A "geografia do poder" de Claude Raffestin: uma contribuição à teoria materialista do território
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/193646 |
Resumo: | Diante do pragmatismo que assistimos em torno de citações apressadas sobre as concepções geográficas de Claude Raffestin, particularmente àquelas relacionadas às relações sociais de poder e à produção dos territórios, esta tese busca desenvolver reflexões sistemáticas acerca da construção do projeto epistemológico do autor suíço e a correspondência material de sua “geografia do poder” na interpretação dos fenômenos territoriais contemporâneos. Tratando-se, indubitavelmente, de um geógrafo comprometido com a desnaturalização das relações de poder entre os homens e com a interpretação dos processos desiguais e contraditórios imanentes à constituição dos territórios, o objetivo deste texto consiste em analisar os elementos teóricos e metodológicos que estruturaram sua problemática relacional do poder. Como sabemos, o sistema relacional, em Raffestin, repousa sobre as estratégias e os “programas de ação” realizados pelos “atores sociais” no espaço geográfico, que, mediante o trabalho e as formas de projeção e apropriação dissimétricas da praxis humana, engendram ontologicamente seus territórios e territorialidades. Todavia, como demonstraremos, o geógrafo suíço não se compromete apenas com o alcance explicativo de uma “teoria social do poder”, mas também com a formalização do estatuto científico da geografia humana, de caráter universalizante, objetivo e sistemático de suas categorias e conceitos. A partir deste “programa de reflexão geográfica”, Raffestin oscila, teoricamente, entre o logicismo representativo do sistema territorial e a preocupação concretas dos conflitos e disputas relacionais, que estão na base imanente da gênese territorial. Neste sentido, à luz da categoria marxiana de trabalho, como uma resposta metodológica e analítica ao conceito foucaultiano de poder, interpretamos a práxis relacional dos atores sintagmáticos e paradigmáticos, os quais, como veremos, são sujeitos sociais subsumidos, idealmente, na “práxis semiótica” da linguística, ou melhor, “atores da linguagem” posicionados medularmente na construção de uma “teoria do território”. |
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A "geografia do poder" de Claude Raffestin: uma contribuição à teoria materialista do territórioThe Claude Raffestin's "geography of power": a contribution to the materialist theory of territoryTerritórioClaude RaffestinPensamento geográficoTrabalhoRelações sociais de poderTerritoryGeographic thoughtLabourHistorical and dialectical materialismDiante do pragmatismo que assistimos em torno de citações apressadas sobre as concepções geográficas de Claude Raffestin, particularmente àquelas relacionadas às relações sociais de poder e à produção dos territórios, esta tese busca desenvolver reflexões sistemáticas acerca da construção do projeto epistemológico do autor suíço e a correspondência material de sua “geografia do poder” na interpretação dos fenômenos territoriais contemporâneos. Tratando-se, indubitavelmente, de um geógrafo comprometido com a desnaturalização das relações de poder entre os homens e com a interpretação dos processos desiguais e contraditórios imanentes à constituição dos territórios, o objetivo deste texto consiste em analisar os elementos teóricos e metodológicos que estruturaram sua problemática relacional do poder. Como sabemos, o sistema relacional, em Raffestin, repousa sobre as estratégias e os “programas de ação” realizados pelos “atores sociais” no espaço geográfico, que, mediante o trabalho e as formas de projeção e apropriação dissimétricas da praxis humana, engendram ontologicamente seus territórios e territorialidades. Todavia, como demonstraremos, o geógrafo suíço não se compromete apenas com o alcance explicativo de uma “teoria social do poder”, mas também com a formalização do estatuto científico da geografia humana, de caráter universalizante, objetivo e sistemático de suas categorias e conceitos. A partir deste “programa de reflexão geográfica”, Raffestin oscila, teoricamente, entre o logicismo representativo do sistema territorial e a preocupação concretas dos conflitos e disputas relacionais, que estão na base imanente da gênese territorial. Neste sentido, à luz da categoria marxiana de trabalho, como uma resposta metodológica e analítica ao conceito foucaultiano de poder, interpretamos a práxis relacional dos atores sintagmáticos e paradigmáticos, os quais, como veremos, são sujeitos sociais subsumidos, idealmente, na “práxis semiótica” da linguística, ou melhor, “atores da linguagem” posicionados medularmente na construção de uma “teoria do território”.In view of the pragmatism witnessed by us around the hasty quotes about Claude Raffestin’s geographical conceptions, particularly those related to the social relations of power and the production of territories, this thesis seeks to develop systematic reflections on the construction of the swiss author’s epistemological project and correspondence material from his “geography of power” in the interpretation of contemporary territorial phenomena. Being a geographer committed to the denaturalization of social power relations and to the analysis of unequal and contradictory processes immanent to the constitution of territories, the goal of this text is to analyze the theorical and methodological elements that structured his relational problematic of the power. As we know, the relation system, in Raffestin, rests on the strategies and “action programs” carried out by the “social actors” in the geographical space, which engender ontologically territories and territorialities, through the labour and the dissimetric projection and appropriation of human praxis. However, as we will demonstrate, the swiss geographer is not only commited to the explanatory scope of a “social theory of power”, but also to the formalization of the scientific status of human geography, of a universalizing, objective and systematic nature of its categories and concepts. From this “geographic reflection program”, Raffestin oscillates, theoretically, between the logicism representative of the territorial system and the concrete concern of conflicts and relational disputes, which are at the base of the territorial genesis. In this sense, in the light of the marxian category of labour, as a methodological and analytical response to the foucaultian concept of power, we interpret the relational praxis of syntagmatic and paradigmatic actors, who, as we will see, are social subjects subsumed, ideally, in the “semiotic praxis” of linguistics, or rather, “actors of language” positioned medullarily in the construction of a “theory of territory”.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 16/02269-5.CAPES: 001.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Souza, José Gilberto de [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Souza, Raquel Fulino de2020-10-02T14:05:44Z2020-10-02T14:05:44Z2020-07-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19364633004137004P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-24T06:08:56Zoai:repositorio.unesp.br:11449/193646Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T15:49:40.325026Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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