Mandonismo e cultura política pós-1985

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Francisco José [UNESP]
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/106280
Resumo: Este trabalho volta-se para a análise do mandonismo no Brasil contemporâneo. Tem como objetivo dar conta das suas formas de reprodução e atualização, portanto, da sua sobrevivência. Para tanto, examina o conteúdo da Cultura Política brasileira no que tange às tradições republicana, liberal e democrática, o tipo de estado federativo que se organizou no Brasil e as condições de existência da accountability horizontal e vertical. O enfoque tem como recorte histórico o período que se inicia no pós-1985, quando são restaurados o regime democrático e o estado de Direito. Toma-se como caso-exemplo o ex-presidente José Sarney, tendo-se em vista que ele obteve, nos últimos 40 anos, destaque tanto no âmbito regional como nacional além de ter participado diretamente de todos os grandes acontecimentos políticos no período abordado. Foi, inclusive, o primeiro presidente civil depois de 1964. A tese parte do suposto de que o mandonismo é um fenômeno que não se restringe ao Nordeste ou a regiões mais pobres, como costuma ser afirmado no Brasil. Está presente também nos centros mais ricos, manifestando-se sob formas mais sofisticadas menos caricaturais. Os mandões das regiões brasileira econômicas e politicamente hegemônicas agem de forma sincronizada em defesa dos seus interesses harmonizados o que lhes confere grande eficiência, não se diferenciando dos demais mandões do Norte e Nordeste quanto à prática de governo privado. Assim como estes buscam controlar a alocação dos recursos e manter influência sobre diversos agentes estatais da accountability horizontal, a fim de garantir vantagens na utilização dos recursos e bens públicos e ficar na impunidade.
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