Pós-Abolição e a luta pela cidadania negra na cidade de São Paulo (1891-1930)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Fernando de Oliveira dos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/192765
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo investigar o processo de construção da cidadania negra na cidade de São Paulo nas décadas seguintes à Abolição. Nessa empreitada procurou-se elucidar não apenas os percalços existenciais enfrentados pelos egressos do cativeiro, mas também identificar quais estratégias e ações foram mobilizadas para enfrentar e superar tais dificuldades, seja individualmente ou coletivamente. Procurou-se verificar em que medida os libertos vivenciaram ou não as diferentes dimensões da cidadania em seu cotidiano, tendo como horizonte os direitos e deveres estabelecidos na primeira Constituição republicana em 1891. Também por isso, elegeu-se esse ano como marco inicial do recorte temporal. O trabalho também almeja investigar até que ponto e em quais condições históricas houve amadurecimento da consciência coletiva do negro, considerando, por um lado, a necessidade de enfrentamento da discriminação racial e, por outro, a garantia de seus direitos. Para responder essas e outras questões correlatas a pesquisa teve como principal fonte primária os jornais da imprensa negra. Esses periódicos foram publicados por um pequeno grupo de negros letrados, que se consideravam os legítimos representantes da comunidade negra. Por meio desses jornais, que foram publicados de forma intermitente, entre 1915 e 1963, foi possível compreender inúmeros aspectos da vida cotidiana do negro. Nesses canais de comunicação situações de preconceito eram denunciadas, seja no mercado de trabalho ou nos espaços públicos e de lazer. Além disso, os líderes desses jornais procuravam incentivar e conscientizar os negros acerca de seus direitos e deveres, principalmente no campo da educação. Por fim, esse estudo contou com os subsídios teóricos e metodológicos da historiografia do pós-abolição.
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