Tratamento do transtorno de pânico com terapia psicodramática de grupo
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Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462001000300006 http://hdl.handle.net/11449/12483 |
Resumo: | INTRODUÇÃO/OBJETIVOS: Há poucos trabalhos publicados sobre psicoterapia grupal para pacientes com transtorno de pânico (TP); além disso, esses estudos geralmente são restritos a abordagens cognitivo-comportamentais. O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência de atendimento psicoterápico psicodramático grupal para portadores de TP, iniciada em 1996 na Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, e discutir aspectos psicodinâmicos desse transtorno. MÉTODOS: Atende-se uma média de oito a dez pacientes em sessões mensais de duas horas de duração, nas quais se utilizam técnicas psicodramáticas. O uso associado de psicofármacos é a regra. A temática é aberta, centrando-se tanto em aspectos próprios do TP (sintomas mais comuns; peregrinação em serviços médicos até o diagnóstico; preocupações hipocondríacas; limitações e dependência; reações dos familiares; estratégias de exposição e enfrentamento; efeitos e reações dos medicamentos) quanto em problemas individuais específicos. RESULTADOS: A abordagem psicodramática favorece a identificação e a elaboração de aspectos psicodinâmicos. Entre estes, destacaram-se os sentimentos de desamparo e seus desdobramentos: insegurança; fragilidade e medo; raiva e culpa; sentimentos de desamor e rejeição; vergonha e inferioridade; isolamento e dificuldade de pedir ajuda; dificuldade de identificar e de expressar sentimentos - manifestados somaticamente -; e dificuldade de assumir o papel de cuidador e outras responsabilidades. CONCLUSÕES: Aspectos valiosos para o tratamento do TP, como apoio mútuo, companheirismo, confiança, modelo e estímulo, são favorecidos pelo contexto grupal homogêneo. O compartilhar de experiências e sofrimentos comuns propiciou rápida coesão e suporte grupal, melhora da capacidade de expressar sentimentos e da auto-estima e o aprimoramento de papéis sociais. Além da melhora dos sintomas, possibilitou-se a melhor compreensão e elaboração destes, que passam a ser integrados significativamente no contexto existencial. |
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Tratamento do transtorno de pânico com terapia psicodramática de grupoTreatment for panic disorder with psychodramatic group therapyTranstorno de pânicoTratamentoPsicoterapiaPsicoterapia grupalPsicodramaModelo psicodinâmicoPanic disorderTreatmentPsychotherapyPsychotherapy, groupPsychodramaPsychodynamic modelINTRODUÇÃO/OBJETIVOS: Há poucos trabalhos publicados sobre psicoterapia grupal para pacientes com transtorno de pânico (TP); além disso, esses estudos geralmente são restritos a abordagens cognitivo-comportamentais. O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência de atendimento psicoterápico psicodramático grupal para portadores de TP, iniciada em 1996 na Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, e discutir aspectos psicodinâmicos desse transtorno. MÉTODOS: Atende-se uma média de oito a dez pacientes em sessões mensais de duas horas de duração, nas quais se utilizam técnicas psicodramáticas. O uso associado de psicofármacos é a regra. A temática é aberta, centrando-se tanto em aspectos próprios do TP (sintomas mais comuns; peregrinação em serviços médicos até o diagnóstico; preocupações hipocondríacas; limitações e dependência; reações dos familiares; estratégias de exposição e enfrentamento; efeitos e reações dos medicamentos) quanto em problemas individuais específicos. RESULTADOS: A abordagem psicodramática favorece a identificação e a elaboração de aspectos psicodinâmicos. Entre estes, destacaram-se os sentimentos de desamparo e seus desdobramentos: insegurança; fragilidade e medo; raiva e culpa; sentimentos de desamor e rejeição; vergonha e inferioridade; isolamento e dificuldade de pedir ajuda; dificuldade de identificar e de expressar sentimentos - manifestados somaticamente -; e dificuldade de assumir o papel de cuidador e outras responsabilidades. CONCLUSÕES: Aspectos valiosos para o tratamento do TP, como apoio mútuo, companheirismo, confiança, modelo e estímulo, são favorecidos pelo contexto grupal homogêneo. O compartilhar de experiências e sofrimentos comuns propiciou rápida coesão e suporte grupal, melhora da capacidade de expressar sentimentos e da auto-estima e o aprimoramento de papéis sociais. Além da melhora dos sintomas, possibilitou-se a melhor compreensão e elaboração destes, que passam a ser integrados significativamente no contexto existencial.INTRODUCTION: There are few published articles on group psychotherapy for patients with panic disorder (PD) and usually they are restricted to the cognitive-behavioral approach. OBJECTIVE: To describe an experience of group psychodramatic therapy for PD patients, started in 1996 at Botucatu Medical School - UNESP, and discuss psychodynamic aspects of the panic disorder. METHODS: Two-hour monthly psychodramatic sessions, with an average of 8 to10 patients were carried out. The patients were usually receiving concomitantly psychopharmacological treatment. The subjects to be discussed were freely chosen, ranging from issues directly related to PD (most common symptoms, hurdles to get to a diagnosis, hypochondriac concerns, limitations and dependency, family reactions, strategies of exposure and coping, and effects of drug treatment) to individual conflicts and problems. RESULTS: The psychodramatic approach favors the identification and elaboration of psychodynamic aspects. The most common feelings observed were helplessness and other related ones, such as: insecurity; vulnerability and fear; anger and guilt; isolation and difficulty in identifying and expressing emotions (which manifested physically); and difficulty in assuming the role of caretaker and other responsibilities. CONCLUSIONS: Valuable aspects for the treatment of PD, such as mutual support, partnership, confidence, modeling and encouragement, are favored in a group setting, where sharing experiences and sufferings helped to improve the participants' self-esteem, their ability to express emotions and to play different social roles. Besides the clinical improvement, the symptoms could be better understood and elaborated, and meaningfully integrated into their life context.UNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Neurologia e PsiquiatriaUNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Neurologia e PsiquiatriaAssociação Brasileira de Psiquiatria - ABPUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Torres, Albina Rodrigues [UNESP]Lima, Maria Cristina Pereira [UNESP]Ramos-Cerqueira, Ana Teresa de Abreu [UNESP]2014-05-20T13:36:13Z2014-05-20T13:36:13Z2001-09-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article141-148application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462001000300006Revista Brasileira de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, v. 23, n. 3, p. 141-148, 2001.1516-4446http://hdl.handle.net/11449/1248310.1590/S1516-44462001000300006S1516-44462001000300006S1516-44462001000300006.pdf383715795681943321691245958162900537835246490556SciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Psiquiatria2.0930,803info:eu-repo/semantics/openAccess2024-08-16T15:46:16Zoai:repositorio.unesp.br:11449/12483Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-16T15:46:16Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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