"Entre o verbo e o real inefável": o silêncio potencializador, em Transposição, de Orides Fontela
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/202640 |
Resumo: | Este trabalho propõe investigar a dimensão do silêncio nos poemas de Transposição, livro de estreia de Orides Fontela, publicado em 1969. Verificamos que o objeto poético (composto por verbo e real) alcança seu limite, uma vez que a palavra não consegue expressar a sua densidade, o seu real (ser). O silêncio, então, atua como potencializador da palavra, levando-a à ressignificação constante, isto é, à transcendência. Nesse sentido, a poesia de Fontela leva à experiência da transcendência da palavra, promovendo nela seu poder de silêncio, sua incapacidade de nomear o real (ser). Destarte, o silêncio enfatiza a negatividade na tensão construída entre as palavras transpostas nos poemas orideanos, ele obscurece o sentido inaugural do objeto poético e torna-o sugestivo. Dessa forma, o silêncio está na correlação hermetismo e sentido, sendo aquele dado pelo enfretamento poético do real e este pela definição do próprio real. Por meio da investigação do trabalho de transposição das palavras, bem como das metáforas e dos símbolos, propomos evidenciar um movimento de desfazer/ refazer contínuo na poética de Fontela, no qual o silêncio é atuante, promovendo a criação de sentidos. Ao final de nossa pesquisa, chegamos ao resultado de que o silêncio potencializa a palavra, ocultando o seu real (ser), e cria um questionamento sobre o seu poder de nomeação. Para a realização desse estudo contamos com as contribuições da fortuna crítica da poeta, sobretudo de Osakabe (2002), Bucioli (2003), Lopes (2008), Dantas (2011), Castro (2015) e Pucheu (2018). Para entendermos a relação entre silêncio e linguagem, contamos com os estudos de Sontag (1987) e Steiner (1988). Sobre os limites da palavra e sua morte simbólica, fazemos referência às considerações de Blanchot (1997) e (2005). Para as considerações acerca da negatividade e da fragmentação, recorremos a Bosi (1983), Barbosa (1986), Friedrich (1991), Berardinelli (2007) e Hamburger (2007). Sobre o hermetismo na poesia, contamos com o aporte teórico de Kothe (2016) e Spitzer (2003). O processo de construção metafórica e o alcance metapoético da poesia de Fontela têm como referência os estudos de Barbosa (1974) e (1990), de Chalhub (1986) e Bochicchio (2012). |
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"Entre o verbo e o real inefável": o silêncio potencializador, em Transposição, de Orides Fontela“Between the verb and the ineffable reality”: the potentializing silence, in Transposição, by Orides Fontela“Entre el verbo y el real inefable”: el silencio potencializador, en Transposição, de Orides FontelaOrides FontelaTransposiçãoHermetismoSilêncioMetapoesiaTranspositionHermeticismSilenceMetapoetryTransposiciónHermetismoSilencioMetapoesíaEste trabalho propõe investigar a dimensão do silêncio nos poemas de Transposição, livro de estreia de Orides Fontela, publicado em 1969. Verificamos que o objeto poético (composto por verbo e real) alcança seu limite, uma vez que a palavra não consegue expressar a sua densidade, o seu real (ser). O silêncio, então, atua como potencializador da palavra, levando-a à ressignificação constante, isto é, à transcendência. Nesse sentido, a poesia de Fontela leva à experiência da transcendência da palavra, promovendo nela seu poder de silêncio, sua incapacidade de nomear o real (ser). Destarte, o silêncio enfatiza a negatividade na tensão construída entre as palavras transpostas nos poemas orideanos, ele obscurece o sentido inaugural do objeto poético e torna-o sugestivo. Dessa forma, o silêncio está na correlação hermetismo e sentido, sendo aquele dado pelo enfretamento poético do real e este pela definição do próprio real. Por meio da investigação do trabalho de transposição das palavras, bem como das metáforas e dos símbolos, propomos evidenciar um movimento de desfazer/ refazer contínuo na poética de Fontela, no qual o silêncio é atuante, promovendo a criação de sentidos. Ao final de nossa pesquisa, chegamos ao resultado de que o silêncio potencializa