Espécies-chave estuarinas em um mundo em mudança: como as fases mais vulneráveis dos caranguejos violinistas respondem ao aquecimento e acidificação global?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pardo, Juan Carlos Farias
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/180304
Resumo: A mudança climática antropogênica afeta a estrutura e funcionamento dos ecossistemas. O aquecimento e acidificação global estão entre os principais estressores. Habitats costeiros e estuarinos são dinâmicos e seus organismos são diretamente afetados pelas mudanças abióticas no ambiente. No presente estudo, verificamos como as fases potencialmente vulneráveis de organismos ectotérmicos estuarinos respondem às variações climáticas. Utilizando como modelo os caranguejos violinistas, um grupo-chave na conformação dos ambientes estuarinos, avaliamos respostas morfológicas e fisiológicas frente ao aumento da temperatura e/ou redução do pH. Inicialmente, caracterizamos o ambiente em que se desenvolvem os embriões do caranguejo do Atlântico Leptuca thayeri. Temperatura, pH e salinidade no microhabitat (tocas) foram diferentes do ambiente ao entorno. O desenvolvimento embrionário foi afetado por ambos estressores: o aumento da temperatura acelerou o desenvolvimento e diminuiu a sobrevivência independente do pH, sendo a concentração de amônia e volume dos ovos as variáveis resposta que evidenciam o efeito sinérgico entre pH e temperatura. Em uma abordagem interespecífica, demonstramos experimentalmente que a sensibilidade termal de fêmeas ovígeras varia de acordo com a espécie. Fêmeas ovígeras de Gelasimus borealis foram mais sensíveis ao aumento de temperatura do que não ovígeras, porém a tolerância termal de L. thayeri não variou independente do seu status reprodutivo. A temperatura média mensurada no habitat natural foi abaixo dos limites termais de ambas espécies, porém com extremos acima dos seus limites termais. Desse modo, demonstramos que fases vulneráveis dos caranguejos violinistas são sensíveis às variações abióticas preditas, porém as respostas podem ser individuais e espécie-específicas dependendo do estágio.
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