Impacto de diferentes sistemas alimentares na peripuberdade sobre a anatomo-fisiologia reprodutiva de borregas

• Autor(a) principal: Soriano, Gabriela Azenha Milani
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNOESTE
• Texto Completo: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1400
• topic: Nutrição. Reprodução. Puberdade. Corpo lúteo. Ovinos.; Nutrition. Reproduction. Puberty. Corpus luteum. Sheep.; CIENCIAS AGRARIAS::MEDICINA VETERINARIA

O início da puberdade e a manutenção da função reprodutiva são fisiologicamente dependentes da nutrição. Em razão disso, hipotetizamos que variações nutricionais podem influenciar o metabolismo e a habilidade de borregas na peripuberdade a se reproduzir. Assim, objetivou-se investigar a influência do manejo nutricional na peri-puberdade (subalimentação e superalimentação) na anatomo-fisiologia do sistema reprodutivo de borregas. As informações deste estudo estão apresentadas nas for-mas de revisão de literatura para produção de um eBook e um artigo científico. A busca literária, para confecção do eBook, foi realizada nas bases de dados PubMed, ScienceDirect e na biblioteca virtual SciELO, referente aos anos de 2003 a 2021, de modo a fornecer uma revisão bibliográfica sobre o impacto do manejo nutricional na reprodução de borregas. No experimento do artigo científico, 25 borregas (7/8 Dor-per), com idades entre 6 e 7 meses, pesando de 15 a 25 Kg (22 Kg ± 0,89) foram sorteadas ao acaso e distribuídas em 3 grupos experimentais: G-C (Grupo controle; n=8) com 100-110% do consumo exigido pelo Conselho Nacional de Pesquisa (National Research Council - NRC), G-Sub (Grupo subalimentado; n=8) com regime de 70-80% do consumo exigido e o G-Super (Grupo superalimentado; n=9) com 140% do consumo exigido pelo NRC. As borregas dos grupos G-C e G-Sub, foram mantidas em pastagem de Panicum maximum cv. Tanzânia com acesso a água e sal mineral ad libitum e apenas o grupo controle recebeu 1,5% do peso vivo em ração comercial, fornecida 2 vezes ao dia. As borregas do G-Super permaneceram confinadas durante o período experimental de 8 meses (abril a novembro), recebendo dieta total, na proporção volumoso: concentrado de 20:80, contendo 16% de proteína bruta (PB) e 72% de nutrientes digestíveis totais (NDT), visando um ganho de peso diário de 200 g/dia conforme NRC, sendo o acesso à água e sal mineral ad libitum. No período de adaptação (5 semanas), as borregas receberam 3,5% do peso vivo da dieta total (feno + ração), sendo esta porcentagem aumentada até atingir em média de 4,5 a 5% do peso vivo. A análise bromatológica da pastagem foi realizada a cada 21 dias para avaliação do valor nutricional e determinação dos teores de matéria seca, matéria mineral e proteína bruta. As borregas foram pesadas a cada 15 dias para o ajuste da dieta em função do peso vivo e foram coletadas semanalmente amostras de sangue para dosagem de colesterol total, triglicerídeos e ureia, totalizando 09 coletas. Ao atingir o peso corporal de 32 a 45 kg, as borregas foram sincronizadas pela inserção de um dispositivo vaginal de liberação de progesterona (CIDR®) por 12 dias. Oito dias após a retirada do CIDR, foi feita coleta de sangue para dosagem de progesterona. A seguir as borregas foram abatidas e o aparelho reprodutor foi removido para pesagem, avaliação da morfometria e processamento das amostras para posterior análise da dimensão fractal do corpo lúteo pelo método de box-counting e análise do percentual da área do colágeno em lâminas de secções histológicas de corpos lúteos corados com Picrosirius Red. Os dados foram analisados com o programa SAS, considerando o nível de significância de 5% (p=0,05). O manejo nutricional afetou o peso no G-Super, sendo maior o peso final (p=0,0002) e o ganho de peso (p=0,0006) quando comparados ao G-C e G-Sub. O G-Sub apresentou aumento do peso do útero (p=0,01) e do número de anéis cervicais (p<0,05) comparado ao G-C e G-Super. Adicionalmente, as concentrações de ureia diminuíram no G-Sub comparado ao G-C e G-Super. Maior (p<0,05) concentração de colesterol foi identificada no início do manejo nutricional nas borregas do G-Super em comparação ao G-C e G-Sub, no período intermediário do manejo nutricional o G-C apresentou aumento nas concentrações de colesterol em comparação ao G-Super e ao final do manejo nutricional a concentração de colesterol se elevou nas borregas do G-Sub em comparação as do G-C e G-Super. O G-Sub apresentou aumento nas concentrações de triglicerídeos (p<0,05) em comparação ao G-Super durante o experimento. As concentrações de progesterona (p=0,3039) não foram afetadas pelos diferentes manejos nutricionais. A dimensão fractal aumentou (p=0,0013) nos corpos lúteos do G-Sub comparado ao G-C e G-Super. Não foi identificada diferença na área do colágeno (p=0,222) nos corpos lúteos dos grupos avaliados. Deste modo, nós concluímos que diferentes manejos nutricionais nos meses que antecedem a puberdade afetam a biologia reprodutiva, as concentrações de metabólitos sanguíneos e modificam a estrutura de tecidos reprodutivos de borregas.