A máquina do mundo requebrada: poética, metapoesia e intertextualidade em Geraldo Carneiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vivaldo, Leonardo Vicente [UNESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/183066
Resumo: A publicação de Poemas Reunidos (2010) de Geraldo Eduardo Carneiro veio para englobar os mais de 36 anos de uma poesia notadamente marcada pela vivacidade, bom humor e ironia. Todavia, tal postura não impediu também a reflexão do “corpo” da poesia (como “objeto em si”; estrutura); ou mesmo da “alma” da poesia (como “voz(es)”; tradição; ruptura). Poemas Reunidos corresponde, para nós, a todo um “percurso poético” que apresenta sólidas pistas para uma poética (algo que nada teria a ver, necessariamente, com um projeto consciente do poeta, mas, apenas, a evidência de que certas marcas temático-estruturais, com o passar do tempo, acabariam ficando cada vez mais evidentes e fortes). Sendo assim, poeta praticamente inexplorado na Academia, em Geraldo Carneiro notamos o entrecruzamento de diversas frentes da nossa poesia moderna-contemporânea: de 22 a 30, passando, sobretudo, por João Cabral de Melo Neto e os Concretos, além do Tropicalismo e a Poesia Marginal – essa última sendo o berço, embora, definitivamente, não a última morada do poeta. No sinuoso labirinto poético de Carneiro, a cultura de massas e a releitura dos clássicos vai ganhando forma através do incessante resgate da intertextualidade e da memória da literatura. É assim que parece surgir a necessidade de reconhecer no(s) Outro(s) a essência do próprio Eu. São os casos mais evidentes o de Orfeu, o protótipo do poeta por excelência, e de Odisseu, eterno explorador e viajante de si e do mundo; Olavo Bilac, poeta da “nossa” língua, príncipe e maldito; Camões, o poeta da língua e da (brisa) épica; William Shakespeare, o bardo, gênio e mito (além de muitos outros: Homero; Dante Alighieri; Stéphane Mallarmé; Fernando Pessoa, Jorge Luís Borges...).A poética de Geraldo Carneiro, ou a sua “eros-dicção”, através da intertextualidade e da metalinguagem, ao avançar ao centro do eu, do Outro e da linguagem, (re)cria um universo particularmente harmônico – tal qual as baterias “nota 10” que enchem a avenida
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spelling A máquina do mundo requebrada: poética, metapoesia e intertextualidade em Geraldo CarneiroThe machine of the world required: poetics, metapoesia and intertextuality in Geraldo CarneiroPoesia brasileira contemporâneaPoéticaIntertextualidadeMetalinguagemGeraldo CarneiroContemporary Brazilian poetryPoeticIntertextualityMetalanguageA publicação de Poemas Reunidos (2010) de Geraldo Eduardo Carneiro veio para englobar os mais de 36 anos de uma poesia notadamente marcada pela vivacidade, bom humor e ironia. Todavia, tal postura não impediu também a reflexão do “corpo” da poesia (como “objeto em si”; estrutura); ou mesmo da “alma” da poesia (como “voz(es)”; tradição; ruptura). Poemas Reunidos corresponde, para nós, a todo um “percurso poético” que apresenta sólidas pistas para uma poética (algo que nada teria a ver, necessariamente, com um projeto consciente do poeta, mas, apenas, a evidência de que certas marcas temático-estruturais, com o passar do tempo, acabariam ficando cada vez mais evidentes e fortes). Sendo assim, poeta praticamente inexplorado na Academia, em Geraldo Carneiro notamos o entrecruzamento de diversas frentes da nossa poesia moderna-contemporânea: de 22 a 30, passando, sobretudo, por João Cabral de Melo Neto e os Concretos, além do Tropicalismo e a Poesia Marginal – essa última sendo o berço, embora, definitivamente, não a última morada do poeta. No sinuoso labirinto poético de Carneiro, a cultura de massas e a releitura dos clássicos vai ganhando forma através do incessante resgate da intertextualidade e da memória da literatura. É assim que parece surgir a necessidade de reconhecer no(s) Outro(s) a essência do próprio Eu. São os casos mais evidentes o de Orfeu, o protótipo do poeta por excelência, e de Odisseu, eterno explorador e viajante de si e do mundo; Olavo Bilac, poeta da “nossa” língua, príncipe e maldito; Camões, o poeta da língua e da (brisa) épica; William Shakespeare, o bardo, gênio e mito (além de muitos outros: Homero; Dante Alighieri; Stéphane Mallarmé; Fernando Pessoa, Jorge Luís Borges...).A poética de Geraldo Carneiro, ou a sua “eros-dicção”, através da intertextualidade e da metalinguagem, ao avançar ao centro do eu, do Outro e da linguagem, (re)cria um universo particularmente harmônico – tal qual as baterias “nota 10” que enchem