Concepções dos professores de Ciências da Natureza a respeito do currículo paulista em relação à História e Filosofia da Ciência no ensino médio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guarnieri, Patricia Vecchio
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/238834
Resumo: Reconhecendo as potencialidades da utilização da História e Filosofia da Ciência (HFC) no Ensino de Ciências e pensando em como diminuir as barreiras que dificultam sua inserção, voltamos nosso olhar para o currículo da Educação Básica. Identifica-se, assim, uma possibilidade para que esta abordagem esteja presente na prática docente, uma vez que reconhecemos a relação que os professores têm com esse documento, encarando-o como uma espécie de manual, com o mínimo de conteúdos a serem trabalhados. Dessa forma, a pesquisa buscou compreender como as orientações curriculares, presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no Currículo Paulista, podem implicar em possíveis estratégias didáticas utilizadas por professores da área de Ciências da Natureza do Ensino Médio, tendo como enfoque a abordagem histórico-filosófica dos conteúdos. A fim de buscar elementos para responder nosso questionamento, inicialmente, elaboramos um questionário online a respeito de concepções sobre currículo e HFC, o qual foi enviado aos professores de uma Diretoria de Ensino do interior do Estado de São Paulo. Com as respostas desses, verificamos a possibilidade de ser realizada uma entrevista com os participantes. Apenas seis, dos 41 professores, aceitaram colaborar com a pesquisa, compondo, dessa forma, nossa amostra. Diante disso, foram realizadas as entrevistas, com o intuito de compreender a concepção que eles têm sobre currículo, como isso implica em sua prática docente, a visão sobre a utilização da HFC em suas aulas, entre outros aspectos. Para a análise dos dados utilizamos como referencial a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), a qual está pautada na Teoria das Representações Sociais (RS) e nos conceitos de Campo e Capital. Os participantes foram divididos em dois grupos, usando como critério o capital cultural, o que pode permitir que estes agentes tenham RS semelhantes. Por meio das análises e da elaboração dos DSC foi possível identificar que os professores compartilham a concepção do currículo como sendo uma espécie de um guia, o qual são obrigados a seguir, pois existem mecanismos de controle como, por exemplo, as avaliações externas e os materiais ofertados pelo Estado. Também notamos que há um reforço nessa ideia por parte do Estado, à medida que este promove formações de cunho tecnicista, não possibilitando discussões e reflexões sobre os documentos. A respeito da HFC observamos que quando colocamos os professores diante de competências que envolvem aspectos histórico-filosóficos, esses reconhecem a oportunidade de utilizarem essa abordagem. No entanto, como o documento não apresenta isso em outros momentos, e reconhecendo a concepção que estes professores têm sobre o currículo, podemos inferir que dificilmente a HFC estará presente nas salas de aulas. Nesse sentido, defendemos a importância e a necessidade de investir na formação inicial e, também na formação em serviço, pois muitos dos professores que atuam na Educação Básica não retornam para as universidades, sendo assim, é preciso que essas discussões e reflexões cheguem até essa etapa de ensino, a fim de possibilitar que haja uma mudança na concepções dos professores em relação à sua compreensão sobre o currículo e a utilização da HFC em suas aulas.
