As crônicas do Inca Garcilaso de La Vega: um discurso de legitimação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/121489 |
Resumo: | A literatura latino-americana está marcada pela heterogeneidade existente na América Latina, e a crônica é considerada o início desta heterogeneidade, devido ao fato de narrar um mundo desconhecido a leitores que fazem parte de outra realidade, gerando assim, uma situação de conflito. Os relatos escritos das civilizações andinas, em sua maioria, são de cronistas espanhóis, no entanto, também nos deparamos com alguns cronistas “índios” e mestiços, como o Inca Garcilaso de la Vega. Ele se destaca não somente por representar esta pequena parcela, ou seja, por ser um mestiço, mas, principalmente por ser herdeiro de duas nobrezas: a nobreza espanhola e a nobreza incaica. O cronista Inca Garcilaso era filho do capitão espanhol Garcilaso de la Vega, que possuía uma família que se destacava na guerra e na literatura; e de Chimpu Ocllo, uma princesa Inca, neta do Imperador Túpac Inca Yupanqui. Porém, este privilégio em relação aos outros mestiços, não lhe garantia o reconhecimento como nobre diante da coroa espanhola. Por isso, veremos neste trabalho que um dos seus intuitos ao escrever as crônicas Comentarios Reales de los Incas e Historia General del Perú, era o de tentar legitimar o seu status social diante dos espanhóis por meio de relatos que descrevem todos os feitos e avanços dos Incas, bem como afirmar, como uma de suas justificativas, que a colonização foi aceita pelos indígenas e estes estavam aptos à catequização, sendo uma maneira do Rei da Espanha e a Igreja Católica “salvarem” este povo da barbárie. Desta maneira, o Inca Garcilaso cria um discurso contraditório, pois, ao mesmo tempo que defende os espanhóis, ele glorifica o Império Inca |
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As crônicas do Inca Garcilaso de La Vega: um discurso de legitimaçãoVega, Garcilaso de la, 1539-1616MestiçosIncasNobrezaColonizaçãoMestizoImperio incaColonizaciónHeterogeneidadA literatura latino-americana está marcada pela heterogeneidade existente na América Latina, e a crônica é considerada o início desta heterogeneidade, devido ao fato de narrar um mundo desconhecido a leitores que fazem parte de outra realidade, gerando assim, uma situação de conflito. Os relatos escritos das civilizações andinas, em sua maioria, são de cronistas espanhóis, no entanto, também nos deparamos com alguns cronistas “índios” e mestiços, como o Inca Garcilaso de la Vega. Ele se destaca não somente por representar esta pequena parcela, ou seja, por ser um mestiço, mas, principalmente por ser herdeiro de duas nobrezas: a nobreza espanhola e a nobreza incaica. O cronista Inca Garcilaso era filho do capitão espanhol Garcilaso de la Vega, que possuía uma família que se destacava na guerra e na literatura; e de Chimpu Ocllo, uma princesa Inca, neta do Imperador Túpac Inca Yupanqui. Porém, este privilégio em relação aos outros mestiços, não lhe garantia o reconhecimento como nobre diante da coroa espanhola. Por isso, veremos neste trabalho que um dos seus intuitos ao escrever as crônicas Comentarios Reales de los Incas e Historia General del Perú, era o de tentar legitimar o seu status social diante dos espanhóis por meio de relatos que descrevem todos os feitos e avanços dos Incas, bem como afirmar, como uma de suas justificativas, que a colonização foi aceita pelos indígenas e estes estavam aptos à catequização, sendo uma maneira do Rei da Espanha e a Igreja Católica “salvarem” este povo da barbárie. Desta maneira, o Inca Garcilaso cria um discurso contraditório, pois, ao mesmo tempo que defende os espanhóis, ele glorifica o Império IncaLa literatura latino-americana se caracteriza por la heterogeneidad que existe en América Latina, y la crónica es considerada el inicio de esta heterogeneidad, debido al hecho que es un mundo desconocido narrado a los lectores que forman parte de otra realidad, generando así una situación de conflicto. Los relatos escritos sobre las civilizaciones andinas, en su mayoría, son de cronistas españoles, sin embargo, también nos deparamos con algunos cronistas “indios” y mestizos, como el Inca Garcilaso de la Vega. Él se destaca no sólo por representar esta pequeña porción, es decir, como un mestizo, también por tratarse de un heredero de dos noblezas: la nobleza española y la nobleza incaica. El cronista Inca Garcilaso era hijo del capitán español Garcilaso de la Vega, que tenía una familia que se destacó en la guerra y en la literatura; y de Chimpu Ocllo, una princesa Inca, nieta del Emperador Túpac Inca Yupanqui. Sin embargo, este privilegio en relación a los otros mestizos, no le garantía el reconocimiento como noble delante de la corona española. Así, veremos en este trabajo que unos de sus motivos para escribir las crónicas Comentarios Reales de los Incas y Historia General del Perú fue tratar de legitimar su posición social frente a los españoles a través de relatos que describen los hechos y avances de los Incas, así como afirmar, como una justificación, que la colonización fue aceptada por los indígenas y que éstos estaban aptos para la catequización, siendo ésta la manera aducida por manera, el Inca Garcilaso crea un discurso contradictorio, pues al mismo tiempo que defiende los españoles, él glorifica el Imperio IncaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Adoue, Silvia Beatriz [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Stevan, Vanessa [UNESP]2015-03-23T15:29:22Z2015-03-23T15:29:22Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis32 f.application/pdfSTEVAN, Vanessa. As crônicas do Inca Garcilaso de La Vega: um discurso de legitimação. 2010. 32 f. Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Letras) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, 2010.http://hdl.handle.net/11449/121489000634267stevan_v_tcc_arafcl.pdf7689349985474087Alephreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-06-11T17:51:39Zoai:repositorio.unesp.br:11449/121489Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:34:00.394504Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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