Correlações entre a ocorrência dos pinguins-de-Magalhães Spheniscus magellanicus (Forster, 1781) no litoral sul e sudeste do Brasil e eventos de El Niño Oscilação Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/239247 |
Resumo: | Durante o inverno austral, os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) partem de suas colônias na Patagônia rumo ao norte, alcançando o litoral brasileiro até o estado do Rio de Janeiro (21ºS). O fenômeno oceânico-atmosférico El Niño Oscilação Sul (ENOS) ocorre no Oceano Pacífico Tropical e seus eventos interferem no regime climático global, inclusive na costa leste da América do Sul. Nessa região, verifica-se a ocorrência da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), onde a Corrente do Brasil (CB) e a Corrente das Malvinas (CM) confluem entre 33º e 38ºS, com intensa hidrodinâmica. Os eventos de ocorrência dos pinguins no sul e sudeste do Brasil, certamente são influenciados por variações nos índices ENOS e a variação latitudinal da CBM. O presente estudo compilou dados sobre as ocorrências dos pinguins-de-Magalhães no litoral entre os estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2022 e correlacionou tais incidências com os índices ENOS registrados para o mesmo período; adicionalmente projetou-se deslocamentos de deriva dos pinguins desde a Patagônia rumo ao Brasil, entre 2015 e 2020. O processamento dos dados foi realizado nos softwares Microsoft Excel 365, Ocean Parcels e Python. Foram registradas pouco mais de trinta e cinco mil ocorrências, a maioria em Santa Catarina. O Paraná registrou a maior taxa de ocorrência geral e por ano. O ano de maior incidência foi em 2018. A maioria dos eventos ocorreu durante o inverno, a maior parte em agosto. De janeiro a maio somente 0,3% do total foi contabilizado. A maioria era de juvenis e 92% já estavam mortos no momento do resgate. As maiores correlações entre ocorrências e índices ENOS foram obtidas com lags de nove meses no litoral total (r = -0,27), oito meses em Santa Catarina (r=-0,29), nove meses no Paraná (r = -0,28) nove meses em São Paulo (r = -0,20) e seis meses no Rio de Janeiro (r = 0,21). O índice ENOS não é a única causa dos encalhes, mas há uma tendência à maximização de ocorrências após eventos de La Niña. As maiores correlações positivas entre ocorrências e distâncias percorridas nas simulações foram com ausência de lags no litoral total (r = 0,28), em Santa Catarina (r = 0,25), no Paraná (r = 0,33) e em São Paulo (r = 0,22). Para o Rio de Janeiro, não houve correlações positivas. Foi evidenciado o importante papel das correntes no deslocamento dos pinguins até o Brasil e a necessidade de consideração de outras variáveis ambientais nas análises, tais como temperatura e salinidade; produtividade primária e outras variáveis atmosféricas. |
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Correlações entre a ocorrência dos pinguins-de-Magalhães Spheniscus magellanicus (Forster, 1781) no litoral sul e sudeste do Brasil e eventos de El Niño Oscilação SulCorrelations between the occurrence of Magellanic penguins Spheniscus magellanicus (Forster, 1781) on the south and southeast coast of Brazil and El Niño Southern Oscillation eventsPinguinsAves - MigraçãoEcologiaEl Niño Oscilação SulConfluência Brasil-MalvinasTrajetórias lagrangeanasPenguinsBird migrationEl Niño Southern OscillationBrasil-Malvinas ConfluenceLagrangian trajectoriesDurante o inverno austral, os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) partem de suas colônias na Patagônia rumo ao norte, alcançando o litoral brasileiro até o estado do Rio de Janeiro (21ºS). O fenômeno oceânico-atmosférico El Niño Oscilação Sul (ENOS) ocorre no Oceano Pacífico Tropical e seus eventos interferem no regime climático global, inclusive na costa leste da América do Sul. Nessa região, verifica-se a ocorrência da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), onde a Corrente do Brasil (CB) e a Corrente das Malvinas (CM) confluem entre 33º e 38ºS, com intensa hidrodinâmica. Os eventos de ocorrência dos pinguins no sul e sudeste do Brasil, certamente são influenciados por variações nos índices ENOS e a variação latitudinal da CBM. O presente estudo compilou dados sobre as ocorrências dos pinguins-de-Magalhães no litoral entre os estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2022 e correlacionou tais incidências com os índices ENOS registrados para o mesmo período; adicionalmente projetou-se deslocamentos de deriva dos pinguins desde a Patagônia rumo ao Brasil, entre 2015 e 2020. O processamento dos dados foi realizado nos softwares Microsoft Excel 365, Ocean Parcels e Python. Foram registradas pouco mais de trinta e cinco mil ocorrências, a maioria em Santa Catarina. O Paraná registrou a maior taxa de ocorrência geral e por ano. O ano de maior incidência foi em 2018. A maioria dos eventos ocorreu durante o inverno, a maior parte em agosto. De janeiro a maio somente 0,3% do total foi contabilizado. A maioria era de juvenis e 92% já estavam mortos no momento do resgate. As maiores correlações entre ocorrências e índices ENOS foram obtidas com lags de nove meses no litoral total (r = -0,27), oito meses em Santa Catarina (r=-0,29), nove meses no Paraná (r = -0,28) nove meses em São Paulo (r = -0,20) e seis meses no Rio de Janeiro (r = 0,21). O índice ENOS não é a única causa dos encalhes, mas há uma tendência à maximização de ocorrências após eventos de La Niña. As maiores correlações positivas entre ocorrências e distâncias percorridas nas simulações foram com ausência de lags no litoral total (r = 0,28), em Santa Catarina (r = 0,25), no Paraná (r = 0,33) e em São Paulo (r = 0,22). Para o Rio de Janeiro, não houve correlações positivas. Foi evidenciado o importante papel das correntes no deslocamento dos pinguins até o Brasil e a necessidade de consideração de outras variáveis ambientais nas