Objetos intencionais e existência objetiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jairo José da [UNESP]
Data de Publicação: 1991
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731991000100009
http://hdl.handle.net/11449/28220
Resumo: Neste artigo quero apontar para a possibilidade de uma ontologia da matemática que, mesmo mantendo alguns pontos em comum com o platonismo e com o construtivismo, desliga-se destes em outros pontos essenciais. Por objeto matemático entendo o foco referencial do discurso matemático, ou seja, aquilo sobre o qual a matemática fala. Entendo que a existência destes objetos é meramente intencional, presuntiva, mas, simultaneamente, objetiva, no sentido de ser uma existência comunalizada, compartilhada por todos aqueles engajados no fazer matemático. A existência objetiva das entidades matemáticas não está, entretanto, garantida de uma vez por todas, mas apenas enquanto o discurso matemático for consistente. Este é o espírito do critério de existência objetiva enunciado que, acredito, deve sustentar uma ontologia matemática sem o pressuposto da existência independente de um domínio de objetos matemáticos, sem o empobrecimento que lhe impõem as diferentes versões construtivistas e sem a aniquilação que lhe infringe o formalismo sem objetos.
id UNSP_da92ec201e0a5b05cb3e57ae1ee3207f
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/28220
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Objetos intencionais e existência objetivaIntentional objects and objective existenceOntologia da matemáticaexistência matemáticaMathematical ontologymathematical existenceNeste artigo quero apontar para a possibilidade de uma ontologia da matemática que, mesmo mantendo alguns pontos em comum com o platonismo e com o construtivismo, desliga-se destes em outros pontos essenciais. Por objeto matemático entendo o foco referencial do discurso matemático, ou seja, aquilo sobre o qual a matemática fala. Entendo que a existência destes objetos é meramente intencional, presuntiva, mas, simultaneamente, objetiva, no sentido de ser uma existência comunalizada, compartilhada por todos aqueles engajados no fazer matemático. A existência objetiva das entidades matemáticas não está, entretanto, garantida de uma vez por todas, mas apenas enquanto o discurso matemático for consistente. Este é o espírito do critério de existência objetiva enunciado que, acredito, deve sustentar uma ontologia matemática sem o pressuposto da existência independente de um domínio de objetos matemáticos, sem o empobrecimento que lhe impõem as diferentes versões construtivistas e sem a aniquilação que lhe infringe o formalismo sem objetos.In this paper I show the possibility of an ontology of mathematics that keeps some points in common with platonism and constructivism while diverging from them in other essencial ones. I understand that mathematical objects are simply the referential focus of mathematical discourse, I also understand that their existence is merely intentional but none the less objective, in the sense of being shared by all those who are engaged in the mathematical activity. However, the objective existence of mathematical entities is not secured once and for all but only in so far as the mathematical discourse is consistent. This is the core of the criterium of objective existence put forward and that I believe should sustain a mathematical ontology without the presupposition of the independent existence of a domain of mathematical objects, and without the restrictions imposed on it by constructivism and formalism in their various versions.UNESP Instituto de Geociências e Ciências Exatas Departamento de MatemáticaUNESP Instituto de Geociências e Ciências Exatas Departamento de MatemáticaUniversidade Estadual Paulista (Unesp), Departamento de FilosofiaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Silva, Jairo José da [UNESP]2014-05-20T15:11:59Z2014-05-20T15:11:59Z1991-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article155-164application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731991000100009Trans/Form/Ação. Universidade Estadual Paulista, Departamento de Filosofia , v. 14, p. 155-164, 1991.0101-3173http://hdl.handle.net/11449/2822010.1590/S0101-31731991000100009S0101-31731991000100009S0101-31731991000100009.pdfSciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporTrans/Form/Ação0,100info:eu-repo/semantics/openAccess2023-11-23T06:12:35Zoai:repositorio.unesp.br:11449/28220Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-11-23T06:12:35Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Objetos intencionais e existência objetiva
Intentional objects and objective existence
title Objetos intencionais e existência objetiva
spellingShingle Objetos intencionais e existência objetiva
Silva, Jairo José da [UNESP]
Ontologia da matemática
existência matemática
Mathematical ontology
mathematical existence
title_short Objetos intencionais e existência objetiva
title_full Objetos intencionais e existência objetiva
title_fullStr Objetos intencionais e existência objetiva
title_full_unstemmed Objetos intencionais e existência objetiva
title_sort Objetos intencionais e existência objetiva
author Silva, Jairo José da [UNESP]
author_facet Silva, Jairo José da [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Jairo José da [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Ontologia da matemática
existência matemática
Mathematical ontology
mathematical existence
topic Ontologia da matemática
existência matemática
Mathematical ontology
mathematical existence
description Neste artigo quero apontar para a possibilidade de uma ontologia da matemática que, mesmo mantendo alguns pontos em comum com o platonismo e com o construtivismo, desliga-se destes em outros pontos essenciais. Por objeto matemático entendo o foco referencial do discurso matemático, ou seja, aquilo sobre o qual a matemática fala. Entendo que a existência destes objetos é meramente intencional, presuntiva, mas, simultaneamente, objetiva, no sentido de ser uma existência comunalizada, compartilhada por todos aqueles engajados no fazer matemático. A existência objetiva das entidades matemáticas não está, entretanto, garantida de uma vez por todas, mas apenas enquanto o discurso matemático for consistente. Este é o espírito do critério de existência objetiva enunciado que, acredito, deve sustentar uma ontologia matemática sem o pressuposto da existência independente de um domínio de objetos matemáticos, sem o empobrecimento que lhe impõem as diferentes versões construtivistas e sem a aniquilação que lhe infringe o formalismo sem objetos.
publishDate 1991
dc.date.none.fl_str_mv 1991-12-01
2014-05-20T15:11:59Z
2014-05-20T15:11:59Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731991000100009
Trans/Form/Ação. Universidade Estadual Paulista, Departamento de Filosofia , v. 14, p. 155-164, 1991.
0101-3173
http://hdl.handle.net/11449/28220
10.1590/S0101-31731991000100009
S0101-31731991000100009
S0101-31731991000100009.pdf
url http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31731991000100009
http://hdl.handle.net/11449/28220
identifier_str_mv Trans/Form/Ação. Universidade Estadual Paulista, Departamento de Filosofia , v. 14, p. 155-164, 1991.
0101-3173
10.1590/S0101-31731991000100009
S0101-31731991000100009
S0101-31731991000100009.pdf
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Trans/Form/Ação
0,100
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 155-164
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp), Departamento de Filosofia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp), Departamento de Filosofia
dc.source.none.fl_str_mv SciELO
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803649793331822592