Paris: sempre um mito ou talvez...
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie |
Texto Completo: | http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25227 |
Resumo: | Sinônimo de Cidade-Luz, Paris é uma das capitais mais conhecidas pela humanidade. Muito antes da globalização, que eliminou fronteiras, a cidade já era considerada um paradigma social, econômico, cultural, político e da moda por diversas civilizações. Entretanto, no século XIX, Balzac, em a Comédia Humana, apresenta ao leitor sua visão realista e sarcástica da cidade, contrariando a concepção idealizada do público. No enredo de uma das suas novelas, A menina dos olhos de ouro, o romancista caracteriza a cidade não só apontando sua corrupção de valores morais e éticos, mas também salientando as inúmeras possibilidades oferecidas por ela a seus habitantes. Vivenciando a duplicidade de Paris exposta por Balzac, aproximadamente um século depois, Ernest Hemingway transformou suas experiências na cidade no romance autobiográfico Paris é uma festa, no qual apresenta de maneira enaltecida e glorificada a cidade, a partir de suas memórias de quando era jovem. Paris é, aos olhos do romancista, a capital que reconstrói a confiança de inúmeros artistas americanos impactados de variadas formas pelas consequências ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial. Mais recentemente (em 2011), o público pode ficar extasiado com os anos 1920 de Hemingway e toda a Geração Perdida, ao contemplar o longa-metragem de Woody Allen Meia-noite em Paris. Apesar de sua estética aparentemente realista, o protagonista do filme, Gil, é surpreendido com o privilégio de poder voltar no tempo e compartilhar alguns momentos junto com personalidades como Gertrude Stein, Scott Fitzgerald e o próprio Hemingway em uma Paris tanto insólita quanto real, na mesma proporção fruto de um devaneio e concretizada por suas ruas e avenidas movimentadas e iluminadas. É por meio de obras com perspectivas dispares sobre a cidade, como as três analisadas nesta tese, que Paris habita o inconsciente coletivo se tornando mais do que uma capital europeia. Pretende-se no decorrer das análises apresentar a transfiguração de Paris em um mito moderno. Para isso, as teorias desenvolvidas por Carl Jung, Roland Barthes, Joseph Campbell sobre mito e aquelas referentes ao cinema elaboradas por Edgar Morin e André Bazin, assim como as contribuições de Sartre, David Roas, Walter Benjamin, entre tantos outros estudiosos da literatura e outras áreas do conhecimento serão fundamentais para o aprofundamento das análises, para a comparação entre os textos e, consequentemente, para a interpretação de cada um deles. |
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Vivenciando a duplicidade de Paris exposta por Balzac, aproximadamente um século depois, Ernest Hemingway transformou suas experiências na cidade no romance autobiográfico Paris é uma festa, no qual apresenta de maneira enaltecida e glorificada a cidade, a partir de suas memórias de quando era jovem. Paris é, aos olhos do romancista, a capital que reconstrói a confiança de inúmeros artistas americanos impactados de variadas formas pelas consequências ocasionadas pela Primeira Guerra Mundial. Mais recentemente (em 2011), o público pode ficar extasiado com os anos 1920 de Hemingway e toda a Geração Perdida, ao contemplar o longa-metragem de Woody Allen Meia-noite em Paris. Apesar de sua estética aparentemente realista, o protagonista do filme, Gil, é surpreendido com o privilégio de poder voltar no tempo e compartilhar alguns momentos junto com personalidades como Gertrude Stein, Scott Fitzgerald e o próprio Hemingway em uma Paris tanto insólita quanto real, na mesma proporção fruto de um devaneio e concretizada por suas ruas e avenidas movimentadas e iluminadas. É por meio de obras com perspectivas dispares sobre a cidade, como as três analisadas nesta tese, que Paris habita o inconsciente coletivo se tornando mais do que uma capital europeia. Pretende-se no decorrer das análises apresentar a transfiguração de Paris em um mito moderno. Para isso, as teorias desenvolvidas por Carl Jung, Roland Barthes, Joseph Campbell sobre mito e aquelas referentes ao cinema elaboradas por Edgar Morin e André Bazin, assim como as contribuições de Sartre, David Roas, Walter Benjamin, entre tantos outros estudiosos da literatura e outras áreas do conhecimento serão fundamentais para o aprofundamento das análises, para a comparação entre os textos e, consequentemente, para a interpretação de cada um deles.Synonyme de Ville-Lumière, Paris est une des capitales