A construção do espaço em Ópera dos Mortos, de Autran Dourado, e Pedro Páramo, de Juan Rulfo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Libanori, Evely Vânia [UNESP]
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/103682
Resumo: Esta tese discute a construção do espaço nos romances Ópera dos mortos (1967), de Autran Dourado, e Pedro Páramo (1955), de Juan Rulfo. Nestes romances, o espaço como cenário estático e objetivo é ultrapassado para dar vez à representação da problemática existencial do homem e, por isso, necessita ser entendido ontologicamente em sua relação com o ser. Neste caso, só ganham relevância os seres e os objetos que se aproximam ou se distanciam do homem com vistas a participar de seu projeto existencial. Cada indivíduo revela o sentido e a inteligibilidade dos objetos materiais no momento em que estes objetos se integram aos seus propósitos e intenções. Nas obras de Dourado e Rulfo, as personagens constroem diversos e diferentes espaços, muitos deles contraditórios e excludentes entre si. Tais espaços equivalem a formas do desvelamento das zonas sombrias da alma humana, o que faz com que os ambientes regionais se convertam em centros onde a solidão, a incomunicabilidade e a morte sejam as únicas presenças constantes. Trata-se, portanto, de demonstrar, nos romances, a maneira pela qual o espaço deixa de ser o elemento sólido e estático para se revelar um componente expressivo de concepção filosófico-existencial, que implica não apenas diferentes formas de percepção da realidade externa como também o desdobramento imprevisível das possibilidades de instauração de uma realidade não subordinada à lógica do mundo causal.
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