Borges e Bertolucci: traduções do tema do traidor e do herói.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/235628 |
Resumo: | A tese presente almeja uma leitura do conto “Tema do traidor e do herói”, do livro Ficções (1944), do escritor argentino Jorge Luis Borges, a fim de se extrair um paralelo entre a história narrada sobre o indivíduo que sai em busca da biografia de seu ancestral – o tão aclamado e imortalizado herói –, e a história sutil, quase silenciosa da tradução, à luz da leitura, da releitura ou da memória literária. Desse modo, o conto insere no mesmo corpo de ensaio, não só a memória imortalizada do herói inquestionável, logo, inabalável, mas, ao mesmo tempo, a memória que se imortaliza justamente porque é refutada à medida que é revisitada, à semelhança do leitor ou tradutor, que, diante de uma determinada obra, transmite-a sob os aspectos contextuais de seu olhar. Por conseguinte, será por intermédio da recriação criativa que se busca instaurar o fator contundente à memória que se eterniza no tempo da renovação, portanto, não tanto “fiel” à convenção inspiradora, mas “leal” ao tom de uma recepção apta às novas formas do sentido. Assim, frente à ilustração da dupla travessia da imortalidade, ora pelo irrefutável, como é o caso do herói consagrado, mas que na verdade era um traidor, ora pela investigação, que foi o caso de Ryan diante de rumores sobre a depredação do túmulo de seu bisavô Fergus Kilpatrick, e desse modo, inferindo-se a grande metáfora da tradução, destaca-se o papel de Bernardo Bertolucci, o qual, nos meandros da tradução intersemiótica, recria o conto borgiano como o título A estratégia da aranha (1970). Ao desconstruir a solidez do absoluto sentido, rumo à renovação constante simbolizada no momento da leitura, busca-se esse paralelismo entre Ryan no conto e Bertolucci no papel de tradutor, com o intuito de que se concretize a tese de que o conto de Borges trata dos aspectos da eternidade, tanto no que concerne à ‘verdade’ consagrada na figura do herói, fomentando-se a história do conto, como à tradição refutada na figura de Ryan, de Bertolucci, em síntese, de um tradutor-leitor-espectador da segunda história oculta: a das traduções do tema do traidor e do herói. |
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Borges e Bertolucci: traduções do tema do traidor e do herói.Borges And Bertolucci: Translations of the theme of the traitor and the heroBorgesBertolucciMemóriaTraduçãoEternidadeMemoryEternityTranslationA tese presente almeja uma leitura do conto “Tema do traidor e do herói”, do livro Ficções (1944), do escritor argentino Jorge Luis Borges, a fim de se extrair um paralelo entre a história narrada sobre o indivíduo que sai em busca da biografia de seu ancestral – o tão aclamado e imortalizado herói –, e a história sutil, quase silenciosa da tradução, à luz da leitura, da releitura ou da memória literária. Desse modo, o conto insere no mesmo corpo de ensaio, não só a memória imortalizada do herói inquestionável, logo, inabalável, mas, ao mesmo tempo, a memória que se imortaliza justamente porque é refutada à medida que é revisitada, à semelhança do leitor ou tradutor, que, diante de uma determinada obra, transmite-a sob os aspectos contextuais de seu olhar. Por conseguinte, será por intermédio da recriação criativa que se busca instaurar o fator contundente à memória que se eterniza no tempo da renovação, portanto, não tanto “fiel” à convenção inspiradora, mas “leal” ao tom de uma recepção apta às novas formas do sentido. Assim, frente à ilustração da dupla travessia da imortalidade, ora pelo irrefutável, como é o caso do herói consagrado, mas que na verdade era um traidor, ora pela investigação, que foi o caso de Ryan diante de rumores sobre a depredação do túmulo de seu bisavô Fergus Kilpatrick, e desse modo, inferindo-se a grande metáfora da tradução, destaca-se o papel de Bernardo Bertolucci, o qual, nos meandros da tradução intersemiótica, recria o conto borgiano como o título A estratégia da aranha (1970). Ao desconstruir a solidez do absoluto sentido, rumo à renovação constante simbolizada no momento da leitura, busca-se esse paralelismo entre Ryan no conto e Bertolucci no papel de tradutor, com o intuito de que se concretize a tese de que o conto de Borges trata dos aspectos da eternidade, tanto no que concerne à ‘verdade’ consagrada na figura do herói, fomentando-se a história do conto, como à tradição refutada na figura de Ryan, de Bertolucci, em síntese, de um tradutor-leitor-espectador da segunda história oculta: a das traduções do tema do traidor e do herói.The present thesis aims to an interpretation of the novel “Theme of the Traitor and the Hero”, from the book Fictions (1944) by the argentinian writer Jorge Luis Borges, in order to extract a parallel between the story told about an individual who fares in search of his ancestor’s biography – the hero so acclaimed and immortalized -, and the subtle, almost silent story of its translation, in the light of the reading, of a new reading or of the literary memory. Thus, the novel inserts in the same body of essay not only the immortalized memory of the unquestionable (hence unshakeable) hero, but in the meantime, the memory that becomes immortal since it is refused as revisited, akin to the reader or translator which, in front of a certain work, transmits it under the contextual aspects of its sight. Consequently, it through a creative recreation that seeks establish a factor blunt to the memory which eternalizes itself in the time of renovation, and therefore will not be faithful to the inspirational convention, but “loyal” to the tone of a reception suitable to new forms of the senses. Thus, in a manner illustrative of the double crossing of immortality, now, by the irrefutable, as in the case of the glorified hero who was actually a traitor, a clear moment in Borges’ intertextuality, now, by investigating, as in the case of Ryan and the rumors about the depredation of his great-grandfather’s Fergus Kilpatrick grave, and in so doing, the great metaphor of translation can be inferred as Bernardo Bertolucci did, in the meanders of intersemiotic translation, the recreation of Borges’ novel under the title The Spider’s Strategy (1970). By descontructing the solidity of absolute sense in search of the constant renovation simbolized in the moment of the reading, we seek the parallel between Ryan in the tale and Bertolucci as translator in the movie, to make the thesis by which Borges’ tale tells about aspects of translation such as eternity concrete, as well as what regards the “truth” acclaimed in the figure of the hero, enhancing the story of the novel, as well as the translation refused in the figure of Bertolucci’s Ryan, in summary, of a translator-reader-spectator of the second, concealed story: that of the translations of the theme of the traitor and the hero.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Baldan, Maria de Lourdes Ortiz Gandini [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rodrigues, Ana Claudia2022-07-15T12:36:06Z2022-07-15T12:36:06Z2022-05-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23562833004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-12T19:21:37Zoai:repositorio.unesp.br:11449/235628Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:16:30.734219Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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