a avenidaThe publication of Geraldo Eduardo Carneiro's Poemas Reunidos (2010) came to encompass the more than 36 years of poetry notedly marked by liveliness, good humor and irony. However, this posture did not prevent the reflection of the "body" of poetry (as "object in itself", structure); or even the "soul" of poetry (as "voice (s)", tradition, rupture). Poemas Reunidos corresponds, for us, to a whole "poetic journey" that presents solid clues to a poetic (something that would have nothing to do with a conscious project of the poet, but only the evidence that certain thematic- structural, over time, would become increasingly evident and strong). As a practically unexplored poet in the Academy, in Geraldo Carneiro, we noticed the intersection of several fronts of our modern-contemporary poetry: from 22 to 30, passing, above all, by João Cabral de Melo Neto and the Concretos, besides Tropicalism and Marginal Poetry - this last one being the cradle, although, definitely, not the last address of the poet. In Carneiro's meandering poetic labyrinth, mass culture and the re-reading of the classics are gaining shape through the incessant rescue of intertextuality and the memory of literature. This is how it seems that the need arises to recognize in the Other (s) the essence of self. The most obvious cases are that of Orpheus, the prototype of the poet par excellence, and of Odysseus, eternal explorer and traveler of himself and of the world; Olavo Bilac, poet of "our" language, prince and accursed; Camões, the poet of the language and the (breeze) epic; William Shakespeare, the bard, genius and myth (in addition to many others: Homer, Dante Alighieri, Stéphane Mallarmé, Fernando Pessoa, Jorge Luís Borges ...). The poetics of Geraldo Carneiro, or his "eros-dição", through intertextuality, and metalanguage, by advancing to the center of the self, the Other, and language, (re)creates a particularly harmonious universe - just like the "grade 10" batteries that fill the avenueEditoria Riuniti Poems (2010) Geraldo Carneiro Eduardo è venuto fino a comprendere più di 36 anni di poesia in particolare caratterizzati da vivacità, umorismo e ironia. Tuttavia, questa posizione non impedisce il riflesso del "corpo" della poesia (come "oggetto in sé", struttura); o anche l'anima della poesia (come "voce (s)", tradizione, rottura). La sue poesie raccolte corrisponde, per noi, l'intero "percorso poetico" che dispone di indizi solidi ad una poetica (qualcosa che non ha nulla a che fare necessariamente con il progetto di un poeta cosciente, ma solo le prove che alcune marche temático-strutturale, nel tempo, diventerebbe sempre più evidente e forte). Così, nel poeta praticamente inutilizzato in Accademia, Geraldo Carneiro ha notato l'intersezione di diversi fronti della nostra poesia moderna-contemporanea: 22-30, passando soprattutto da João Cabral de Melo Neto e il Concretismo, al di là di Tropicalismo e la Poesia marginale - quest'ultima è la culla, anche se sicuramente non è la sua ultima dimora. In poesie avvolgimento labirintica, cultura di massa e rileggendo il classico prende forma attraverso il costante recupero dell'intertestualità e memoria letteratura. Ecco come sembra emergere la necessità di riconoscere la (s) altro (s) l'essenza del proprio sé. Sono i casi più evidenti di Orfeo, poeta del prototipo per eccellenza, e Odisseo, esploratore eterno e viaggiatore stesso e del mondo; Olavo Bilac, poeta della "nostra" lingua, principe e maledetto; Camões, il poeta della lingua e l'epica (brezza); William Shakespeare, il bardo, il genio e il mito (così come molti altri: Homer, Dante Alighieri, Stéphane Mallarmé, Fernando Pessoa, Jorge Luis Borges ...). La poetica Geraldo Carneiro, o il suo "eros-dicção" di intertestualità e metalinguaggio, per spostare verso il centro del sé, l'Altro e la lingua, (ri)crea un universo particolarmente armonioso - proprio come le batterie "nota 10" riempire il vialeCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 88882.180346/2007-01Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pires, Antônio Donizeti [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Vivaldo, Leonardo Vicente [UNESP]2019-07-30T13:00:53Z2019-07-30T13:00:53Z2019-05-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18306600091882133004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T19:22:31Zoai:repositorio.unesp.br:11449/183066Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-06T00:01:45.075157Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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