O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Carla Cristiane da [UNESP]
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP], Teixeira, Altamir dos Santos [UNESP], Marques, Inara
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922004000600009
http://hdl.handle.net/11449/11888
Resumo: A sociedade atual tem valorizado de forma significativa a aparência alta e esbelta. Essa constituição física tem sido reforçada desde a infância e atinge a população adolescente, que deseja enquadrar-se nos estereótipos, particularmente aqueles veiculados pela mídia. Nesse sentido, profissionais de saúde são questionados rotineiramente sobre os efeitos positivos que o exercício físico exerce sobre o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes. Procurou-se revisar a literatura especializada a respeito dos principais efeitos que o exercício físico exerceria sobre a secreção e atuação do hormônio de crescimento (GH) nos diversos tecidos corporais, durante a infância e adolescência. Através dessa revisão, foi possível verificar que o exercício físico induz a estimulação do eixo GH/IGF-1. Embora muito se especule quanto ao crescimento ósseo ser potencializado pela prática de exercícios físicos, não foram encontrados na literatura científica específica estudos bem desenvolvidos que forneçam sustentação a essa afirmação. No tocante aos efeitos adversos advindos do treinamento físico durante a infância e adolescência, aparentemente, esses foram independentes do tipo de esporte praticado, porém resultantes da intensidade do treinamento. A alta intensidade do treinamento parece ocasionar uma modulação metabólica importante, com a elevação de marcadores inflamatórios e a supressão do eixo GH/IGF-1. Entretanto, é importante ressaltar que a própria seleção esportiva, em algumas modalidades, recruta crianças e/ou adolescentes com perfis de menor estatura, como estratégia para obtenção de melhores resultados, em função da facilidade mecânica dos movimentos. Através dessa revisão, fica evidente a necessidade de realização de estudos longitudinais, nos quais os sujeitos sejam acompanhados antes, durante e após sua inserção nas atividades esportivas, com determinação do volume e da intensidade dos treinamentos, para que conclusões definitivas relativas aos efeitos sobre a estatura final possam ser emanadas.
id UNSP_f8955d2b5c90e77875e55eb1869da95b
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/11888
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?El ejercicio potencializa o compromete el crecimiento longitudinal de los niños y los adolescentes ¿Mito o verdad?Does physical exercise increase or compromise children's and adolescent's linear growth? Is it a myth or truth?Crescimento físicoExercício físicoCriançasAdolescentesCrecimento físicoEjercicio físicoNiñosAdolescentesPhysical growthPhysical exerciseChildrenAdolescentsA sociedade atual tem valorizado de forma significativa a aparência alta e esbelta. Essa constituição física tem sido reforçada desde a infância e atinge a população adolescente, que deseja enquadrar-se nos estereótipos, particularmente aqueles veiculados pela mídia. Nesse sentido, profissionais de saúde são questionados rotineiramente sobre os efeitos positivos que o exercício físico exerce sobre o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes. Procurou-se revisar a literatura especializada a respeito dos principais efeitos que o exercício físico exerceria sobre a secreção e atuação do hormônio de crescimento (GH) nos diversos tecidos corporais, durante a infância e adolescência. Através dessa revisão, foi possível verificar que o exercício físico induz a estimulação do eixo GH/IGF-1. Embora muito se especule quanto ao crescimento ósseo ser potencializado pela prática de exercícios físicos, não foram encontrados na literatura científica específica estudos bem desenvolvidos que forneçam sustentação a essa afirmação. No tocante aos efeitos adversos advindos do treinamento físico durante a infância e adolescência, aparentemente, esses foram independentes do tipo de esporte praticado, porém resultantes da intensidade do treinamento. A alta intensidade do treinamento parece ocasionar uma modulação metabólica importante, com a elevação de marcadores inflamatórios e a supressão do eixo GH/IGF-1. Entretanto, é importante ressaltar que a própria seleção esportiva, em algumas modalidades, recruta crianças e/ou adolescentes com perfis de menor estatura, como estratégia para obtenção de melhores resultados, em função da facilidade mecânica dos movimentos. Através dessa revisão, fica evidente a necessidade de realização de estudos longitudinais, nos quais os sujeitos sejam acompanhados antes, durante e após sua inserção nas atividades esportivas, com determinação do volume e da intensidade dos treinamentos, para que conclusões definitivas relativas aos efeitos sobre a estatura final possam ser emanadas.La sociedad actual tiene valorado significativamente la apariencia alta y esbelta. Esta constitución física ha sido reforzada desde la infancia e involucra a la población adolescente que desea encuandrar en estos estereotipos, particularmente en aquellos vínculados a la Media. En este sentido, los profesionales de la salud son continuamente consultados sobre los efectos