a palavra, ocultando o seu real (ser), e cria um questionamento sobre o seu poder de nomeação. Para a realização desse estudo contamos com as contribuições da fortuna crítica da poeta, sobretudo de Osakabe (2002), Bucioli (2003), Lopes (2008), Dantas (2011), Castro (2015) e Pucheu (2018). Para entendermos a relação entre silêncio e linguagem, contamos com os estudos de Sontag (1987) e Steiner (1988). Sobre os limites da palavra e sua morte simbólica, fazemos referência às considerações de Blanchot (1997) e (2005). Para as considerações acerca da negatividade e da fragmentação, recorremos a Bosi (1983), Barbosa (1986), Friedrich (1991), Berardinelli (2007) e Hamburger (2007). Sobre o hermetismo na poesia, contamos com o aporte teórico de Kothe (2016) e Spitzer (2003). O processo de construção metafórica e o alcance metapoético da poesia de Fontela têm como referência os estudos de Barbosa (1974) e (1990), de Chalhub (1986) e Bochicchio (2012).Este trabajo propone investigar la dimensión del silencio en los poemas de Transposição, libro de debut de Orides Fontela, publicado en 1969. Comprobamos que el objeto poético (compuesto de verbo y real) alcanza su límite, una vez que la palabra no consigue expresar su densidad, su real (ser). El silencio, así, actúa como potenciador de la palabra, llevándola a la resignificación constante, o sea, la trascendencia. En este sentido, la poesía de Fontela lleva a la experiencia de la trascendencia de la palabra, promoviendo en ella su poder de silencio, su incapacidad de nombrar el real (ser). Así, el silencio enfatiza la negatividad en la tensión construida entre las palabras transpuestas en los poemas orideanos, él oscurece el sentido inaugural del objeto poético y lo hace sugerente. De esa manera, el silencio está en la correlación: hermetismo y sentido, aquel que surge del enfrentamiento poético del real y esto por la definición del propio real. Por medio de la investigación del trabajo de transposición de las palabras, así como de las metáforas y de los símbolos, proponemos destacar el movimiento de deshacer/ rehacer contínuo en la poética de Fontela, en el que el silencio está activo y moviliza la creación de sentidos. Al final de nuestro estudio llegamos al resultado de que el silencio potencia la palabra, oscureciendo su real (ser), y crea un cuestionamiento sobre su poder de denominación. Para la realización de este estudio contamos con los aportes de la fortuna crítica de la poeta, especialmente de Osakabe (2002), Bucioli (2003), Lopes (2008), Dantas (2011), Castro (2015), Pucheu (2018). Para comprendermos la relación entre silencio y lenguaje, contamos con los estudios de Sontag (1987) y Steiner (1988). Sobre los límites de la palabra y su muerte simbólica, hacemos mención a las consideraciones de Blanchot (1997) y (2005). Para las consideraciones acerca de a negatividad y de la fragmentación, recurrimos a Bosi (1983), Barbosa (1986), Friedrich (1991), Berardinelli (2007) y Hamburger (2007). Sobre el hermetismo en la poesía, contamos con el aporte teórico de Kothe (2016) y Spitzer (2003). El proceso de construcción metafórica y el alcance metapoético de la poesía de Fontela tiene como referencia los estudios de Barbosa (1974) y (1990), de Chalhub (1986) y Bochicchio (2012).This work proposes to investigate the dimension of the silence in Transposição, the debut book published in 1969 by Orides Fontela. We were able to verify that the poetic object (made of verb and reality) reaches its limit, since the word cannot express the poetic object’s density, its real (its being). The silence acts as a word enhancer, inducing it to constant ressignification, transcending. In that sense, Fontela’s poetry leads to the word’s transcendence, fitting the silence in it and, along with that, it’s disability of naming the real (the being). Thus, the silence emphasizes the negativity in the tension built among the words written in Orides Fontela’s poems, it also obscures the initial meaning of the poetic object, making it suggestive. Therefore, the silence is in the correlation between hermeticism and meaning given by the poetic confrontation of the