Do oculto ao visível: terra-água-trabalho e o conglomerado territorial do agrohidronegócio no oeste da Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Tássio Barreto [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/149818
Resumo: Parte-se da premissa que a mercantilização da tríade Terra-Água-Trabalho no Oeste da Bahia, são pilares imprescindíveis para a expansão do capital no campo, em que o controle do trabalhador junto à monopolização da propriedade privada da terra pelo capital, com a legitimação do Estado, apresenta-se como uma essencial estrutura para garantir a posse mercantil da água, seja ela subterrânea, superficial ou da chuva. Um arcabouço que faz o capital no campo se consolidar e se expandir em diferentes composições humanas e materiais. Este é entendido como um caminho teórico-metodológico cabível para compreender o mundo do trabalho no campo, por meio de uma relação integrada na qual o domínio de um depende diretamente dos outros para dar movimento a essa dinâmica territorial. A água vinculada a terra para garantir a vitalidade da produção (sobretudo para o plantio de sequeiro em área com pluviometria regular, a irrigação, a extração mineral e derivados de material fóssil, a produção de energia hidroelétrica, a pecuária e a aquicultura), e os trabalhadores com a função de mover, por meio de suas forças psíquicas e físicas, os meios de produção. No conjunto dessas constatações aponta-se a ideia do Conglomerado Territorial do Agrohidronegócio – CTA, dinamizada essencialmente pelo conflito de classes na disputa da Terra-Água-Trabalho, permeada por uma dinâmica político-econômica movida essencialmente pela extração do trabalho não pago por meio de relações capitalistas e não capitalistas, sustentada a partir da precarização das relações e a degradação das condições de trabalho, regimentadas pelo conluio estatal com o capital, a flexibilização e omissão do Estado frente à legislação trabalhista, a mobilidade forçada, os salários de subsistência, as terceirizações, a informalidade, o trabalho escravo, as intoxicações, as doenças graves, as mortes e os acidentes de trabalho, a diminuição da vazão e mortes de rios, o desmatamento em série, a propagação de espécies parasitárias etc. Uma totalidade consubstanciada por um arcabouço de controle global, objetivado essencialmente na ampliação das taxas de lucro, orquestrado a frente de qualquer impacto sobre a saúde ambiental, contudo, defrontado pela luta para sobreviver por parte da classe trabalhadora.
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Este é entendido como um caminho teórico-metodológico cabível para compreender o mundo do trabalho no campo, por meio de uma relação integrada na qual o domínio de um depende diretamente dos outros para dar movimento a essa dinâmica territorial. A água vinculada a terra para garantir a vitalidade da produção (sobretudo para o plantio de sequeiro em área com pluviometria regular, a irrigação, a extração mineral e derivados de material fóssil, a produção de energia hidroelétrica, a pecuária e a aquicultura), e os trabalhadores com a função de mover, por meio de suas forças psíquicas e físicas, os meios de produção. No conjunto dessas constatações aponta-se a ideia do Conglomerado Territorial do Agrohidronegócio – CTA, dinamizada essencialmente pelo conflito de classes na disputa da Terra-Água-Trabalho, permeada por uma dinâmica político-econômica movida essencialmente pela extração do trabalho não pago por meio de relações capitalistas e não capitalistas, sustentada a partir da precarização das relações e a degradação das condições de trabalho, regimentadas pelo conluio estatal com o capital, a flexibilização e omissão do Estado frente à legislação trabalhista, a mobilidade forçada, os salários de subsistência, as terceirizações, a informalidade, o trabalho escravo, as intoxicações, as doenças graves, as mortes e os acidentes de trabalho, a diminuição da vazão e mortes de rios, o desmatamento em série, a propagação de espécies parasitárias etc. Uma totalidade consubstanciada por um arcabouço de controle global, objetivado essencialmente na ampliação das taxas de lucro, orquestrado a frente de qualquer impacto sobre a saúde ambiental, contudo, defrontado pela luta para sobreviver por parte da classe trabalhadora.It is based of the premise that the commodification of the triad Earth-Water-Work in the West of Bahia are essential pillars for the expansion of capital in the countryside, in which the control of the worker along with the monopolization of private ownership of land by capital, with the legitimacy of the State, presents like as an essential structure to guarantee the mercantile possession of water, be it underground, superficial or of the rain. A framework that makes capital in the countryside, directly linked to the State, consolidate and expand in different human and material compositions. This is understood as a theoretical and methodological path to understand the world of work in the field, through an integrated relationship in which the domain of one depends directly on others to give movement to this territorial dynamics. Water linked to land to guarantee the vitality of production (especially for rainfed planting in areas with regular rainfall, irrigation, mineral extraction and derivatives of fossil material and production of hydroelectric energy), and workers with the function of to move, through their psychic and physical forces, the means of production. All these findings point to the idea of the Hidroagricultural business Territorial Conglomerate (HTA), essentially driven by the conflict of classes in the LandWater-Work dispute, permeated by a political-economic dynamic essentially driven by the extraction of unpaid labor through capitalist and non-capitalist relations, sustained by the precariousness of relations and the degradation of working conditions, regimented by state collusion with capital, the State's flexibilization and omission in the face of labor legislation, forced mobility, subsistence wages, outsourcing, informality, Slave labor, intoxications, serious diseases, work-related deaths and accidents, reduced flows and deaths of rivers, deforestation in series, the spread of parasitic species, etc. A totality embodied by a global control framework, essentially aimed at increasing profit rates, orchestrated ahead of any impact on environmental health, however, faced by the struggle to survive on the part of the working class.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Carvalhal, Marcelo Dornelis [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Cunha, Tássio Barreto [UNESP]2017-03-21T17:08:48Z2017-03-21T17:08:48Z2017-03-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14981800088238533004129042P368502172977545400000-0003-2189-169porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-24T06:28:58Zoai:repositorio.unesp.br:11449/149818Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-24T06:28:58Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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