Sucesso de forrageio no mico leão preto (Leontopithecus chrysopygus)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11449/252187 |
Resumo: | O Mico Leão Preto (Leontopithecus chrysopygus Mikan, 1823) é um primata calitriquídeo, cuja dieta consiste de frutos, exsudatos, néctar, invertebrados, principalmente insetos, e pequenos vertebrados. Ele procura as presas animais em uma gama de microhábitats como em frondes de palmeiras, entre suas flores e cachos de frutos, além de suas folhas secas, em meio a gravetos, sob cascas soltas de árvores, em cavidades na madeira, em musgos e plantas epífitas, lianas, moitas de bambu e madeira podre em decomposição. Apesar dos estudos feitos sobre as técnicas de forrageio e variedade de microhabitats usados pela espécie, ainda não existem informações sobre o sucesso de capturas das presas animais nos diferentes microhábitats e como este e o tempo de forrageio variam de acordo com a biomassa de invertebrados no ambiente. Essas informações são importantes para entender melhor os requisitos do Mico Leão Preto em termos alimentares e de microhábitat. Deste modo este trabalho busca compreender, através de observações de eventos de forrageio ad libitum se, dentre estes muitos microhábitats, há um maior sucesso na captura de insetos em determinado microhábitat. Entre abril e julho de 2023, durante 15 dias por mês foram coletados dados sobre o tipo de microhábitat, a duração do evento e se o indivíduo obteve sucesso (se capturou uma presa), para cada evento de forrageio. Além disso, todo mês, foi estimada a biomassa de invertebrados com o uso de 200 armadilhas pitfall. Nós observamos 2059 eventos de forrageio e a biomassa de invertebrados estimada variou de 0,03 a 0,33 g/m2. É possível concluir que há microhábitats mais relevantes para o forrageio sendo bromélias e palmeiras os mais frequentemente visitados (86,80%), e que apresentaram maior sucesso (85,02%). Pudemos observar também que com a diminuição da biomassa de invertebrados houve uma concomitante diminuição no sucesso na obtenção de presas animais o que foi compensado pelos micos-leões-pretos aumentando o tempo dedicado ao forrageio, ao invés de buscar por outros recursos. Em suma, insetos são um recurso importantíssimo para subsistência do mico-leão-preto, saber como e onde esse recurso é obtido se mostra relevante para melhor entendimento das estratégias de sobrevivência da espécie. |
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Sucesso de forrageio no mico leão preto (Leontopithecus chrysopygus)Foraging success in black lion tamarin (Leontopithecus crysopygus)Comportamento animalPrimatologiaInsetivoriaDietaAnimal behaviorPrimatologyInsectivoryDietO Mico Leão Preto (Leontopithecus chrysopygus Mikan, 1823) é um primata calitriquídeo, cuja dieta consiste de frutos, exsudatos, néctar, invertebrados, principalmente insetos, e pequenos vertebrados. Ele procura as presas animais em uma gama de microhábitats como em frondes de palmeiras, entre suas flores e cachos de frutos, além de suas folhas secas, em meio a gravetos, sob cascas soltas de árvores, em cavidades na madeira, em musgos e plantas epífitas, lianas, moitas de bambu e madeira podre em decomposição. Apesar dos estudos feitos sobre as técnicas de forrageio e variedade de microhabitats usados pela espécie, ainda não existem informações sobre o sucesso de capturas das presas animais nos diferentes microhábitats e como este e o tempo de forrageio variam de acordo com a biomassa de invertebrados no ambiente. Essas informações são importantes para entender melhor os requisitos do Mico Leão Preto em termos alimentares e de microhábitat. Deste modo este trabalho busca compreender, através de observações de eventos de forrageio ad libitum se, dentre estes muitos microhábitats, há um maior sucesso na captura de insetos em determinado microhábitat. Entre abril e julho de 2023, durante 15 dias por mês foram coletados dados sobre o tipo de microhábitat, a duração do evento e se o indivíduo obteve sucesso (se capturou uma presa), para cada evento de forrageio. Além disso, todo mês, foi estimada a biomassa de invertebrados com o uso de 200 armadilhas pitfall. Nós observamos 2059 eventos de forrageio e a biomassa de invertebrados estimada variou de 0,03 a 0,33 g/m2. É possível concluir que há microhábitats mais relevantes para o forrageio sendo bromélias e palmeiras os mais frequentemente visitados (86,80%), e que apresentaram maior sucesso (85,02%). Pudemos observar também que com a diminuição da biomassa de invertebrados houve uma concomitante diminuição no sucesso na obtenção de presas animais o que foi compensado pelos micos-leões-pretos aumentando o tempo dedicado ao forrageio, ao invés de buscar por outros recursos. Em suma, insetos são um recurso importantíssimo para subsistência do mico-leão-preto, saber como e onde esse recurso é obtido se mostra relevante para melhor entendimento das estratégias de sobrevivência da espécie.The black lion tamarin (Leontopithecus chrysopygus Mikan, 1823) is a callitrichid