real based on the definition of what is real. Through the investigation of the transposition of the words work, as well as the metaphors and symbols, we propose to point out a continuous movement of undoing /remaking in Fontela’s poetic in which the silence is active, creating the meaning. Finally, in the end of the research, we arrive at the consideration that the silence enhances the word, hiding its real (being) and questioning its ability of nomination. To develop this study a wealth of critical acclaim works about Fontela’s poetry were used, especially Osakabe (2002), Bucioli (2003), Lopes (2008), Dantas (2011), Castro (2015), Pucheu (2018). To understand the relation between the silence and the language we used Sontag (1987) and Steiner (1988). We used, as well, the considerations of Blanchot (1997) and (2005) to understand the limits of the word as a language and its symbolic death. Besides these authors, we also used contributions about the negativity and fragmentation made by Bosi (1983), Barbosa (1986), Friedrich (1991), Berardinelli (2007), Hamburger (20l7). We also used the theoretical contribution of Kothe (2016) and Spitzer (2003) to understand the poetry’s hermeticism. The metaphorical construction process and its poetic reach on Fontela’s poetry has as a reference the studies of Barbosa (1974) and (1990), Chalhub (1986) and Bochicchio (2012).Universidade Estadual Paulista (Unesp)Busato, Susanna [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Batista, Jaqueline de Carvalho Valverde2021-02-04T18:50:24Z2021-02-04T18:50:24Z2020-12-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/20264033004153015P2porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-19T06:30:06Zoai:repositorio.unesp.br:11449/202640Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T23:24:01.498437Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Este trabalho propõe investigar a dimensão do silêncio nos poemas de Transposição, livro de estreia de Orides Fontela, publicado em 1969. Verificamos que o objeto poético (composto por verbo e real) alcança seu limite, uma vez que a palavra não consegue expressar a sua densidade, o seu real (ser). O silêncio, então, atua como potencializador da palavra, levando-a à ressignificação constante, isto é, à transcendência. Nesse sentido, a poesia de Fontela leva à experiência da transcendência da palavra, promovendo nela seu poder de silêncio, sua incapacidade de nomear o real (ser). Destarte, o silêncio enfatiza a negatividade na tensão construída entre as palavras transpostas nos poemas orideanos, ele obscurece o sentido inaugural do objeto poético e torna-o sugestivo. Dessa forma, o silêncio está na correlação hermetismo e sentido, sendo aquele dado pelo enfretamento poético do real e este pela definição do próprio real. Por meio da investigação do trabalho de transposição das palavras, bem como das metáforas e dos símbolos, propomos evidenciar um movimento de desfazer/ refazer contínuo na poética de Fontela, no qual o silêncio é atuante, promovendo a criação de sentidos. Ao final de nossa pesquisa, chegamos ao resultado de que o silêncio potencializa a palavra, ocultando o seu real (ser), e cria um questionamento sobre o seu poder de nomeação. Para a realização desse estudo contamos com as contribuições da fortuna crítica da poeta, sobretudo de Osakabe (2002), Bucioli (2003), Lopes (2008), Dantas (2011), Castro (2015) e Pucheu (2018). Para entendermos a relação entre silêncio e linguagem, contamos com os estudos de Sontag (1987) e Steiner (1988). Sobre os limites da palavra e sua morte simbólica, fazemos referência às considerações de Blanchot (1997) e (2005). Para as considerações acerca da negatividade e da fragmentação, recorremos a Bosi (1983), Barbosa (1986), Friedrich (1991), Berardinelli (2007) e Hamburger (2007). Sobre o hermetismo na poesia, contamos com o aporte teórico de Kothe (2016) e Spitzer (2003). O processo de construção metafórica e o alcance metapoético da poesia de Fontela têm como referência os estudos de Barbosa (1974) e (1990), de Chalhub (1986) e Bochicchio (2012). |
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