Mortalidade infantil em município da região Centro-Oeste Paulista, Brasil, 1990 a 1992

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Jaime de O. [UNESP]
Data de Publicação: 1997
Outros Autores: Santo, Augusto H.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101997000400002
http://hdl.handle.net/11449/7133
Resumo: INTRODUÇÃO: A mortalidade infantil em Presidente Prudente, SP (Brasil), foi estudada no período de 1990 a 1992, a partir de aplicação de métodos para obtenção de diagnóstico coletivo que orientassem a identificação e escolha de estratégias de controle de problemas locais. MATERIAL E MÉTODO: Foram utilizadas declarações de óbito colhidas no cartório, cujos dados originais foram corrigidos por meio de pesquisa documental nos serviços de saúde e entrevistas domiciliares. Para estudar variáveis como idade materna e peso ao nascer foram utilizados os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). A qualidade dos dados originais das declarações de óbitos foi inicialmente analisada pela quantidade de informações, sensibilidade, especificidade e valor de Kappa. RESULTADO: A sensibilidade global para a causa básica de óbito foi 78,84% e Kappa igual a 71,32 para o total de causas. Ocorreram 189 óbitos, sendo 66,15% no período neonatal (41,28% durante o primeiro dia de vida) e 33,85% no infantil tardio. O peso ao nascer de 58,28% dos óbitos foi menor que 2.500g. As causas básicas de óbito foram estudadas segundo a possibilidade de serem prevenidas (método desenvolvido por Erica Taucher) por grupos de causas reduzidas utilizadas no International Collaborative Effort (ICE), causas múltiplas e distribuição geográfica. Observou-se que nos óbitos ocorridos até 27 dias, 22,23% poderiam ser evitados por adequada atenção ao parto, 20,64% seriam redutíveis por diagnóstico e tratamento precoce, 13,75% por bom controle da gravidez e apenas 7,94% não evitáveis. Das mortes ocorridas no período infantil tardio, 12,17% foram classificadas como outras preveníveis e 4,23% foram consideradas não evitáveis. Segundo os grupos do ICE, 58,74% faleceram por imaturidade ou asfixias; 19,58% por infecções e, 12,17%, por anomalias congênitas. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem prioridade para assistência obstétrica no trabalho de parto e atenção pediátrica por baixo peso ao nascer, entre outras. A análise por causas múltiplas mostra que 76,05% dos óbitos têm as causas básicas relacionadas a causas perinatais e confirma a relação entre as deficiências de peso e as complicações respiratórias do recém-nascido. As complicações maternas também relacionaram-se com o baixo peso. Identificaram-se grandes diferenças no coeficiente de mortalidade infantil entre as áreas da zona urbana não somente restritas aos valores, como também ao tipo de doenças responsáveis pela ocorrência do óbito. Conclui-se haver vantagem no uso associado das quatro técnicas que são complementares, tanto para estudo, como para planejamento de ações dirigidas à prevenção da mortalidade infantil.