positivos que el ejercicio físico ejerce sobre el crecimiento longitudinal de los niños y de los adolescentes. Se procura así revisar la literatura respectos a los dos principales efectos que el ejercicio físico ejercería sobre la secreción y la actuación de la hormona de crecimiento (GH) en los diversos tejidos corporales durante la infancia y la adolescencia. A traves de esta revision fue posible verificar que el ejercicio fisico induce una estimulación del eje GH/IGF-1. Ahora bien, lo mucho se especula en cuanto al crecimiento óseo pueda ser potencializado por la práctica de ejercicios físicos no ha sido encontrado en la literatura cientifica especifica estudios bien desarrollados que fortalezcan esta presunción y la afirmen. No obstante a los efectos adversos resultantes del entrenamiento físico durante la infancia y la adolescencia aparentemente este fue independiente del tipo de deporte practicado, y pueden resultar de la intensidad del entrenamiento. Una alta intensidad de entrenamiento parece ocasionar una modulación metabólica importante, como es la elevación de los marcadores inflamatorios y la supresión del eje GH/IGF-1. Entretanto, es importante resaltar que la propia seleción deportiva, en algunas modalidades, recluta niños y/o adolescentes con perfiles de menor estatura, como estrategia para la obtención de mejores resultados, en función de la facilidad mecánica de los movimientos. A través de esta revisión, queda evidente la necesidad de la realización de estudios longitudinales, donde los sujetos sean acompañados antes, durante y después de su inserción en las actividades deportivas, con determinación del volumen y de la intensidad de los entrenamientos, para que las conclusiones definitivas relativas a los efectos sobre la estatura final, puedan ser definidas.Modern society has given a lot of value to being slim and tall. This physical structure has been reinforced since childhood and has been affecting the adolescents desire to fit in this stereotype, especially the ones shown in the media. Because of this, health professionals are frequently questioned about the positive effects that physical exercises perform on children and adolescent's linear growth. Through the specialized literature, this article intended to illustrate the main effects that physical exercise would perform on the secretion of growth hormone (GH) in the several body tissues during childhood and adolescence. Through this reviewing, it was possible to verify that physical exercises induce the stimulation of the GH/IGF-1 axis. Although much is speculated with regard to physical exercise and bone growth, no well-developed studies were found in the specific scientific literature to corroborate this statement. The adverse physical practicing effects during childhood and adolescence, apparently, were independent of the type of the exercise practice, but else a result of the intensity. The high training intensity seems to cause an important metabolic modulation with raise of the inflammatory markers and the suppression of the GH/IGF-1 axis. However, it is important to emphasize that the sportive modality itself selects children and/or adolescents with lower stature as strategy for the attainment of better results in function of the mechanical facility of movements. Through this research, the performance of linear studies is evident, where individuals are followed before, during, and after exercise, with the determination of the training volume and intensity in order to reach definitive conclusions with regard to the effects on the final stature.Unesp Faculdade de Medicina de BotucatuUnesp Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de PediatriaUnesp Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por ImagemUniversidade Estadual de Londrina (UEL) Departamento de Fundamentos da Educação FísicaUnesp Faculdade de Medicina de BotucatuUnesp Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de PediatriaUnesp Faculdade de Medicina de Botucatu Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por ImagemSociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do EsporteUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Universidade Estadual de Londrina (UEL)Silva, Carla Cristiane da [UNESP]Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP]Teixeira, Altamir dos Santos [UNESP]Marques, Inara2014-05-20T13:34:38Z2014-05-20T13:34:38Z2004-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article520-524application/pdfhttp://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922004000600009Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 10, n. 6, p. 520-524, 2004.1517-8692http://hdl.handle.net/11449/1188810.1590/S1517-86922004000600009S1517-869220040006000092-s2.0-14944372436S1517-86922004000600009.pdf72148348592603970000-0001-7017-766XSciELOreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporRevista Brasileira de Medicina do Esporte0.2700,185info:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-25T06:33:45Zoai:repositorio.unesp.br:11449/11888Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-25T06:33:45Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
El ejercicio potencializa o compromete el crecimiento longitudinal de los niños y los adolescentes ¿Mito o verdad?
