Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinke, Karen Henriette [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150901
Resumo: A Esclerose múltipla é uma doença autoimune degenerativa que acomete jovens adultos, causando danos neuroaxonais e áreas de desmielinização no sistema nervoso central (SNC) devido a uma resposta autoimune mediada por linfócitos Th1, Th17 e T citotóxicos. A encefalomielite autoimune experimental (EAE) constitui seu principal modelo de estudo e mastócitos parecem contribuir para os processos inflamatórios envolvidos na patogênese da EM/EAE. Seguindo este raciocínio, substâncias estabilizadoras de mastócitos, como o fumarato de cetotifeno, poderiam afetar o desenvolvimento destas doenças através do bloqueio dos processos de exocitose e desgranulação. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o efeito desta droga no desenvolvimento da EAE. Para isto, camundongos C57BL/6 fêmeas submetidas à indução da EAE através da imunização com MOG/CFA e injeção de toxina pertussis, foram tratados com fumarato de cetotifeno (0,4 mg/kg via intraperitoneal) durante 11 dias, a partir do 7º dia após a indução. O efeito do tratamento no desenvolvimento clínico da EAE foi determinado pela avaliação de peso corporal e escore clínico. Posteriormente, parâmetros histopatológicos e imunológicos associados à doença, bem como a quebra da função da barreira hematoencefálica (BHE) foram avaliados. As comparações dos valores de incidência, escores clínicos diários e máximos, e de variação de peso corpóreo revelaram que o tratamento com cetotifeno reduziu a incidência e a gravidade da EAE. Este efeito protetor determinado pelo cetotifeno foi associado com a normalização da função da BHE e consequente ausência ou redução da infiltração de linfócitos no SNC, e ativação reduzida de micróglia. Também se verificou menor expressão gênica de quimase-1, mMCP-4 e carboxipeptidase-1 no SNC e grande ativação da resposta imune periférica em amostras de linfonodos e baço dos animais imunizados e tratados com cetotifeno. Considerando os resultados obtidos, concluiu-se que o tratamento com fumarato de cetotifeno impede o desenvolvimento clínico da EAE por mecanismos que envolvem a manutenção da função da BHE e consequente bloqueio da infiltração de linfócitos no SNC.
id UNSP_e9b2282068025338d03702915b589485
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/150901
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimentalEffect of mast cell stabilization on experimental autoimmune encephalomyelitis developmentEsclerose múltiplaEncefalomielite autoimune experimentalFumarato de cetotifenoMastócitosMultiple sclerosisExperimental autoimmune encephalomyelitisKetotifen fumarateMast cellsA Esclerose múltipla é uma doença autoimune degenerativa que acomete jovens adultos, causando danos neuroaxonais e áreas de desmielinização no sistema nervoso central (SNC) devido a uma resposta autoimune mediada por linfócitos Th1, Th17 e T citotóxicos. A encefalomielite autoimune experimental (EAE) constitui seu principal modelo de estudo e mastócitos parecem contribuir para os processos inflamatórios envolvidos na patogênese da EM/EAE. Seguindo este raciocínio, substâncias estabilizadoras de mastócitos, como o fumarato de cetotifeno, poderiam afetar o desenvolvimento destas doenças através do bloqueio dos processos de exocitose e desgranulação. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o efeito desta droga no desenvolvimento da EAE. Para isto, camundongos C57BL/6 fêmeas submetidas à indução da EAE através da imunização com MOG/CFA e injeção de toxina pertussis, foram tratados com fumarato de cetotifeno (0,4 mg/kg via intraperitoneal) durante 11 dias, a partir do 7º dia após a indução. O efeito do tratamento no desenvolvimento clínico da EAE foi determinado pela avaliação de peso corporal e escore clínico. Posteriormente, parâmetros histopatológicos e imunológicos associados à doença, bem como a quebra da função da barreira hematoencefálica (BHE) foram avaliados. As comparações dos valores de incidência, escores clínicos diários e máximos, e de variação de peso corpóreo revelaram que o tratamento com cetotifeno reduziu a incidência e a gravidade da EAE. Este efeito protetor determinado pelo cetotifeno foi associado com a normalização da função da BHE e consequente ausência ou redução da infiltração de linfócitos no SNC, e ativação reduzida de micróglia. Também se verificou menor expressão gênica de quimase-1, mMCP-4 e carboxipeptidase-1 no SNC e grande ativação da resposta imune periférica em amostras de linfonodos e baço dos animais imunizados e tratados com cetotifeno. Considerando os resultados obtidos, concluiu-se que o tratamento com fumarato de cetotifeno impede o desenvolvimento clínico da EAE por mecanismos que envolvem a manutenção da função da BHE e consequente bloqueio da infiltração de linfócitos no SNC.Multiple sclerosis is one of the most prevalent neurological human diseases. It triggers axonal damage and demyelinated areas in central nervous system (CNS) by an autoimmune response mediated by Th1, Th17 and T cytotoxic lymphocytes. Experimental autoimmune encephalomyelitis (EAE) is the most employed model of study this disease and mast cells appear to contribute to MS- and EAE- underlying immunopathogenesis. In this scenario, mast cell stabilizer drugs, such as ketotifen fumarate, could affect the development of these diseases by the blockage of exocytosis and degranulation. The aim of this study was to evaluate the effect of this drug on the development of EAE. For this, MOG/CFA-immunized female C57BL/6 mice were treated with ketotifen fumarate. The effect of treatment