Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150448
Resumo: A dissertação analisa o processo de recepção de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança. Com base na discussão metodológica da história das ideias, problematizamos a bifurcação típica entre textualismo e contextualismo como princípios unívocos de interpretação do significado dos textos. Relevante para nossa análise não é identificar apenas o que o controverso jurista alemão realmente quis dizer em seus textos, mas o fato de que o significado de sua obra está também condicionado ao uso que se faz dela, e do que se pode fazê-la “falar” com base na recepção do pensamento de Schmitt. Quais os usos de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança e que estruturas de pressuposições e interesses condicionam a leitura do pensador na área? Para responder tal pergunta, o primeiro capítulo oferece uma breve introdução ao pensamento de Schmitt, com especial atenção ao seu ‘pensamento internacional’. O segundo capítulo analisa a primeira via de recepção de Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança, onde se construiu uma hermenêutica negativa no âmbito dos debates sobre a teoria da securitização e a necessidade normativa de se afastar da “lógica schmitteana” da segurança; o terceiro capítulo analisa a segunda via de recepção de Schmitt, que envolve críticas a uma concepção universal e intrínseca da segurança. Para os autores desta linha interpretativa, a crítica ao arcabouço teórico de Schmitt sobre o decisionismo soberano e o conceito do político permitiria deslocar a gramática fixa da segurança em termos mais progressistas e emancipadores; o último capítulo analisa a apropriação individual de Andreas Behnke da obra de Schmitt, que constitui a última via de recepção (até o presente momento) do autor nos ECS. Fugindo da hermenêutica negativa, Behnke critica o que considera a leitura reducionista de Schmitt nos ECS e constrói um novo marco analítico schmitteano da segurança, que expande o leque bibliográfico de Schmitt e critica as premissas liberais da maior parte dos ECS.
id UNSP_dd2089e7e56fc3803be85b7c8692a5e9
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/150448
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurançaFrom the political to security and back again: Carl Schmitt in critical security studiesCarl SchmittEstudos críticos de segurançaRecepção intelectualA dissertação analisa o processo de recepção de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança. Com base na discussão metodológica da história das ideias, problematizamos a bifurcação típica entre textualismo e contextualismo como princípios unívocos de interpretação do significado dos textos. Relevante para nossa análise não é identificar apenas o que o controverso jurista alemão realmente quis dizer em seus textos, mas o fato de que o significado de sua obra está também condicionado ao uso que se faz dela, e do que se pode fazê-la “falar” com base na recepção do pensamento de Schmitt. Quais os usos de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança e que estruturas de pressuposições e interesses condicionam a leitura do pensador na área? Para responder tal pergunta, o primeiro capítulo oferece uma breve introdução ao pensamento de Schmitt, com especial atenção ao seu ‘pensamento internacional’. O segundo capítulo analisa a primeira via de recepção de Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança, onde se construiu uma hermenêutica negativa no âmbito dos debates sobre a teoria da securitização e a necessidade normativa de se afastar da “lógica schmitteana” da segurança; o terceiro capítulo analisa a segunda via de recepção de Schmitt, que envolve críticas a uma concepção universal e intrínseca da segurança. Para os autores desta linha interpretativa, a crítica ao arcabouço teórico de Schmitt sobre o decisionismo soberano e o conceito do político permitiria deslocar a gramática fixa da segurança em termos mais progressistas e emancipadores; o último capítulo analisa a apropriação individual de Andreas Behnke da obra de Schmitt, que constitui a última via de recepção (até o presente momento) do autor nos ECS. Fugindo da hermenêutica negativa, Behnke critica o que considera a leitura reducionista de Schmitt nos ECS e constrói um novo marco analítico schmitteano da segurança, que expande o leque bibliográfico de Schmitt e critica as premissas liberais da maior parte dos ECS.This dissertation thesis analyses the process of intellectual reception of Carl Schmitt in Critical Security Studies. Drawing upon the methodological discussion on the history of ideas, we question the typical bifurcation between textualism and contextualism as univocal principles of interpretation of the meaning of texts. Relevant to our analysis is not only to identify what the controversial German jurist really meant to say in his texts, but that its meaning is also conditioned by the use that is made out of it, of what one can make Schmitt “say” concerning the reception of his thought. What have been the uses of Carl Schmitt in Critical Security Studies and what structure of presuppositions and interests condition the