Síndrome de Down: influências na interação mãe-bebê
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/151315 |
Resumo: | A literatura aponta que uma interação satisfatória entre mãe e filho pode ser considerada um preditor do bom desenvolvimento infantil, pois, pode atenuar os efeitos dos fatores de risco. A chegada de um bebê que apresente algum tipo de deficiência, pode se configurar em um momento de tensão para essa mãe, pois requer adaptações e apresenta desafios ainda mais intensos. Dentre as inúmeras condições que podem afetar a infância, a Síndrome de Down (SD) destaca-se por provocar alterações globais no desenvolvimento e ter uma alta incidência na população mundial e nacional. O presente trabalho objetivou descrever, comparar e correlacionar os comportamentos interativos e não-interativos infantis e maternos, considerando os grupos de mães e bebê com e sem SD, com base em grandes categorias e subcategorias comportamentais. Participaram do estudo, 50 díades mãe-bebê com idade entre quatro e seis meses, divididas em dois grupos: 25 mães e seus bebês com SD e 25 mães e seus bebês sem SD. Foi utilizado um Instrumento para Coleta de Informações Sociodemográficas (ICIS) elaborado para este estudo e para análise da interação mãe-bebê foi utilizado o Sistema de Codificação da Interação Mãe-Criança Revisado (CITMI-R), versão brasileira, adaptado de Alvarenga e Cerezzo (2013). O instrumento prevê categorias gerais, referentes aos comportamentos infantis (interativos: Aproximação Social Positiva, Negativa e Neutra e, nãointerativos: Jogo, Regulação, Choro ou Protesto, Apatia e Movimentos de Protesto) e, referentes ao comportamento materno (interativos: Sensível Positivo, Negativo e Neutro e, nãointerativos: Protetivo e não responsivo). Os resultados apontaram que embora o grupo de mães de bebês sem SD tenha apresentado maior variabilidade comportamental, os grupos não apresentaram diferenças qualitativas significativas nos comportamentos analisados. Em relação aos comportamentos infantis, ainda que tenham sido observadas diferenças, elas não foram estatisticamente significativas entre os grupos. Considerando os comportamentos maternos, as diferenças estatísticas demostraram que as mães do G1 são mais Sensíveis Positivas (utilizaram mais sorrisos, vocalizações com conteúdo positivo e brinquedos), enquanto as mães do G2 são mais Sensíveis Neutras e Negativas (utilizaram mais vocalizações com conteúdo neutro, interromperam mais o fluxo de atividade de seus filhos com toques bruscos e olharam mais para outros locais da sala). Verificou-se ainda que o comportamento positivo emitido por um dos integrantes da díade criou condições favoráveis para que o outro integrante apresentasse comportamentos dessa mesma ordem. Concluiu-se que a similaridade dos comportamentos infantis apresentados pelos grupos possa ter ocorrido em função da adaptação materna frente as dificuldades dos bebês com SD, visto que, na presente amostra, todas as mães contavam com uma rede de apoio ofertada pelas instituições nas quais seus filhos eram assistidos. Diante disso, as limitações do presente estudo estiveram se referem a faixa etária específica dos bebês que compuseram a amostra (quatro a seis meses) e a atenção especializada dirigida às mães de bebês com SD. Por fim, é reconhecida a necessidade de novos estudos, especialmente longitudinais, com a ampliação da amostra e que considerem variáveis como: contato visual, sorriso, saúde mental materna e rede de apoio. |
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O presente trabalho objetivou descrever, comparar e correlacionar os comportamentos interativos e não-interativos infantis e maternos, considerando os grupos de mães e bebê com e sem SD, com base em grandes categorias e subcategorias comportamentais. Participaram do estudo, 50 díades mãe-bebê com idade entre quatro e seis meses, divididas em dois grupos: 25 mães e seus bebês com SD e 25 mães e seus bebês sem SD. Foi utilizado um Instrumento para Coleta de Informações Sociodemográficas (ICIS) elaborado para este estudo e para análise da interação mãe-bebê foi utilizado o Sistema de Codificação da Interação Mãe-Criança Revisado (CITMI-R), versão brasileira, adaptado de Alvarenga e Cerezzo (2013). O instrumento prevê categorias gerais, referentes aos comportamentos infantis (interativos: Aproximação Social Positiva, Negativa e Neutra e, nãointerativos: Jogo, Regulação, Choro ou Protesto, Apatia e Movimentos de Protesto) e, referentes ao comportamento materno (interativos: Sensível