Estigma em portadores de HIV/AIDS e tuberculose: revisão sistemática da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aiéllo, Thamiris Henriquez
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252666
Resumo: O estigma é um processo caracterizado pela desvalorização social de um indivíduo em um determinado contexto. Os indivíduos estigmatizados são vistos pela sociedade de forma negativa devido a atributos ou comportamentos que possuem, como crenças, identidade sexual, raça, gênero, condição de saúde, entre outras situações que são potencialmente discriminatórias socialmente. Devido à falta de conhecimento e informações imprecisas, o estigma é uma das ameaças mais significativas à saúde e o bem-estar desses indivíduos. Deste modo, o objetivo do trabalho foi abordar dois potenciais condutores de estigmatização, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)/ síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e a tuberculose (TB), que demonstram a necessidade de compreender melhor o estigma relacionado a eles e a dimensão do seu impacto na vida dos indivíduos estigmatizados. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura, buscando a partir das bases de dados eletrônicas PubMed e SciELO publicações dos últimos dez anos sobre o tema. A coleta de dados iniciou com os descritores “stigma HIV”, “stigma SIDA”, “stigma tuberculosis” e “stigma HIV tuberculosis”, seguida de uma filtragem nas publicações com o descritor “treatment”. Foram selecionadas 39 publicações elegíveis que contemplaram os seguintes critérios de inclusão: a) artigos originais e revisões; b) nos idiomas inglês e português; c) publicados entre os anos de 2013 a 2023; d) abordando o estigma em pessoas vivendo com HIV/AIDS e tuberculose, de forma isolada ou combinada. Após a triagem dos selecionados, foi elaborado um quadro padronizado com informações relevantes sobre cada estudo. A análise dos dados consistiu na leitura íntegra dos artigos, avaliando minuciosamente a proposta de cada artigo. Um dos principais pontos observados, foi a significativa desigualdade de percepção do estigma entre homens e mulheres, em decorrência do conservadorismo ainda presente na sociedade, as mulheres continuam a carregar uma carga desproporcional do estigma. O apoio dos familiares e o acolhimento por parte dos profissionais de saúde demonstraram ser fundamentais para os pacientes, os encorajam a seguir o tratamento e enfrentar as dificuldades da sua condição de saúde. Há um consenso sobre a necessidade de aplicar medidas educativas para a comunidade, o esclarecimento sobre as formas de contágio e prevenção é fundamental para a redução do estigma em torno das infecções. Observou-se que a aplicação de intervenções combinadas, que abrangem mais de um mecanismo, como por exemplo a junção de grupos de apoio e ações educativas, apresentam resultados mais promissores. Esta revisão narrativa da literatura confirma a necessidade de mais estudos que explorem as estratégias de combate ao estigma, que visem testar as intervenções e que avaliem o resultado da sua aplicação. Além disso, para uma estratégia bem-sucedida é necessário considerar os fatores históricos e culturais do estigma, o conhecimento sobre as infecções varia dependendo do contexto social da população.