social reading of the thinker in the area? To answer such questions, the first chapter offers a brief introduction to Schmitt’s thought, with a special attention to his “international” thinking. The second chapter analyses the first reception venue of Schmitt in Critical Security Studies, where it developed a negative hermeneutics in the debates about securitization theory and the normative need to depart from the ‘Schmittean logic’ of security; the second chapter analyses the second reception venue, which involves the critique to a universal and intrinsic concept of security. To the authors of this line of interpretation, the critique of Schmitt’s theoretical framework on sovereign decisionism and the concept of the political would allow to shift the fixed grammar of security towards a more progressive and emancipative terms; the last chapter analyses the individual appropriation of Schmitt by Andreas Behnke, who developed the last reception venue until the present moment. Escaping the negative hermeneutics, Behnke builds a new Schmittean analytical framework for security, which expands on Schmitt’s bibliographical horizon and criticizes the predominantly liberal premises of Critical Security Studies.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pereira, Paulo José dos Reis [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]2017-04-26T13:46:26Z2017-04-26T13:46:26Z2017-04-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15044800088473633004110044P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-08-13T18:46:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/150448Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-13T18:46:24Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
From the political to security and back again: Carl Schmitt in critical security studies
title Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
spellingShingle Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]
Carl Schmitt
Estudos críticos de segurança
Recepção intelectual
title_short Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
title_full Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
title_fullStr Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
title_full_unstemmed Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
title_sort Do político à segurança e de volta outra vez: Carl Schmitt nos estudos críticos de segurança
author Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]
author_facet Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pereira, Paulo José dos Reis [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Campos, Rodrigo Duque Estrada [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Carl Schmitt
Estudos críticos de segurança
Recepção intelectual
topic Carl Schmitt
Estudos críticos de segurança
Recepção intelectual
description A dissertação analisa o processo de recepção de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança. Com base na discussão metodológica da história das ideias, problematizamos a bifurcação típica entre textualismo e contextualismo como princípios unívocos de interpretação do significado dos textos. Relevante para nossa análise não é identificar apenas o que o controverso jurista alemão realmente quis dizer em seus textos, mas o fato de que o significado de sua obra está também condicionado ao uso que se faz dela, e do que se pode fazê-la “falar” com base na recepção do pensamento de Schmitt. Quais os usos de Carl Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança e que estruturas de pressuposições e interesses condicionam a leitura do pensador na área? Para responder tal pergunta, o primeiro capítulo oferece uma breve introdução ao pensamento de Schmitt, com especial atenção ao seu ‘pensamento internacional’. O segundo capítulo analisa a primeira via de recepção de Schmitt nos Estudos Críticos de Segurança, onde se construiu uma hermenêutica negativa no âmbito dos debates sobre a teoria da securitização e a necessidade normativa de se afastar da “lógica schmitteana” da segurança; o terceiro capítulo analisa a segunda via de recepção de Schmitt, que envolve críticas a uma concepção universal e intrínseca da segurança. Para os autores desta linha interpretativa, a crítica ao arcabouço teórico de Schmitt sobre o decisionismo soberano e o conceito do político permitiria deslocar a gramática fixa da segurança em termos mais progressistas e emancipadores; o último capítulo analisa a apropriação individual de Andreas Behnke da obra de Schmitt, que constitui a última via de recepção (até o presente momento) do autor nos ECS. Fugindo da hermenêutica negativa, Behnke critica o que considera a leitura reducionista de Schmitt nos ECS e constrói um novo marco analítico schmitteano da segurança, que expande o leque bibliográfico de Schmitt e critica as premissas liberais da maior parte dos ECS.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-04-26T13:46:26Z
2017-04-26T13:46:26Z
2017-04-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/150448
000884736
33004110044P0
url http://hdl.handle.net/11449/150448
identifier_str_mv 000884736
33004110044P0
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128145112432640