A desumana neutralidade da métrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Prado, João Batista Toledo [UNESP]
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4236
http://hdl.handle.net/11449/107786
Resumo: A frase que serve de título a este trabalho foi recolhida de um ensaio sobre a poetisa russa Anna Akhmatova, escrito pelo poeta e crítico Joseph Brodsky (1994) e intitulado A musa lastimosa. O apreço negativo em que, ali, o crítico tem à métrica - efeito do emprego do adjetivo desumana e, até certo ponto, do substantivo neutralidade - é responsável por um certo constrangimento, induzido em quem, nos dias que correm, se ocupa do estudo da poesia clássica greco-latina, cuja existência se funda por inteiro na observância estrita de metros inventariados e exaustivamente catalogados ao longo de mais de dois milênios de estudos. E forçoso procurar compreender o real papel da métrica na composição de poemas, se não pelo prestígio que o prêmio Nobel de Literatura de 1987 confere a sua crítica, pelo menos pela recorrência com que asserções desse mesmo naipe aparecem em poetas que exercem atividade crítica, como o Otávio Paz (1982) de O arco e a lira, ao afirmar categoricamente que metro e ritmo não são a mesma coisa. Esse artigo utiliza tais afirmações como ponto de partida para uma reflexão sobre o engendramento do ritmo e da poeticidade de versos em latim.
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