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Dessa forma, a pesquisa buscou compreender como as orientações curriculares, presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no Currículo Paulista, podem implicar em possíveis estratégias didáticas utilizadas por professores da área de Ciências da Natureza do Ensino Médio, tendo como enfoque a abordagem histórico-filosófica dos conteúdos. A fim de buscar elementos para responder nosso questionamento, inicialmente, elaboramos um questionário online a respeito de concepções sobre currículo e HFC, o qual foi enviado aos professores de uma Diretoria de Ensino do interior do Estado de São Paulo. Com as respostas desses, verificamos a possibilidade de ser realizada uma entrevista com os participantes. Apenas seis, dos 41 professores, aceitaram colaborar com a pesquisa, compondo, dessa forma, nossa amostra. Diante disso, foram realizadas as entrevistas, com o intuito de compreender a concepção que eles têm sobre currículo, como isso implica em sua prática docente, a visão sobre a utilização da HFC em suas aulas, entre outros aspectos. Para a análise dos dados utilizamos como referencial a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), a qual está pautada na Teoria das Representações Sociais (RS) e nos conceitos de Campo e Capital. Os participantes foram divididos em dois grupos, usando como critério o capital cultural, o que pode permitir que estes agentes tenham RS semelhantes. Por meio das análises e da elaboração dos DSC foi possível identificar que os professores compartilham a concepção do currículo como sendo uma espécie de um guia, o qual são obrigados a seguir, pois existem mecanismos de controle como, por exemplo, as avaliações externas e os materiais ofertados pelo Estado. Também notamos que há um reforço nessa ideia por parte do Estado, à medida que este promove formações de cunho tecnicista, não possibilitando discussões e reflexões sobre os documentos. A respeito da HFC observamos que quando colocamos os professores diante de competências que envolvem aspectos histórico-filosóficos, esses reconhecem a oportunidade de utilizarem essa abordagem. No entanto, como o documento não apresenta isso em outros momentos, e reconhecendo a concepção que estes professores têm sobre o currículo, podemos inferir que dificilmente a HFC estará presente nas salas de aulas. Nesse sentido, defendemos a importância e a necessidade de investir na formação inicial e, também na formação em serviço, pois muitos dos professores que atuam na Educação Básica não retornam para as universidades, sendo assim, é preciso que essas discussões e reflexões cheguem até essa etapa de ensino, a fim de possibilitar que haja uma mudança na concepções dos professores em relação à sua compreensão sobre o currículo e a utilização da HFC em suas aulas.Recognizing the potential of using the History and Philosophy of Science (HPS) in Science Teaching and reasoning about how to reduce the barriers that hinder its insertion, we turned our attention to the Basic Education curriculum. This document identifies a possibility for this approach to be present in teaching practice, since we recognize the relationship that teachers have with this document, seeing it as a type of manual, with a minimum of content to be worked on. Thus, this research sought to understand how the curriculum guidelines, present in the Common National Curricular Base (BNCC) and in the Curriculum of Sao Paulo, can imply in possible teaching strategies used by teachers of the area of Nature Sciences in High School, focusing on the historical-philosophical approach to contents. In order to seek elements to answer our questions, we initially prepared an online questionnaire about conceptions regarding curriculum and HPS, which was sent to teachers of a Board of Education in the countryside of the State of São Paulo. After receiving their answers, we verified the possibility of conducting an interview with the participants. Only six of the 41 teachers agreed to collaborate with the research, therefore composing our sample. The interviews were conducted, with the purpose of understanding the conception they have about curriculum, how this implies in their teaching practice, the vision about the use of HPS in their classes, among other aspects. For data analysis we used the Discourse of the Collective Subject (DSC) technique, which is based on the Theory of Social Representations (RS) and the concepts of Field and Capital. The participants were divided into two groups, using cultural capital as a criterion, which may have allowed these agents to have similar RS. Through the analyses and the elaboration of the DSC, it was possible to identify that teachers share the conception of the curriculum as a type of guide, which they are obliged to follow because there are control mechanisms, such as external evaluations and the materials offered by the state. We also noticed that there is a reinforcement of this idea on the part of the state, as it promotes technical training, not allowing discussions and reflections on the documents. Regarding HPS, we observed that when we place the teachers in front of competences that involve historical-philosophical aspects, they recognize the opportunity to use this approach. However, as the document does not present this in other moments, and acknowledging the conception these teachers have about the curriculum, we can infer that HPS will hardly be present in the classrooms. Accordingly, we defend the importance and the need to invest in initial training and also in-service training, since many of the teachers who work in Basic Education do not return to the universities. Thus, it is necessary that these discussionUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Cortela, Beatriz Salemme Corrêa [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Guarnieri, Patricia Vecchio2023-01-19T11:19:31Z2023-01-19T11:19:31Z2022-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23883433004056079P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-10T06:03:17Zoai:repositorio.unesp.br:11449/238834Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:30:08.465237Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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