was determined by body weight loss and clinical score. Subsequently, EAE-associated histopathological and immunological parameters, as well as breakdown of blood-brain and blood-spinal cord barrier were analyzed. Comparisons about incidence values, daily and maximum clinical scores, and body weight loss revealed that ketotifen-treatment reduced the EAE-incidence and -severity. This protection was associated with the restoration of blood-spinal cord barrier function, absence or reduction of SNC lymphocytic infiltration and reduced microglial activation. Lower chymase-1, mMCP-4 and carboxypeptidase-1 gene expressions were also detected in the CNS, as well as higher activation of peripheral immune response in lymph node and splenic samples from immunized mice treated with ketotifen. Considering these results, it was concluded that the treatment with ketotifen fumarate prevents the clinical development of EAE by mechanisms related to maintenance of blood-spinal cord barrier function and consequent blockage of CNS inflammatory infiltrate.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 14/00239-6Universidade Estadual Paulista (Unesp)Sartori, Alexandrina [UNESP]Lara, Vanessa Soares [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pinke, Karen Henriette [UNESP]2017-06-14T18:30:33Z2017-06-14T18:30:33Z2017-06-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/150901Pinke, Karen Henriette33004064080P3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-16T06:04:00Zoai:repositorio.unesp.br:11449/150901Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:04:41.358643Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
Effect of mast cell stabilization on experimental autoimmune encephalomyelitis development
title Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
spellingShingle Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
Pinke, Karen Henriette [UNESP]
Esclerose múltipla
Encefalomielite autoimune experimental
Fumarato de cetotifeno
Mastócitos
Multiple sclerosis
Experimental autoimmune encephalomyelitis
Ketotifen fumarate
Mast cells
title_short Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
title_full Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
title_fullStr Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
title_full_unstemmed Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
title_sort Efeito da estabilização de mastócitos no desenvolvimento da encefalomielite autoimune experimental
author Pinke, Karen Henriette [UNESP]
author_facet Pinke, Karen Henriette [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Sartori, Alexandrina [UNESP]
Lara, Vanessa Soares [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Pinke, Karen Henriette [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Esclerose múltipla
Encefalomielite autoimune experimental
Fumarato de cetotifeno
Mastócitos
Multiple sclerosis
Experimental autoimmune encephalomyelitis
Ketotifen fumarate
Mast cells
topic Esclerose múltipla
Encefalomielite autoimune experimental
Fumarato de cetotifeno
Mastócitos
Multiple sclerosis
Experimental autoimmune encephalomyelitis
Ketotifen fumarate
Mast cells
description A Esclerose múltipla é uma doença autoimune degenerativa que acomete jovens adultos, causando danos neuroaxonais e áreas de desmielinização no sistema nervoso central (SNC) devido a uma resposta autoimune mediada por linfócitos Th1, Th17 e T citotóxicos. A encefalomielite autoimune experimental (EAE) constitui seu principal modelo de estudo e mastócitos parecem contribuir para os processos inflamatórios envolvidos na patogênese da EM/EAE. Seguindo este raciocínio, substâncias estabilizadoras de mastócitos, como o fumarato de cetotifeno, poderiam afetar o desenvolvimento destas doenças através do bloqueio dos processos de exocitose e desgranulação. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o efeito desta droga no desenvolvimento da EAE. Para isto, camundongos C57BL/6 fêmeas submetidas à indução da EAE através da imunização com MOG/CFA e injeção de toxina pertussis, foram tratados com fumarato de cetotifeno (0,4 mg/kg via intraperitoneal) durante 11 dias, a partir do 7º dia após a indução. O efeito do tratamento no desenvolvimento clínico da EAE foi determinado pela avaliação de peso corporal e escore clínico. Posteriormente, parâmetros histopatológicos e imunológicos associados à doença, bem como a quebra da função da barreira hematoencefálica (BHE) foram avaliados. As comparações dos valores de incidência, escores clínicos diários e máximos, e de variação de peso corpóreo revelaram que o tratamento com cetotifeno reduziu a incidência e a gravidade da EAE. Este efeito protetor determinado pelo cetotifeno foi associado com a normalização da função da BHE e consequente ausência ou redução da infiltração de linfócitos no SNC, e ativação reduzida de micróglia. Também se verificou menor expressão gênica de quimase-1, mMCP-4 e carboxipeptidase-1 no SNC e grande ativação da resposta imune periférica em amostras de linfonodos e baço dos animais imunizados e tratados com cetotifeno. Considerando os resultados obtidos, concluiu-se que o tratamento com fumarato de cetotifeno impede o desenvolvimento clínico da EAE por mecanismos que envolvem a manutenção da função da BHE e consequente bloqueio da infiltração de linfócitos no SNC.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-14T18:30:33Z
2017-06-14T18:30:33Z
2017-06-08
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/150901
Pinke, Karen Henriette
33004064080P3
url http://hdl.handle.net/11449/150901
identifier_str_mv Pinke, Karen Henriette
33004064080P3
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808128455942864896