (4,74%), Archae (1,58%), E. corrodens (1,05%), F. nucleatum (27,37%), Mollicutes spp. (5,26%), P. endodontalis (5,26%), P. gulae (0,53%), P. buccae (6,32%), P. loescheii (3,68%), P. nigrescens (8,42%), P. oralis (1,58%), T. forsythia (0,53%) e T. denticola (4,21%) no Grupo Controle. Já no Grupo Virginiamicina: A. israelii (3,41%), Archae (0,98%), F. nucleatum (9,27%), Mollicutes sp. (4,39%), P. endodontalis (4,39%), P. gulae (0,49%), P. buccae (8,29%), P. loescheii (6,83%), P. nigrescens (15,61%), P. oralis (1,46%), S. sputigena (0,49%), T. forsythia (0,49%) e T. denticola (2,44%). Nesse contexto, é possível afirmar que os bovinos apresentaram gengivite e gengivite necrosante quando mantidos em pasto recém-reformado, que existe uma microbiota bucal com micro-organismos potencialmente patogênicos e que a virginiamicina foi eficaz no controle dessas doenças periodontais. |
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