LÍNGUA TERENA DE SINAIS: análise descritiva inicial da língua de sinais usada pelos terena da Terra Indígena Cachoeirinha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Priscilla Alyne Sumaio [UNESP]
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/155878
Resumo: O povo terena habita os estados de Mato-Grosso do Sul e São Paulo. Essa etnia conta com 28.845 pessoas (dados do IBGE, 2010), que estão divididas em 17 terras. Constataram-se terena surdos na Terra Indígena Cachoeirinha, de 4.920 habitantes, em quatro aldeias, próximas ao município de Miranda-MS. A língua oral terena é amplamente falada no local, e também foi observado o uso de sinais pelos surdos terena. O trabalho envolveu o estudo da(s) língua(s) utilizadas por surdos terena de diferentes faixas etárias, tendo como objetivo descobrir se os sinais que os surdos terena e alguns ouvintes estavam utilizando eram sinais caseiros ou uma língua, e se essa língua seria autônoma ou uma variedade da LIBRAS . É notável que parte dessas pessoas não conheça a língua brasileira de sinais (LIBRAS). Alguns nunca frequentaram a escola ou tiveram contato com surdos usuários de LIBRAS. De maneira geral, os familiares dos surdos são ouvintes e falantes de português e terena, e os mais próximos conhecem o que chamo de língua terena de sinais. Alguns jovens estudam na cidade e estão avançando no uso e conhecimento da LIBRAS, porém estes mesmos jovens utilizam outra língua de sinais na aldeia, com seus familiares e amigos ouvintes, e outros surdos, que não sabem LIBRAS. Em viagens a campo, foram coletados sinais usados pelos terena por meio de fotografia e vídeo. Na pesquisa realizada durante o mestrado, muitos dados sobre os sinais usados pelos terena eram fornecidos por meio da língua portuguesa ou da LIBRAS, o que dificultou uma conclusão imediata (SUMAIO, 2014). No doutorado, entretanto, foram feitas mais coletas de dados com surdos, que permitiram chegar a conclusões definitivas. Avaliou-se então a fonologia, principalmente, e também o léxico, a morfologia, a sintaxe e a semântica desse sistema, chegando à conclusão de que não constitui variedade da LIBRAS e nem um sistema de sinais caseiros, mas uma língua autônoma.
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O trabalho envolveu o estudo da(s) língua(s) utilizadas por surdos terena de diferentes faixas etárias, tendo como objetivo descobrir se os sinais que os surdos terena e alguns ouvintes estavam utilizando eram sinais caseiros ou uma língua, e se essa língua seria autônoma ou uma variedade da LIBRAS . É notável que parte dessas pessoas não conheça a língua brasileira de sinais (LIBRAS). Alguns nunca frequentaram a escola ou tiveram contato com surdos usuários de LIBRAS. De maneira geral, os familiares dos surdos são ouvintes e falantes de português e terena, e os mais próximos conhecem o que chamo de língua terena de sinais. Alguns jovens estudam na cidade e estão avançando no uso e conhecimento da LIBRAS, porém estes mesmos jovens utilizam outra língua de sinais na aldeia, com seus familiares e amigos ouvintes, e outros surdos, que não sabem LIBRAS. Em viagens a campo, foram coletados sinais usados pelos terena por meio de fotografia e vídeo. Na pesquisa realizada durante o mestrado, muitos dados sobre os sinais usados pelos terena eram fornecidos por meio da língua portuguesa ou da LIBRAS, o que dificultou uma conclusão imediata (SUMAIO, 2014). No doutorado, entretanto, foram feitas mais coletas de dados com surdos, que permitiram chegar a conclusões definitivas. Avaliou-se então a fonologia, principalmente, e também o léxico, a morfologia, a sintaxe e a semântica desse sistema, chegando à conclusão de que não constitui variedade da LIBRAS e nem um sistema de sinais caseiros, mas uma língua autônoma.The Terena people inhabits the states of Mato Grosso do Sul and São Paulo. This ethnic group has 28,845 people (IBGE data, 2010) which are divided into 17 indigenous communities. Deaf Terena were discovered first at the indigenous area of Cachoeirinha, of 4.920 inhabitants and, on second field trip, also in the neighboring villages, near the city of Miranda-MS. The Terena oral language is widely spoken on site, and the use of signs by deaf Terena was also observed, which gave rise to this research. The project involves the study of languages used by deaf Terena of different age groups, aiming to find out if the signs that the deaf Terena and some listeners were using were home signs or a language, and whether that language would be autonomous or a variety of LIBRAS. It is notable that some of these people do not know the Brazilian Sign Language (LIBRAS, from Língua Brasileira de Sinais). Some of them have never attended school or had contact with deaf users of LIBRAS. Generally, family members of the deaf are listeners and speakers of Portuguese and Terena, and the closest know what I named Terena Sign Language. Some young people are studying in the city and are progressing in the use and knowledge of LIBRAS, but these same young people use other signs in the village with their listeners relatives, friends and other deaf people, who do not know LIBRAS. In field trips, signs used by the Terena people were collected through photography and video. In the research carried out during the master's degree, many data on the signs used by Terena were supplied through the Portuguese language or LIBRAS, which made an immediate conclusion difficult (SUMAIO, 2014). In the PhD research, however, more data were collected with the deaf, which allowed definitive conclusions to be drawn. The Phonology, mainly, and also the Lexicon, Morphology, Syntax and Semantics of this system were evaluated, arriving at the conclusion that it is not a LIBRAS variety and neither a system of homemade signs, but an autonomous language.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)1411912Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fargetti, Cristina Martins [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Soares, Priscilla Alyne Sumaio [UNESP]2018-09-03T17:29:59Z2018-09-03T17:29:59Z2018-05-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15587800090744033004030009P4porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-13T14:21:55Zoai:repositorio.unesp.br:11449/155878Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T19:18:13.249730Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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