análises, tais como temperatura e salinidade; produtividade primária e outras variáveis atmosféricas.During the austral winter, Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) leave their colonies in Patagonia, heading north, reaching the Brazilian coast as far as the state of Rio de Janeiro (21ºS). The oceanic-atmospheric phenomenon El Niño Southern Oscillation (ENSO) occurs in the Tropical Pacific Ocean, and its events interfere with the global climate regime, including the east coast of South America. In this region, there is the occurrence of the Brazil-Malvinas Confluence (BMC), where the Brazil Current (BC) and the Malvinas Current (MC) converge between 33º and 38ºS, with intense hydrodynamics. The events of penguin occurrences in southern and southeastern Brazil are influenced by variations in ENOS indices and latitudinal variations in BMC. The present study compiled data on occurrences of Magellan penguins on the coast between the states of Santa Catarina and Rio de Janeiro from 2015 to 2022 and correlated such incidences with the ENOS indexes recorded for the same period. Additionally, drift displacements of penguins from Patagonia towards Brazil were projected between 2015 and 2020. Data processing was done using Microsoft Excel 365, Ocean Parcels, and Python. More than thirty-five thousand occurrences were registered, mainly on the Santa Catarina shores. Paraná recorded the highest rate of occurrence overall and per year. The year with the highest incidence was 2018. Most events occurred during the winter, mainly in August. Only 0.3% of the total was accounted for from January to May. Most were juveniles, and 92% were dead at the rescue time. The highest correlations between occurrences and ENOS indexes were with lags of nine months in the entire coast (r = -0.27), eight months in Santa Catarina (r = -0.29), nine months in Paraná (r = -0.28), nine months in São Paulo (r = -0.20) and six months in Rio de Janeiro (r = 0.21). The ENOS index is not the only cause of strandings, but there is a tendency to maximize occurrences after La Niña events. The highest positive correlations between occurrences and distances covered in the simulations were with the absence of lags on the entire coast (r = 0.28), in Santa Catarina (r = 0.25), in Paraná (r = 0.33), and São Paulo. Paulo (r = 0.22); Rio de Janeiro did not obtain positive correlations. The critical role of currents in the displacement of penguins to Brazil was evidenced. Including other environmental variables in the analyses (temperature and salinity in the South Atlantic Ocean) and the extension of the data set should improve the understanding of the results.Não recebi financiamentoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Fontes, Roberto Fioravanti Carelli [UNESP]Bertozzi, Carolina Pacheco [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Natália Beatriz de Mendonça2023-02-01T21:48:21Z2023-02-01T21:48:21Z2023-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/239247porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-15T06:20:07Zoai:repositorio.unesp.br:11449/239247Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T20:26:06.859173Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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Durante o inverno austral, os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) partem de suas colônias na Patagônia rumo ao norte, alcançando o litoral brasileiro até o estado do Rio de Janeiro (21ºS). O fenômeno oceânico-atmosférico El Niño Oscilação Sul (ENOS) ocorre no Oceano Pacífico Tropical e seus eventos interferem no regime climático global, inclusive na costa leste da América do Sul. Nessa região, verifica-se a ocorrência da Confluência Brasil-Malvinas (CBM), onde a Corrente do Brasil (CB) e a Corrente das Malvinas (CM) confluem entre 33º e 38ºS, com intensa hidrodinâmica. Os eventos de ocorrência dos pinguins no sul e sudeste do Brasil, certamente são influenciados por variações nos índices ENOS e a variação latitudinal da CBM. O presente estudo compilou dados sobre as ocorrências dos pinguins-de-Magalhães no litoral entre os estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2022 e correlacionou tais incidências com os índices ENOS registrados para o mesmo período; adicionalmente projetou-se deslocamentos de deriva dos pinguins desde a Patagônia rumo ao Brasil, entre 2015 e 2020. O processamento dos dados foi realizado nos softwares Microsoft Excel 365, Ocean Parcels e Python. Foram registradas pouco mais de trinta e cinco mil ocorrências, a maioria em Santa Catarina. O Paraná registrou a maior taxa de ocorrência geral e por ano. O ano de maior incidência foi em 2018. A maioria dos eventos ocorreu durante o inverno, a maior parte em agosto. De janeiro a maio somente 0,3% do total foi contabilizado. A maioria era de juvenis e 92% já estavam mortos no momento do resgate. As maiores correlações entre ocorrências e índices ENOS foram obtidas com lags de nove meses no litoral total (r = -0,27), oito meses em Santa Catarina (r=-0,29), nove meses no Paraná (r = -0,28) nove meses em São Paulo (r = -0,20) e seis meses no Rio de Janeiro (r = 0,21). O índice ENOS não é a única causa dos encalhes, mas há uma tendência à maximização de ocorrências após eventos de La Niña. As maiores correlações positivas entre ocorrências e distâncias percorridas nas simulações foram com ausência de lags no litoral total (r = 0,28), em Santa Catarina (r = 0,25), no Paraná (r = 0,33) e em São Paulo (r = 0,22). Para o Rio de Janeiro, não houve correlações positivas. Foi evidenciado o importante papel das correntes no deslocamento dos pinguins até o Brasil e a necessidade de consideração de outras variáveis ambientais nas análises, tais como temperatura e salinidade; produtividade primária e outras variáveis atmosféricas. |
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