Does physical exercise increase or compromise children's and adolescent's linear growth? Is it a myth or truth?
title O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
spellingShingle O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
Silva, Carla Cristiane da [UNESP]
Crescimento físico
Exercício físico
Crianças
Adolescentes
Crecimento físico
Ejercicio físico
Niños
Adolescentes
Physical growth
Physical exercise
Children
Adolescents
title_short O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
title_full O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
title_fullStr O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
title_full_unstemmed O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
title_sort O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?
author Silva, Carla Cristiane da [UNESP]
author_facet Silva, Carla Cristiane da [UNESP]
Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP]
Teixeira, Altamir dos Santos [UNESP]
Marques, Inara
author_role author
author2 Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP]
Teixeira, Altamir dos Santos [UNESP]
Marques, Inara
author2_role author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Carla Cristiane da [UNESP]
Goldberg, Tamara Beres Lederer [UNESP]
Teixeira, Altamir dos Santos [UNESP]
Marques, Inara
dc.subject.por.fl_str_mv Crescimento físico
Exercício físico
Crianças
Adolescentes
Crecimento físico
Ejercicio físico
Niños
Adolescentes
Physical growth
Physical exercise
Children
Adolescents
topic Crescimento físico
Exercício físico
Crianças
Adolescentes
Crecimento físico
Ejercicio físico
Niños
Adolescentes
Physical growth
Physical exercise
Children
Adolescents
description A sociedade atual tem valorizado de forma significativa a aparência alta e esbelta. Essa constituição física tem sido reforçada desde a infância e atinge a população adolescente, que deseja enquadrar-se nos estereótipos, particularmente aqueles veiculados pela mídia. Nesse sentido, profissionais de saúde são questionados rotineiramente sobre os efeitos positivos que o exercício físico exerce sobre o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes. Procurou-se revisar a literatura especializada a respeito dos principais efeitos que o exercício físico exerceria sobre a secreção e atuação do hormônio de crescimento (GH) nos diversos tecidos corporais, durante a infância e adolescência. Através dessa revisão, foi possível verificar que o exercício físico induz a estimulação do eixo GH/IGF-1. Embora muito se especule quanto ao crescimento ósseo ser potencializado pela prática de exercícios físicos, não foram encontrados na literatura científica específica estudos bem desenvolvidos que forneçam sustentação a essa afirmação. No tocante aos efeitos adversos advindos do treinamento físico durante a infância e adolescência, aparentemente, esses foram independentes do tipo de esporte praticado, porém resultantes da intensidade do treinamento. A alta intensidade do treinamento parece ocasionar uma modulação metabólica importante, com a elevação de marcadores inflamatórios e a supressão do eixo GH/IGF-1. Entretanto, é importante ressaltar que a própria seleção esportiva, em algumas modalidades, recruta crianças e/ou adolescentes com perfis de menor estatura, como estratégia para obtenção de melhores resultados, em função da facilidade mecânica dos movimentos. Através dessa revisão, fica evidente a necessidade de realização de estudos longitudinais, nos quais os sujeitos sejam acompanhados antes, durante e após sua inserção nas atividades esportivas, com determinação do volume e da intensidade dos treinamentos, para que conclusões definitivas relativas aos efeitos sobre a estatura final possam ser emanadas.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-12-01
2014-05-20T13:34:38Z
2014-05-20T13:34:38Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922004000600009
Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 10, n. 6, p. 520-524, 2004.
1517-8692
http://hdl.handle.net/11449/11888
10.1590/S1517-86922004000600009
S1517-86922004000600009
2-s2.0-14944372436
S1517-86922004000600009.pdf
7214834859260397
0000-0001-7017-766X
url http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922004000600009
http://hdl.handle.net/11449/11888
identifier_str_mv Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, v. 10, n. 6, p. 520-524, 2004.
1517-8692
10.1590/S1517-86922004000600009
S1517-86922004000600009
2-s2.0-14944372436
S1517-86922004000600009.pdf
7214834859260397
0000-0001-7017-766X
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Medicina do Esporte
0.270
0,185
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 520-524
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte
dc.source.none.fl_str_mv SciELO
reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803047445017395200