Positivo, Negativo e Neutro e, nãointerativos: Protetivo e não responsivo). Os resultados apontaram que embora o grupo de mães de bebês sem SD tenha apresentado maior variabilidade comportamental, os grupos não apresentaram diferenças qualitativas significativas nos comportamentos analisados. Em relação aos comportamentos infantis, ainda que tenham sido observadas diferenças, elas não foram estatisticamente significativas entre os grupos. Considerando os comportamentos maternos, as diferenças estatísticas demostraram que as mães do G1 são mais Sensíveis Positivas (utilizaram mais sorrisos, vocalizações com conteúdo positivo e brinquedos), enquanto as mães do G2 são mais Sensíveis Neutras e Negativas (utilizaram mais vocalizações com conteúdo neutro, interromperam mais o fluxo de atividade de seus filhos com toques bruscos e olharam mais para outros locais da sala). Verificou-se ainda que o comportamento positivo emitido por um dos integrantes da díade criou condições favoráveis para que o outro integrante apresentasse comportamentos dessa mesma ordem. Concluiu-se que a similaridade dos comportamentos infantis apresentados pelos grupos possa ter ocorrido em função da adaptação materna frente as dificuldades dos bebês com SD, visto que, na presente amostra, todas as mães contavam com uma rede de apoio ofertada pelas instituições nas quais seus filhos eram assistidos. Diante disso, as limitações do presente estudo estiveram se referem a faixa etária específica dos bebês que compuseram a amostra (quatro a seis meses) e a atenção especializada dirigida às mães de bebês com SD. Por fim, é reconhecida a necessidade de novos estudos, especialmente longitudinais, com a ampliação da amostra e que considerem variáveis como: contato visual, sorriso, saúde mental materna e rede de apoio.The literature indicates that a satisfactory interaction between mother and child can be considered a predictor of child development and may attenuate the risk factors. The arrival of a baby that presents some type of disability, can be configured in a moment of tension for this mother, because it requires adaptations and presents even more intense challenges. Among the many conditions that can affect childhood, Down Syndrome (DS) stands out because it causes global changes in development and presents a high incidence in the world and national population. The present work aimed to describe, compare and correlate the interactive and noninteractive infant and maternal behaviors, considering the groups of mothers and babies with and without SD, based on behavioral categories and subcategories. Participated in the study, 50 mothers and their infants between four and six months of age, divided into two groups: 25 mothers and their babies with SD and 25 mothers and their babies without SD. An Instrument for Collecting Sociodemographic Information (ICIS), prepared for this study was used and for the analysis of the interaction, Early Mother-Child Interaction Coding System (CITMI-R), Brazilian version, adapted from Alvarenga and Cerezzo (2013). The instrument provides for general categories related to children's behaviors (interactive: Positive Social Approach, Negative and Neutral and noninteractive: Game, Regulation, Cry or Protest, Apathy and Protest Movements) and, referring to maternal behavior (interactive: Sensitive Positive, Negative and Neutral and non-interactive: Protective and non-responsive). The results showed that although the group of mothers of infants without SD had higher behavioral variability, the groups did not show marked qualitative differences in the behaviors analyzed. Regarding children's behaviors, although differences were observed, they were not statistically significant between the groups. Concerning maternal behaviors, statistical differences showed that G1 mothers are more Sensitive Positives (they used more smiles, positive containing vocalizations and toys), while G2 mothers are more Neutral and Negative Sensitive (they used more neutral vocalizations, they interrupted more the activity flow of their children with abrupt touches and looked more to other places in the room). It was also verified that positive behaviors emitted by one of the members of the dyad created favorable conditions for the other member to present behaviors of the same order. It was concluded that the similarity of the children's behaviors presented by the groups may have occurred due to the maternal adaptation to the difficulties of the infants with DS, since in the present sample all mothers had a support network offered by the institutions in which their children were assisted. Therefore, the limitations of the present study were related to the specific age range of the babies composing the sample (four to six months) and the specialized attention directed to the mothers of infants with DS. Finally, the need for further studies, especially longitudinal ones, with the widening of the sample and considering variables such as: eye contact, smile, maternal mental health and support network is recognized.