primate, whose diet consists of fruits, exudates, nectar, invertebrates, mainly insects, and small vertebrates. It searches for animal prey in a range of microhabitats such as palm tree fronds, among its flowers and clusters of fruits, in addition to its dry leaves, among twigs, under loose tree bark, in cavities in wood, in mosses and epiphytes plants, lianas, bamboo thickets and decaying rotten wood. Despite studies carried out on foraging techniques and the variety of microhabitats used by the species, there is still no information on the success of capturing animal prey in different microhabitats and how this and foraging time vary according to the biomass of invertebrates in the environment. This information is important to better understand the requirements of the black lion tamarin in terms of food and microhabitat. Therefore, this work seeks to understand, through observations ad libitum of foraging events, whether, among these many microhabitats, there is a greater success in capturing insects in a given microhabitat. Between April and July of 2023, for 15 days per month, were collected data such as the type of microhabitat, the duration of the event and whether the individual was successful (i.e. captured animal prey), for each foraging event. Additionally, every month, invertebrate biomass was estimated using 200 pitfall traps. We observed 2059 foraging events and the estimated invertebrate biomass ranged from 0.3 to 0.33 g/m2. It is possible to conclude that there are microhabitats that are more relevant for foraging, with bromeliads and palm trees being the most frequently visited and most successful. We were also able to observe that with the decrease in invertebrate biomass there was a concomitant decrease in the success in obtaining animal prey, which was compensated by the black lion tamarins increasing the time dedicated to foraging, instead of looking for other resources. In short, insects are a very important resource for the subsistence of the black lion tamarin, knowing how and where this resource is obtained is relevant for better understanding the species' survival strategies.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2021/06668-0.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Culot, Laurence Marianne Vincianne [UNESP]Lara, Francisco2023-12-20T13:59:45Z2023-12-20T13:59:45Z2023-11-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/11449/252187porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-21T06:13:41Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252187Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:18:23.280603Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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O Mico Leão Preto (Leontopithecus chrysopygus Mikan, 1823) é um primata calitriquídeo, cuja dieta consiste de frutos, exsudatos, néctar, invertebrados, principalmente insetos, e pequenos vertebrados. Ele procura as presas animais em uma gama de microhábitats como em frondes de palmeiras, entre suas flores e cachos de frutos, além de suas folhas secas, em meio a gravetos, sob cascas soltas de árvores, em cavidades na madeira, em musgos e plantas epífitas, lianas, moitas de bambu e madeira podre em decomposição. Apesar dos estudos feitos sobre as técnicas de forrageio e variedade de microhabitats usados pela espécie, ainda não existem informações sobre o sucesso de capturas das presas animais nos diferentes microhábitats e como este e o tempo de forrageio variam de acordo com a biomassa de invertebrados no ambiente. Essas informações são importantes para entender melhor os requisitos do Mico Leão Preto em termos alimentares e de microhábitat. Deste modo este trabalho busca compreender, através de observações de eventos de forrageio ad libitum se, dentre estes muitos microhábitats, há um maior sucesso na captura de insetos em determinado microhábitat. Entre abril e julho de 2023, durante 15 dias por mês foram coletados dados sobre o tipo de microhábitat, a duração do evento e se o indivíduo obteve sucesso (se capturou uma presa), para cada evento de forrageio. Além disso, todo mês, foi estimada a biomassa de invertebrados com o uso de 200 armadilhas pitfall. Nós observamos 2059 eventos de forrageio e a biomassa de invertebrados estimada variou de 0,03 a 0,33 g/m2. É possível concluir que há microhábitats mais relevantes para o forrageio sendo bromélias e palmeiras os mais frequentemente visitados (86,80%), e que apresentaram maior sucesso (85,02%). Pudemos observar também que com a diminuição da biomassa de invertebrados houve uma concomitante diminuição no sucesso na obtenção de presas animais o que foi compensado pelos micos-leões-pretos aumentando o tempo dedicado ao forrageio, ao invés de buscar por outros recursos. Em suma, insetos são um recurso importantíssimo para subsistência do mico-leão-preto, saber como e onde esse recurso é obtido se mostra relevante para melhor entendimento das estratégias de sobrevivência da espécie. |
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