Discos Marcus Pereira: Disco finalmente é cultura! - indústria fonográfica, música popular e memória social do choro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Eduardo Felipe Cangemi da [UNESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/144665
Resumo: A presente pesquisa tem como foco central de análise a produção fonográfica da gravadora independente Discos Marcus Pereira, entre os anos de 1974 e 1978. Este período foi marcado pelo processo de consolidação do mercado de discos no Brasil e pelas discussões em torno de elementos que viriam redimensionar o campo da música popular brasileira, a partir de valores e comportamentos vinculados a certas categorias de apreciação e consumo. A empresa Discos Marcus Pereira lançaria no mercado fonográfico 142 elepês, todos voltados exclusivamente para o registro e divulgação da “autêntica música popular brasileira”. Deste universo discográfico estão sendo considerados como fontes desta investigação, àqueles dedicados à música popular instrumental, mais especificamente o choro. A década de 1970 demarcaria um importante momento de rearticulação e de revitalização deste gênero musical. Se de um lado ocorre a “redescoberta” do gênero e de seus artífices, por outro, concorre uma nova safra de compositores e instrumentistas que passam a pensar o choro para além dos modelos “tradicionais” de composição e execução. Essa tensão entre “preservação” e “revitalização” dos repertórios do choro é amealhada ao longo do trabalho, compondo parte do cenário em que circulariam os discos da gravadora. Essas discussões tangenciariam toda a década de 1970, marcada pela necessidade da afirmação da identidade nacional brasileira, para a qual colaborou de forma significativa a esfera da música popular. A escolha dos repertórios e artistas realizados pela gravadora iriam dialogar com a construção de uma tradição musical nacional, negociada e elaborada por memorialistas, musicólogos e folcloristas ao longo do século XX, através de práticas sociais que se constituíram, produzindo representações específicas acerca de uma determinada tradição musical a ser salva e preservada das influências deletérias dos gêneros musicais estrangeiros. Essa concepção em torno da cultura popular compõe e identifica a atuação da Discos Marcus Pereira nos anos de 1970. Tais posicionamentos em diálogo com um ideário estético e político onde, povo e nação, seriam tomados como elementos centrais de nossa identidade, são discutidos aqui, a partir da produção fonográfica da gravadora.
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Deste universo discográfico estão sendo considerados como fontes desta investigação, àqueles dedicados à música popular instrumental, mais especificamente o choro. A década de 1970 demarcaria um importante momento de rearticulação e de revitalização deste gênero musical. Se de um lado ocorre a “redescoberta” do gênero e de seus artífices, por outro, concorre uma nova safra de compositores e instrumentistas que passam a pensar o choro para além dos modelos “tradicionais” de composição e execução. Essa tensão entre “preservação” e “revitalização” dos repertórios do choro é amealhada ao longo do trabalho, compondo parte do cenário em que circulariam os discos da gravadora. Essas discussões tangenciariam toda a década de 1970, marcada pela necessidade da afirmação da identidade nacional brasileira, para a qual colaborou de forma significativa a esfera da música popular. A escolha dos repertórios e artistas realizados pela gravadora iriam dialogar com a construção de uma tradição musical nacional, negociada e elaborada por memorialistas, musicólogos e folcloristas ao longo do século XX, através de práticas sociais que se constituíram, produzindo representações específicas acerca de uma determinada tradição musical a ser salva e preservada das influências deletérias dos gêneros musicais estrangeiros. Essa concepção em torno da cultura popular compõe e identifica a atuação da Discos Marcus Pereira nos anos de 1970. Tais posicionamentos em diálogo com um ideário estético e político onde, povo e nação, seriam tomados como elementos centrais de nossa identidade, são discutidos aqui, a partir da produção fonográfica da gravadora.This research has the central focus of analysis the record production of the independent record label Discos Marcus Pereira, between the years 1974 and 1978. This period was marked by record market consolidation process in Brazil and the discussions on elements that would resize the field of Brazilian popular music, from values and behaviors related to certain categories of appreciation and consumption. The company Discos Marcus Pereira launch in phonographic 142 LPs market, all geared exclusively for the recording and disclosure of "authentic Brazilian popular music." This discographic universe are being considered as sources of this investigation, those dedicated to the instrumental popular music, specifically crying. The 1970s demarcate an important moment of re-articulation and revitalization of this musical genre. On the one hand there is the "rediscovery" of the genre and its creators, on the other, contributes a new crop of composers and instrumentalists who spend thinking crying beyond the "traditional" models of composition and performance. This tension between "preservation" and "revitalization" of the choro repertoire is accumulated throughout the work, forming part of the scenario in which circulate the recording disks. These discussions They crossed throughout the 1970s, marked by the need for affirmation of Brazilian national identity, which contributed significantly the sphere of popular music. The choice of repertoire and artists performed by the label would dialogue with the construction of a national musical tradition, negotiated and drafted by witnesses, musicologists and folklorists throughout the twentieth century, through social practices that constitute, producing specific representations about a particular musical tradition to be saved and preserved from harmful influences of foreign musical genres. This conception around the popular culture composes and identifies the role of Marcus Pereira discs in the 1970s Such positions in dialogue with an aesthetic and political ideas where people and nation, would be taken as central elements of our identity are discussed here, from the record production label.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Garcia, Tânia da Costa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Cruz, Eduardo Felipe Cangemi da [UNESP]2016-11-21T14:30:12Z2016-11-21T14:30:12Z2016-10-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14466500087581233004072013P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-26T18:36:47Zoai:repositorio.unesp.br:11449/144665Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:43:46.565090Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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