les plus connues de l´humanité. Bien avant la mondialisation qui élimina les frontières, la ville était déjà considérée comme un paradigme social, économique, culturel, poilitique et de la mode par plusieurs civilisations. Cependant, au XIXème siècle, Balzac, dans la Comédie humaine, présente au lecteur sa vision réaliste et sarcastique de la ville, contredisant la conception idéalisée du public. Dans l´intrigue d´un de ses romans, La fille aux yeux d´or, le romancier caractérise la ville non seulement en pointant du doigt la corruption des valeurs morales et éthiques mais aussi en nous faisant remarquer les innombrables opportunités qu´offre la ville à ses habitants. En vivant la duplicité de Paris exposée par Balzac, approximativement un siècle plus tard, Ernest Hemingway transforma ses expériences de la ville dans le roman autobiographique Paris est une fête dans lequel il la présente de manière exaltée et glorifiée à partir de ses souvenirs de jeunesse. Paris est aux yeux du romancier la capitale qui reconstruit la confiance d´innombrables artistes américains impactés sous diverses formes par les conséquences de la Première Guerre Mondiale. Plus récemment (en 2011) le public peut être extasié par les années 20 d´Hemingway et toute la Génération Perdue, en contemplant le long métrage de Woody Allen, Minuit à Paris. Malgré son esthétique apparemment réaliste, le protagoniste du film, Gil, est surpis par le privilège de pouvoir retourner dans le temps et partager quelques moments avec des personnalités comme Gertrude Stein, Scott Fitzgerald et le propre Hemingway dans un Paris tout autant insolite que réel, dans la même proportion résultante d´une rêverie et concrétisée par ses rues et avenues mouvementées et illuminées. C´est par le biais d´oeuvres aux perspectives focalisées sur la ville comme les trois analysées dans cette thèse que Paris habite l´inconscient collectif en devenant plus qu´une capitale européenne. Au long de ces analyses, nous présenterons la transfiguration de Paris en un mythe moderne. Pour cela, les théories développées par Carl Jung, Roland Barthes et Joseph Campbell sur le mythe, les références au cinema élaborées par Edgar Morin et André Bazin, ainsi que les contributions de Sartre, David Roas et Walter Benjamin, entre autres études de littérature et autres champs de connaissances seront fondamentaux pour l´approfondissement des analyses pour la comparaison de textes et, par conséquent, pour l´interprétation de chacun d´entre eux.Fundo Mackenzie de Pesquisaapplication/pdfROSA, Dafne Di Sevo. Paris: sempre um mito ou talvez.... 2019. 211 f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25227Parismytheimaginaire collectifVénusporUniversidade Presbiteriana Mackenziehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessParismitoimaginário coletivoVênusCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADAParis: sempre um mito ou talvez...info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzieinstname:Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)instacron:MACKENZIESantos, Elaine Cristina Prado doshttp://lattes.cnpq.br/4458112055578708Alvarez, Aurora Gedra Ruizhttp://lattes.cnpq.br/6477705977816776Philippov, Renatahttp://lattes.cnpq.br/9950264048329182Nitrini, Sandra Margaridahttp://lattes.cnpq.br/6614065171029518BrasilCentro de Comunicação e Letras (CCL)UPMLetrasORIGINALDafne Di Sevo Rosa.pdfDafne Di Sevo Rosa.pdfapplication/pdf4422675https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/e125cfb3-550e-4e12-8a46-7d41109f1272/downloadfbc10e6455921555a0e29fc52e6d8c6bMD51TEXTDafne Di Sevo Rosa.pdf.txtDafne Di Sevo Rosa.pdf.txtExtracted texttext/plain445850https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/9de84434-aaa4-4400-a6ce-1eb8123348c9/downloadb5a4ee9a6ea940a83d36b43ffbf057d2MD52THUMBNAILDafne Di Sevo Rosa.pdf.jpgDafne Di Sevo Rosa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1188https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/1368c590-2175-4778-bfe7-b707eb8a991f/downloadffc39b918a7129b01ecfd396be2fd2beMD5310899/252272022-03-14 17:53:43.425http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/Acesso Abertooai:dspace.mackenzie.br:10899/25227https://dspace.mackenzie.brBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.mackenzie.br/jspui/PRIhttps://adelpha-api.mackenzie.br/server/oai/repositorio@mackenzie.br||paola.damato@mackenzie.bropendoar:102772022-03-14T17:53:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie - Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)false |
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