Avaliação da remodelação tecidual prostática em ratos expostos ao bisfenol A e aos fitoestrógenos genisteína e indol-3-carbinol durante o período perinatal

• Autor(a) principal: Bueno, Éricka Stéphanny de Souza
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNOESTE
• Texto Completo: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1457
• topic: Morfogênese Prostática; Quimioprotetores; Desreguladores Endócrinos; Histopatologia.; Prostatic Morphogenesis; Chemoprotectants; Endocrine Disruptors; Histopathology.; CIENCIAS AGRARIAS::MEDICINA VETERINARIA

Diante de tantas substâncias químicas inseridas em produtos plastificantes e resinas epóxi presentes em nosso cotidiano, destaca-se o Bisfenol A (BPA), conhecido pela sua ação direta em tecidos hormônio-dependentes, como a próstata. Alguns estudos demonstraram que a administração de baixas doses de BPA durante o início da vida, quando os tecidos são especialmente sensíveis aos desreguladores endócrinos, afetam vários aspectos do desenvolvimento prostático. Por outro lado, algumas substâncias presentes em vegetais, como o Indol-3-Carbinol (I3C) e a Genisteína (GEN), possuem ação quimioprotetora em células tumorais, através de vias de ativação e sinalização pró-apoptóticas e antiproliferativas. Logo, o presente estudo possui como objetivo analisar as características estruturais prostáticas de ratos pré-púberes, decorrentes da exposição perinatal ao BPA e aos fitoestrógenos e quantificar a porcentagem de colágeno prostático, analisando a sua distribuição no estroma prostático. Fêmeas prenhes da linhagem Sprague-Dawley foram divididas em 4 grupos experimentais: C: Controle; B: BPA (10 µg/Kg); B+G: BPA (10 µg/Kg) + GEN (5 mg/Kg); B+I: BPA (10 µg/Kg) + I3C (20 mg/Kg). Os tratamentos foram realizados nas mães, por gavagem, do dia gestacional 17 até o dia pós-natal (DPN) 21. Os animais receberam ração basal livre de fitoestrógenos e água filtrada ad libitum. Após a eutanásia no DPN22 o complexo prostático dos animais foi coletado, dissecado e processado. Para isso foi realizado a análise fractal em lâminas submetidas à coloração com hematoxilina-eosina bem como a análise da altura epitelial e estereologia. Foi realizada também a coloração com picrossirius para quantificação do colágeno estromal e análise fractal. No grupo BPA verificou-se redução do compartimento estromal quando comparado com o grupo controle. Essa redução foi revertida nos grupos que foram submetidos à administração de GEN ou I3C. Os grupos tratados com BPA e os fitoestrógenos apresentaram redução da altura epitelial quando comparados com o grupo C. Tais modificações encontradas nas análises estéreo-morfométricas não foram evidenciadas pela análise fractal. Verificou-se aumento da área ocupada pelo colágeno nos grupos submetidos à administração de BPA e fitoestrógenos em relação ao grupo controle. Com relação ao padrão de distribuição dessas fibras, a análise fractal revelou maiores valores em todos os grupos tratados. Assim, verificou-se que o BPA alterou principalmente o estroma prostático, com menor influência dos fitoestrógenos na reversão destes parâmetros, o que pode afetar o desenvolvimento glandular e provocar repercussões na vida adulta.