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A qualidade dos dados originais das declarações de óbitos foi inicialmente analisada pela quantidade de informações, sensibilidade, especificidade e valor de Kappa. RESULTADO: A sensibilidade global para a causa básica de óbito foi 78,84% e Kappa igual a 71,32 para o total de causas. Ocorreram 189 óbitos, sendo 66,15% no período neonatal (41,28% durante o primeiro dia de vida) e 33,85% no infantil tardio. O peso ao nascer de 58,28% dos óbitos foi menor que 2.500g. As causas básicas de óbito foram estudadas segundo a possibilidade de serem prevenidas (método desenvolvido por Erica Taucher) por grupos de causas reduzidas utilizadas no International Collaborative Effort (ICE), causas múltiplas e distribuição geográfica. Observou-se que nos óbitos ocorridos até 27 dias, 22,23% poderiam ser evitados por adequada atenção ao parto, 20,64% seriam redutíveis por diagnóstico e tratamento precoce, 13,75% por bom controle da gravidez e apenas 7,94% não evitáveis. Das mortes ocorridas no período infantil tardio, 12,17% foram classificadas como outras preveníveis e 4,23% foram consideradas não evitáveis. Segundo os grupos do ICE, 58,74% faleceram por imaturidade ou asfixias; 19,58% por infecções e, 12,17%, por anomalias congênitas. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem prioridade para assistência obstétrica no trabalho de parto e atenção pediátrica por baixo peso ao nascer, entre outras. A análise por causas múltiplas mostra que 76,05% dos óbitos têm as causas básicas relacionadas a causas perinatais e confirma a relação entre as deficiências de peso e as complicações respiratórias do recém-nascido. As complicações maternas também relacionaram-se com o baixo peso. Identificaram-se grandes diferenças no coeficiente de mortalidade infantil entre as áreas da zona urbana não somente restritas aos valores, como também ao tipo de doenças responsáveis pela ocorrência do óbito. Conclui-se haver vantagem no uso associado das quatro técnicas que são complementares, tanto para estudo, como para planejamento de ações dirigidas à prevenção da mortalidade infantil.INTRODUCTION: Infant mortality was studied in an urban area of Southeastern Brazil in the period from 1990 to 1992 using data from death certificates collected at the registry office, by the application of methods for obtaining a collective diagnosis which will assist in the identification and choice of strategies for the control of local problems. MATERIAL and METHOD: The original data were corrected using documental research into health services and household interviews. Data of the Live Birth Information System (SINASC) was used to study variables such as maternal age and birthweight. The quality of original death certificates was initially analyzed using the amount of information, sensitivity, specificity and Kappa value. RESULTS: The global sensitivity for the underlying cause was 78.84% and Kappa 71.32% for the total of causes. One hundred and eighty-nine deaths occurred, 66.15% of them in the neonatal period, (41.28% during the first day of life) and 33.85% in late childhood. The birthweight of 58.28% of deaths was less than 2,500g. The underlying causes of death were studied the by possibility, of their avoidance (a method developed by Erica Taucher), by a reduced group of causes (utilized in International Collaborative Effort (ICE)), multiple causes statistics and geographical distribution. It was observed that in the deaths occurring up to 27 days, 22.23% could have been avoided by adequate care during labour, and 20.64% could have been avoided by early diagnosis and early treatment, 13.75% by good pregnancy care and only 7.94% were unavoidable. of the deaths occurring in late childhood, 12.17% were classified as of avoidable causes and 4.23% were considered as unavoidable. Using ICE groups, 58.74% died of immaturity or asphyxia, 19.58 of infection and 12.17% from congenital abnormalities. CONCLUSIONS: The results suggest that priority be given to obstetrical care at delivery and during labour and to the pediatric care of low birth weight, among others. The analysis using multiple causes statistics shows that 76.05% of the deaths have underlying causes related to neonatal disorders and confirms the relationship with the weight deficiencies of the newborn. The maternal complications were also related to weight deficiencies. Great differences were identified in infant mortality rates in urban zones not only restricted to the value of the rates but also to the diseases responsible for the occurrence of deaths. We therefore conclude that there is an advantage to be gained in using the four methods, which are complementary, for studying or planning actions with a view to prevent infant mortality.Universidade Estadual PaulistaUniversidade de São PauloUniversidade Estadual PaulistaUniversidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde PúblicaUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade de São Paulo (USP)Gomes, Jaime de O. [UNESP]Santo, Augusto H.2014-05-20T13:23:35Z2014-05-20T13:23:35Z1997-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article330-341application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101997000400002Revista de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, v. 31, n. 4, p. 330-341, 1997.0034-8910http://hdl.handle.net/11449/713310.1590/S0034-89101997000400002S0034-89101997000400002S0034-89101997000400002.pdfSciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista de Saúde Pública1.9110,807info:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-05T06:21:43Zoai:repositorio.unesp.br:11449/7133Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T22:09:27.370787Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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