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 2015/11205-8Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rodrigues, Olga Maria Piazentin Rolim [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Silva Ferreira, Tahena2017-08-15T19:42:36Z2017-08-15T19:42:36Z2017-07-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15131500089040933004056085P081496505938770420000-0002-5332-256Xporinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-01T06:10:26Zoai:repositorio.unesp.br:11449/151315Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:36:39.530284Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A literatura aponta que uma interação satisfatória entre mãe e filho pode ser considerada um preditor do bom desenvolvimento infantil, pois, pode atenuar os efeitos dos fatores de risco. A chegada de um bebê que apresente algum tipo de deficiência, pode se configurar em um momento de tensão para essa mãe, pois requer adaptações e apresenta desafios ainda mais intensos. Dentre as inúmeras condições que podem afetar a infância, a Síndrome de Down (SD) destaca-se por provocar alterações globais no desenvolvimento e ter uma alta incidência na população mundial e nacional. O presente trabalho objetivou descrever, comparar e correlacionar os comportamentos interativos e não-interativos infantis e maternos, considerando os grupos de mães e bebê com e sem SD, com base em grandes categorias e subcategorias comportamentais. Participaram do estudo, 50 díades mãe-bebê com idade entre quatro e seis meses, divididas em dois grupos: 25 mães e seus bebês com SD e 25 mães e seus bebês sem SD. Foi utilizado um Instrumento para Coleta de Informações Sociodemográficas (ICIS) elaborado para este estudo e para análise da interação mãe-bebê foi utilizado o Sistema de Codificação da Interação Mãe-Criança Revisado (CITMI-R), versão brasileira, adaptado de Alvarenga e Cerezzo (2013). O instrumento prevê categorias gerais, referentes aos comportamentos infantis (interativos: Aproximação Social Positiva, Negativa e Neutra e, nãointerativos: Jogo, Regulação, Choro ou Protesto, Apatia e Movimentos de Protesto) e, referentes ao comportamento materno (interativos: Sensível Positivo, Negativo e Neutro e, nãointerativos: Protetivo e não responsivo). Os resultados apontaram que embora o grupo de mães de bebês sem SD tenha apresentado maior variabilidade comportamental, os grupos não apresentaram diferenças qualitativas significativas nos comportamentos analisados. Em relação aos comportamentos infantis, ainda que tenham sido observadas diferenças, elas não foram estatisticamente significativas entre os grupos. Considerando os comportamentos maternos, as diferenças estatísticas demostraram que as mães do G1 são mais Sensíveis Positivas (utilizaram mais sorrisos, vocalizações com conteúdo positivo e brinquedos), enquanto as mães do G2 são mais Sensíveis Neutras e Negativas (utilizaram mais vocalizações com conteúdo neutro, interromperam mais o fluxo de atividade de seus filhos com toques bruscos e olharam mais para outros locais da sala). Verificou-se ainda que o comportamento positivo emitido por um dos integrantes da díade criou condições favoráveis para que o outro integrante apresentasse comportamentos dessa mesma ordem. Concluiu-se que a similaridade dos comportamentos infantis apresentados pelos grupos possa ter ocorrido em função da adaptação materna frente as dificuldades dos bebês com SD, visto que, na presente amostra, todas as mães contavam com uma rede de apoio ofertada pelas instituições nas quais seus filhos eram assistidos. Diante disso, as limitações do presente estudo estiveram se referem a faixa etária específica dos bebês que compuseram a amostra (quatro a seis meses) e a atenção especializada dirigida às mães de bebês com SD. Por fim, é reconhecida a necessidade de novos estudos, especialmente longitudinais, com a ampliação da amostra e que considerem variáveis como: contato visual, sorriso, saúde mental materna e rede de apoio. |
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