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Deste modo, o objetivo do trabalho foi abordar dois potenciais condutores de estigmatização, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)/ síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e a tuberculose (TB), que demonstram a necessidade de compreender melhor o estigma relacionado a eles e a dimensão do seu impacto na vida dos indivíduos estigmatizados. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura, buscando a partir das bases de dados eletrônicas PubMed e SciELO publicações dos últimos dez anos sobre o tema. A coleta de dados iniciou com os descritores “stigma HIV”, “stigma SIDA”, “stigma tuberculosis” e “stigma HIV tuberculosis”, seguida de uma filtragem nas publicações com o descritor “treatment”. Foram selecionadas 39 publicações elegíveis que contemplaram os seguintes critérios de inclusão: a) artigos originais e revisões; b) nos idiomas inglês e português; c) publicados entre os anos de 2013 a 2023; d) abordando o estigma em pessoas vivendo com HIV/AIDS e tuberculose, de forma isolada ou combinada. Após a triagem dos selecionados, foi elaborado um quadro padronizado com informações relevantes sobre cada estudo. A análise dos dados consistiu na leitura íntegra dos artigos, avaliando minuciosamente a proposta de cada artigo. Um dos principais pontos observados, foi a significativa desigualdade de percepção do estigma entre homens e mulheres, em decorrência do conservadorismo ainda presente na sociedade, as mulheres continuam a carregar uma carga desproporcional do estigma. O apoio dos familiares e o acolhimento por parte dos profissionais de saúde demonstraram ser fundamentais para os pacientes, os encorajam a seguir o tratamento e enfrentar as dificuldades da sua condição de saúde. Há um consenso sobre a necessidade de aplicar medidas educativas para a comunidade, o esclarecimento sobre as formas de contágio e prevenção é fundamental para a redução do estigma em torno das infecções. Observou-se que a aplicação de intervenções combinadas, que abrangem mais de um mecanismo, como por exemplo a junção de grupos de apoio e ações educativas, apresentam resultados mais promissores. Esta revisão narrativa da literatura confirma a necessidade de mais estudos que explorem as estratégias de combate ao estigma, que visem testar as intervenções e que avaliem o resultado da sua aplicação. Além disso, para uma estratégia bem-sucedida é necessário considerar os fatores históricos e culturais do estigma, o conhecimento sobre as infecções varia dependendo do contexto social da população.Stigma is a process characterized by the social devaluation of an individual in a given context. Stigmatized individuals are viewed negatively by society due to attributes or behaviors they possess, such as beliefs, sexual identity, race, gender, health condition, among other situations that are potentially socially discriminatory. Due to a lack of knowledge and inaccurate information, stigma is one of the most significant threats to the health and well-being of these individuals. Thus, the objective of the work was to address two potential drivers of stigmatization, the human immunodeficiency virus (HIV)/acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) and tuberculosis (TB), which demonstrate the need to better understand the stigma related to them and the extent of its impact on the lives of stigmatized individuals. To this end, a review of the literature was carried out, searching the electronic databases PubMed and SciELO for publications on the topic from the last ten years. Data collection began with the descriptors “stigma HIV”, “stigma SIDA”, “stigma tuberculosis” and “stigma HIV tuberculosis”, followed by filtering publications with the descriptor “treatment”. Thirty-nine eligible publications were selected that met the following inclusion criteria: a) original articles and reviews; b) in English and Portuguese; c) published between 2013 and 2023; d) addressing stigma in people with HIV/AIDS and tuberculosis, alone or in combination. After screening those selected, a standardized table was created with relevant information about each study. Data analysis consisted of reading the articles in full, thoroughly evaluating the proposal of each article. One of the main points observed was the significant inequality in the perception of stigma between men and women, because of the conservatism still present in society, women continue to bear a disproportionate burden of stigma. Support from family members and welcoming from health professionals have proven to be fundamental for patients, encouraging them to follow treatment and face the difficulties of their health condition. There is a consensus on the need to apply educational measures to the community, clarifying the forms of contagion and prevention is fundamental to reducing the stigma surrounding infections. It was observed that the application of combined interventions, which cover more than one mechanism, such as the combination of support groups and educational actions, presents more promising results. This narrative review of the literature confirms the need for more studies that explore strategies to combat stigma, that aim to test interventions and that evaluate the results of their application. Furthermore, for a successful strategy it is necessary to consider the historical and cultural factors of stigma, knowledge about infections varies depending on the social context of the population.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Santos, Jean Leandro dos [UNESP]Aiéllo, Thamiris Henriquez2024-01-12T12:26:01Z2024-01-12T12:26:01Z2023-12-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfAIÉLLO, Thamiris Henriquez. Estigma em portadores de HIV/AIDS e tuberculose: Revisão sistemática da literatura. Orientador: Jean Leandro dos Santos. 2024. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Araraquara/SP, 2023.https://hdl.handle.net/11449/252666porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-13T06:02:08Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252666Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T14:18:51.485779Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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